Uma pesquisa feita por nutricionistas da Universidade de São Paulo (USP) revelou que uma dieta rica em alimentos com polifenóis é capaz de reduzir o risco de desenvolvimento da síndrome metabólica.
O estudo, divulgado no The Journal of Nutrition em 26/11, indicou que pessoas que consomem mais alimentos com o composto têm 23% menos chance de desenvolver síndrome metabólica.
Os polifenóis são compostos bioativos conhecidos por seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. Entre eles estão os flavonoides e os taninos, presentes em uma série de alimentos de origem vegetal.
Já a síndrome metabólica compreende um conjunto de problemas de saúde ligados ao funcionamento do metabolismo, como resistência à insulina, triglicérides e colesterol altos, hipertensão e obesidade. O diagnóstico clínico é feito pela presença de três ou mais dessas alterações.
Quando combinados, os fatores da síndrome metabólica aumentam consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações relacionadas à saúde.
O estudo foi feito usando dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), um banco de dados com 6,3 mil participantes de seis cidades brasileiras: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. As informações foram coletadas ao longo de oito anos.
“As nossas análises mostraram os benefícios de uma dieta com polifenóis, compostos encontrados principalmente em opções de origem vegetal. Isso reforça a importância de consumir alimentos in natura variados, que, além de fornecerem esses compostos benéficos, promovem uma dieta equilibrada e saudável”, recomenda a professora Renata Carnaúba, líder do estudo.
Os participantes do ELSA respondiam a questionários de saúde periódicos sobre a sua dieta. Os pesquisadores usaram as respostas para encontrar pessoas que tinham alimentações mais ricas em polifenóis.
No estudo, foi observado que as altas ingestões de café, chá mate e sucos de frutas levaram a um maior consumo proporcional de polifenóis, mas a lista de alimentos que têm a substância é muito grande.
Quais os alimentos que reduzem o risco da síndrome metabólica?
À pedido do Metrópoles, uma das pesquisadoras que participou do estudo, a nutricionista Camille Perella Coutinho, listou alguns dos alimentos que são ricos em polifenóis e que podem ser facilmente encontrados no Brasil.
“São alimentos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios muito acessíveis e baratos, fundamentais para manter uma boa saúde cardiometabólica”, resume Camille.
1. Feijões
Aqui, não há conflito de preferências: tanto o feijão preto quanto o carioca e outros tipos da leguminosa são ricos em polifenóis, especialmente em proantocianidinas, que possuem alto poder antioxidante.
2. Chás
Os chás, especialmente o preto e o verde, são boas fontes de flavonoides, polifenóis antioxidantes que combatem os radicais livres e melhoram a resistência das células.
3. Café
O café é uma das principais fontes de polifenóis na dieta brasileira. Ele possui ácido clorogênico e ácido cafeico, dois polifenóis que melhoram o metabolismo da glicose no corpo.
4. Frutas cítricas
Laranja, limão e tangerina contêm flavononas e outros compostos polifenóis. As flavononas são responsáveis por trazer o sabor amargo às frutas, mas possuem um grande efeito cardioprotetor por reduzirem os níveis de colesterol ruim no organismo.
5. Maçã
A maçã é rica em quercetina, um polifenol que ajuda a diminuir o estresse oxidativo.
6. Cebola
Assim como a maçã, também é rica em quercetina.
7. Banana
É uma fonte acessível de compostos fenólicos, uma combinação de polifenóis. Os da banana possuem capacidade de combater os radicais livres liberados no organismo, aumentando a proteção das células.
8. Alho
Assim como a banana, o alho também contém altas quantidades de compostos fenólicos e antioxidantes.
9. Batata-doce
A batata-doce, especialmente as variações de cor roxa, é rica em compostos fenólicos. Entre eles está o ácido elágico, que possui efeitos protetores contra doenças cardiovasculares.
10. Milho
Rico em ácido ferúlico, que além da atividade antioxidante e anti-inflamatória possui capacidade fotoprotetora que ajuda a manter a saúde da pele quando exposta à radiação solar.
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Fonte: Metrópoles