“Me acostumei a ver ele doente”, diz mãe de menino com febre há 2 anos

O pequeno Gael Miranda, de 10 anos, enfrenta uma febre persistente há dois anos e os médicos ainda não conseguiram descobrir o que está por trás dos sintomas do menino, que começaram em fevereiro de 2023. Apesar de ter passado por exames e tratamentos diversos, a família vive em um estado constante de incerteza.

“Ainda vejo meu filho com a pele fervendo, com o olhar abatido, e me sinto mal porque acabei me acostumando a ver o Gael doente. Claro que, quando os sintomas aumentam e ele fica fraco, ainda fico alarmada, mas ele os sente há tanto tempo que estar em estado de alerta se tornou o nosso comum”, afirma a mãe dele, a jornalista Karoline Miranda, de 30 anos.

Desde que a febre persistente começou, Gael passou por inúmeras consultas e internações, mas nenhum diagnóstico definitivo foi alcançado. Foram descartados:

  • Artrite idiopática juvenil;
  • Febre familiar do Mediterrâneo;
  • Lúpus;
  • Artrose;
  • Tuberculose peritoneal;
  • e febre reumática.

O caso ganhou notoriedade após uma reportagem do Metrópoles publicada em setembro de 2023, quando os sintomas completavam sete meses. Na ocasião, a família relatou a dificuldade de lidar com as crises constantes, que continuam a impactar a rotina de Gael.

A evolução do caso

Apesar de algumas melhoras temporárias, Gael segue apresentando febre. “Ele chegou a ter intervalos maiores entre as crises. Por algum tempo, a colchicina [medicamento para gota e artrite] pareceu fazer efeito, mas no último Natal as febres voltaram de forma contínua e seguem até hoje”, explica Karoline. Além da febre, ele relata enjoos e desconfortos abdominais frequentes.

A primeira crise de febre de Gael foi em fevereiro de 2022. Um ano depois, porém, os sintomas reapareceram e se tornaram mais constantes. Em abril de 2023, o menino chegou a ficar internado por 22 dias para realizar uma bateria de exames, e todos voltaram negativos.

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Gael fez incontáveis exames para doenças genéticas sem encontrar uma resposta

Família recentemente fez sua primeira viagem, para São Paulo
Apesar das dificuldades, Karoline faz questão de mostrar como seu filho é feliz nas redes sociais
Karolina está recebendo doações por pix para custear os exames do menino
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Gael ficou 22 dias internado fazendo exames, que foram inconclusivos

Acervo pessoal

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Gael fez incontáveis exames para doenças genéticas sem encontrar uma resposta

Acervo pessoal

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Família recentemente fez sua primeira viagem, para São Paulo

Reprodução/Instagram

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Apesar das dificuldades, Karoline faz questão de mostrar como seu filho é feliz nas redes sociais

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Karolina está recebendo doações por pix para custear os exames do menino

Acervo pessoal

Hipóteses atuais de diagnóstico

Os médicos ainda investigam a origem dos sintomas, e acreditam que eles podem estar relacionados a condições autoinflamatórias raras. Uma hipótese em investigação é que Gael tenha doença de Castleman, um tipo de câncer que atinge os tecidos linfáticos e leva a uma febre persistente e inexplicada.

Outra possibilidade é que o caso esteja relacionado à síndrome do IgG-4, um distúrbio que forma tumores em vários órgãos e pode ter sintomas diversificados, especialmente a febre constante. Há ainda a chance de que Gael tenha a doença de Rosai-Dorfman, uma doença nos linfonodos que causa febre.

“Nossos médicos acreditam que os granulomas encontrados no corpo do Gael podem ter uma explicação relacionada a uma dessas doenças. A primeira biópsia foi considerada inconclusiva, mas acreditamos que é por falta de material suficiente para a análise e vamos repetir os exames”, afirma Karoline.

Investigação genética em andamento

Atualmente, Gael está na lista de espera da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) para fazer uma análise de genoma, um exame detalhado que pode apontar mutações em nível específico.

“Atualmente, ele está fazendo um acompanhamento do ferro, já que tem uma anemia muito forte e precisa suplementar o mineral. Também estamos acompanhando a proteína amilóide dele, que é baixa e costuma comprometer as funções hepáticas”, destaca a mãe.

Impacto emocional na luta contra a febre

Karoline descreve os sintomas de Gael com preocupação crescente. “É angustiante acompanhar sem saber como ajudar. Esse cenário de incertezas comprometeu muito a minha saúde mental, passei a me sentir muito incapaz”, lamenta.

A exposição do caso trouxe avanços no descarte de diagnósticos, mas também críticas. Karoline conta que foi acusada de inventar a doença do filho e de que era o excesso de cuidado dela que tinha comprometido a saúde de Gael.

“Apesar de mostrar todos os exames, as pessoas chegaram a denunciar o caso na escola, questionando se ele tinha atestado médico. Tenho medo de como isso vai comprometer a vida do meu filho a longo prazo, se ele vai ter uma vida tranquila quando toda essa exposição passar. Só espero poder ajudar”, completa a mãe.

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Fonte: Metrópoles

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