Compositores de música alterada por Claudia Leitte irão processar cantora por intolerância

Dois dos compositores da faixa “Caranguejo (Cata Caranguejo)”, que teve a letra original alterada por Claudia Leitte, irão processar a cantora por intolerância religiosa. A informação foi confirmada ao portal LeoDias em entrevista exclusiva concedida por Durval Luz, um dos compositores da faixa. O processo será feito em conjunto com Nino Balla, outro responsável pela composição da faixa.

Segundo Durval, em nenhum momento, foi pedida autorização aos compositores para que Claudia alterasse a letra da faixa. Já há alguns anos, a estrela do Axé altera a frase “Saudando a rainha Iemanjá” por “Só louvo meu rei Yeshua (Jesus, em hebraico)” quando canta a música durante os shows.

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Nino Balla e Claudia LeitteReprodução
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Durval Luz e Claudia LeitteReprodução
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Durval Luz e Claudia LeitteReprodução
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Nino Balla e Claudia LeitteReprodução

“Já mandei todos os documentos para meu advogado (…) O Nino Balla, que foi outro compositor, está comigo (…) Fizemos a ‘Caranguejo’ na época do Babado Novo, lá no começo, fizemos a música em Campina Grande [na Paraíba], a ideia do refrão inclusive é minha, gravamos em nos primeiros discos. É um sucesso eterno, outros artistas como Ludmilla, Timbalada e Ivete”, contou Durval Luz.

O compositor também conta que Claudia passou a cantar a nova versão da música sem comunicar ou pedir a autorização da banda e dos compositores: “Fiquei meio sem entender (…) Na época [que ela mudou] não teve a mesma repercussão, até por que nem se tinha tanta informação como hoje (…) Ela não falou nada, nem conversa, nada mesmo, autorização, nada nem formalizado no papel”.

Segundo Durval, um processo por intolerância reliogiosa e pela falta de autorização na troca da letra será movido na Justiça da Bahia, ele e Nino Balla só esperam o retorno do judiciário local que está em recesso. A ação deverá ser iniacada no começo de fevereiro.

Relação com a fé e raízes do Axé

Durval Luz também afirmou que é evangélico, mas deixou claro seu respeito à cultura das religiões de matriz africana, base que serve de inspirações para diversas músicas e composições no meio do Axé: “Eu sou batizado, evangélico, mas não tenho nenhum preconceito ou intolerância religiosa, até por que a música cita Iemanjá. Além disso, por eu ser tocador de Axé, ser nascido na Bahia, não tenho como desassociar as letras e outras coisas”.

O musicista também afirmou que, por ser preto e neto de escravos, se sente ainda mais responsável por reafirmar a cultura e religião de seus ancestrais: “Eu sou preto, sou neto de escravos, readquirido pela lei do ventre livre, que antecedeu a lei áurea, eu sou parte disso, não posso me desassociar deste debate por conta da minha religião, seja evangélica, católica, tanto que eu fiz canções com outras temáticas que colocam Iemanjá”.



Fonte: Portal LEODIAS

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