O homem foi levado às pressas para uma unidade de terapia intensiva após começar a vomitar sangue subitamente. Ele usava o cigarro eletrônico regularmente há um ano quando começaram os sintomas.
O guarda passou duas semanas em coma e mais três meses internado devido a uma pneumonia bilateral, condição que, segundo os médicos, foi provocada pelos produtos químicos inalados durante o uso frequente do vape. Durante a internação, o coração de James chegou a parar e ele precisou ser reanimado.
O jovem contou que utilizava vapes constantemente para passar o tempo durante seus períodos de vigília noturna. Os dispositivos descartáveis que ele usava duravam apenas dois dias devido ao alto consumo.
“Tive muito medo de perder a todos que amo, a minha família, tudo colocado em risco apenas por um vapor com sabores artificiais. Meu conselho é que nunca se use vape, não é legal quase morrer. Confie em mim”, diz ele em uma postagem no Facebook.
Efeitos devastadores da doença
O segurança foi diagnosticado com pneumonia bilateral, condição caracterizada pela inflamação dos dois pulmões, agravada pela presença de substâncias tóxicas no vape. Ele também desenvolveu uma infecção generalizada que quase o vitimou.
O caso aconteceu poucos meses após o nascimento da filha de James, que, ao despertar após duas semanas desacordado, não reconhecia nem a companheira nem a bebê. O jovem diz ter sido alertado pelos médicos de que, se continuasse fumando, não chegaria aos 40 anos. Além da confusão do coma, ele enfrentou um período prolongado de dificuldades motoras, sem conseguir andar ou falar nas primeiras semanas após despertar.
Agora, James enfrenta sequelas permanentes, incluindo a perda da capacidade total de um dos pulmões. Ele deixou de fumar e se dedica a conscientizar outras pessoas sobre os riscos do uso de cigarros eletrônicos.
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Cada vez mais popular no Brasil, o vape, cigarro eletrônico ou e-cigarrette tem se tornado um verdadeiro fenômeno entre os jovens. O produto, geralmente, tem aparência semelhante a de um cigarro comum, mas também pode ser encontrado em formato de pen drive ou caneta
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Em uma embalagem colorida, com sabores diferentes, sem o cheiro ruim do cigarro tradicional e com uma grande quantidade de fumaça, os produtos são muito comuns, especialmente, entre pessoas de 18 a 24 anos, apesar de serem proibidos no Brasil
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No geral, o produto é composto por bateria, atomizador, microprocessador, lâmpada LED e cartucho de nicotina líquida. Esses mecanismos são responsáveis por aquecer o líquido que produz o vapor inalado pelos usuários
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Apesar de serem bastante usados no mundo inteiro e, inicialmente, tenham sido introduzidos no comércio como uma alternativa para os cigarros comuns, os vapes são perigosos para a saúde, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM)
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Os médicos afirmam que os cigarros eletrônicos são “uma ameaça à saúde pública” e oferecem ainda mais riscos do que os cigarros comuns, além de serem porta de entrada dos jovens no mundo da nicotina
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Esses especialistas afirmam que o filamento de metal que aquece o líquido é composto de metais pesados que acabam sendo inalados, como o níquel, substância cancerígena
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Ainda segundo os especialistas, o líquido produzido pelo cigarro eletrônico tem pelo menos 80 substâncias químicas consideradas perigosas e responsáveis por reforçar a dependência na nicotina
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Além disso, o uso diário de cigarros eletrônicos causa estado inflamatório em vários órgãos do organismo, incluindo o cérebro. Novas pesquisas indicam que a utilização também pode desregular alguns genes e fazer com que o usuário desenvolva uma condição chamada EVALE, lesão causada pelo produto nos pulmões
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O neurologista Wanderley Cerqueira, do Hospital Albert Einstein, explica que os efeitos no usuário variam dependendo da nicotina e dos sabores líquidos, que influenciam a forma como o corpo responde às infecções. Segundo ele, vapes de menta, por exemplo, deixam as pessoas mais sensíveis aos efeitos da pneumonia bacteriana do que outros aromatizantes
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O especialista alerta que as células imunológicas parecem ser desativadas à medida que os pulmões são continuamente encharcados com produtos químicos. Esse processo enfraquece as defesas do organismo contra ameaças como pneumonia ou câncer
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Ainda segundo o médico, mesmo os vapes sem sabor são perigosos. Isso porque eles possuem outros aditivos químicos em sua composição, como propilenoglicol, glicerina, formaldeído e a própria nicotina, que causa câncer
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Uma pesquisa da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, encontrou níveis perigosos de toxinas em produtos usados para conferir sensação mentolada em cigarros eletrônicos. Foram verificados problemas em várias marcas dessas substâncias mas, principalmente, na Puffbar, uma das mais populares do mundo
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Os cientistas encontraram níveis das toxinas WS-3 e WS-23 acima dos considerados seguros pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no fluido do produto. Dos 25 líquidos analisados, 24 tinham WS-3, por exemplo
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As substâncias são usadas em aditivos alimentícios para dar o “frescor” do mentolado sem o sabor de menta, mas não devem ser inaladas. Elas são encontradas também em produtos nos sabores de manga ou baunilha
“Existem riscos cardiovasculares comprovados com o uso desses dispositivos, como hipertensão arterial, arritmias cardíacas, aumento do estresse oxidativo e aterosclerose arterial obstrutiva, além de maior probabilidade de infarto do miocárdio. Indivíduos que fazem uso habitual do cigarro eletrônico apresentam uma probabilidade 1,79 vez maior de ter infarto em comparação com não fumantes”, alertou o médico Ricardo Pavanello, representante da SBC, no lançamento do alerta.
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