Compositores de “Caranguejo” defendem Claudia Leitte: “Houve conversa”

Os músicos Luciano Pinto e Alan Moraes, coautores da música “Caranguejo” que foi notícia nos últimos dias pois Cláudia Leitte trocou o “Iemanjá” por “Yeshua”, defenderam a cantora. Em declaração enviada à Folha de São Paulo, eles esclarecem que foram consultados por ela para a mudança do trecho, assunto que gerou grande repercussão.

“Houve, sim, uma conversa. A artista Claudia Leitte fez uma consulta verbal com todos os compositores e possíveis reclamantes. Ela perguntou, sim, o que achávamos, se podia alterar uma palavra na letra, mudando Iemanjá por Yeshua, e explicou o significado da palavra Yeshua”, afirmam no texto.

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Os dois coautores concordaram e ainda a elogiaram:

“Ela sempre foi e continua sendo amável, cuidadosa e respeitosa com todos do grupo, músicos, equipe e compositores também”,

Luciano e Alan trabalham atualmente com a artista. Em dezembro do ano passado, o Ministério Público da Bahia instaurou um inquérito civil para investigar se ela cometeu racismo religioso devido a alteração da letra.

Durval disse com exclusividade ao portal LeoDias que iria processa a famosa por intolerância religiosa e por supostamente ela não ter comunicado ou pedido permissão da banda e compositores para a remoção da entidade das religiões de matriz africana. Ele ainda declarou que Nino ingressaria no processo com ele.

Luciano falou que se surpreendeu com o posicionamento do colega. Ele afirmou que não se lembra exatamente da data em que aconteceu a conversa sobre o assunto com a artista: “Mas foi por volta de 2012, às vésperas de regravarmos a música, já com a alteração, para o DVD Axemusic.”

Em 2004, quando era integrante do grupo Babado Novo, a famosa gravou “Caranguejo” em sua versão original. Ela se tornou cristã há 12 horas. Yeshua quer dizer Jesus em hebraico.

“Claudia não chegou alterando sem explicar, sem perguntar e sem ter a certeza do ok de todos. Não houve nenhuma ação hostil, ameaçadora ou condicional imposta por ela e, como a relação era de amizade, parceria, não achamos que precisava de um documento assinado ou vídeo gravado sobre esse assunto. Todos os compositores da música faziam parte da banda e, com isso, não só aceitaram a mudança como tocávamos a música em shows, em gravações e programas de TV”, disseram Luciano e Alan na carta.

Para os dois, a alteração dos nomes não modificou a estrutura da música, nem a forma, ritmo, harmonia, melodia, arrecadação de direitos autorais de vendagens de CD ou DVD e nem da execução publica recolhida pelo Ecad [instituição privada que recolhe e distribui os direitos autorais aos artistas].

Ainda segundo eles, nada foi falado sobre intolerância religiosa. A coluna tentou contato com Durval e Nino, mas não teve retorno.

Depois da polêmica, Claudia Leitte afirmou que “racismo é uma pauta para ser discutida com muita seriedade, não de forma tão superficial.”



Fonte: Portal LEODIAS

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