Saiba o que é TDAH, transtorno que altera o desenvolvimento do cérebro

O transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) está mais em debate do que nunca. Nas redes sociais, sobram pessoas se auto diagnosticando com base em listas simples de sintomas, mas especialistas alertam que a condição é bem mais complexa do que apenas uma distração com episódios de hiperfoco.

O TDAH é de fato uma condição neurológica caracterizada pela dificuldade de manter a atenção associada à hiperatividade e à impulsividade. Nos transtorno, porém, segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), esses sintomas afetam a vida pessoal e profissional dos indivíduos.

“O TDAH não é uma simples moda, mas uma questão que precisa de tratamento especializado e multidisciplinar, combinando medicamentos, terapias, atividade física e estratégias de organização”, afirma o neurologista Matheus Trilico, especialista em TDAH, de Curitiba (PR).

Como identificar e tratar o TDAH

Os sintomas variam conforme a idade. Crianças geralmente têm dificuldade para se concentrar, seguir instruções e concluir tarefas, enfrentando problemas na escola e sendo considerados alunos “indisciplinados”.

Já os adultos costumam enfrentar problemas de organização, impulsividade e dificuldade em cumprir prazos. Também precisam se esforçar para manter relacionamentos estáveis.

Estima-se que 7,6% das crianças e adolescentes entre 6 e 17 anos no Brasil tenham TDAH. Entre os adultos, a prevalência é de 5,2% entre 18 e 44 anos e 6,1% acima dos 44 anos.

O TDAH na vida adulta

Quando diagnosticado na infância, o TDAH costuma ter uma resposta melhor ao tratamento. A falta de diagnóstico muitas vezes é associada à dificuldade para concluir a carreira escolar e muitos pacientes se envolvem em problemas de dependência de álcool e drogas, o que se reduz com o tratamento adequado.

Como as dificuldades comportamentais muitas vezes passam despercebidas, especialmente em casos leves, muitas pessoas com TDAH acabam descobrindo os sintomas apenas na vida adulta, quando a falta de atenção e a impulsividade passam a ser menos toleradas.

“Existem três tipos principais: desatento, hiperativo e misto. O desatento comete erro com frequência por falta de atenção quando tem que fazer algo que considera chato, ou repetitivo, e tem dificuldade de se concentrar. O hiperativo é aquele que tem dificuldade de ficar sentado, fica mexendo a cadeira, fica balançando os pés e não consegue relaxar. O misto é uma mistura dos dois “, diferencia a psicóloga Bárbara Couto, de Brasília.

Como o cérebro funciona no TDAH

O transtorno está ligado a um funcionamento atípico do cérebro, principalmente na forma como a dopamina – neurotransmissor responsável pela motivação e atenção – é processada.

Além disso, o córtex frontal, área responsável pelo controle de impulsos, apresenta diferenças estruturais que influenciam o comportamento.

Um estudo publicado no American Journal of Psychiatry em 2024, por exemplo, identificou que conexões atípicas entre o córtex frontal e áreas subcorticais do cérebro em pessoas com TDAH podem ajudar a explicar os padrões de desatenção e hiperatividade.

As alterações que o TDAH promovem no cérebro (fitopatologia), porém, ainda não estão totalmente compreendidas.

Tratamento

O tratamento do TDAH baseia-se na intervenção multidisciplinar envolvendo psiquiatras, psicólogos, terapeutas e até educadores físicos.

O tratamento medicamentoso, baseado especialmente na ritalina, pode levar a efeitos colaterais que diminuem a frequência sexual e o apetite, e causar episódios de insônia, enjoo e dores de estômago.

“Muitos abandonam o tratamento por efeitos colaterais, custos, estigma ou a falsa sensação de cura após uma melhora inicial. No entanto, isso pode levar a problemas ainda maiores como depressão e abuso de substâncias”, destaca Trilico. Ele aponta que cerca de 80% dos pacientes interrompem o tratamento em algum momento.

Imagem de diagrama de Venn que mostra os sinais de autismo, altas habilitadades e TDAH - Metrópoles
Quadro mostra diferenças entre alguns transtornos

Diagnóstico e relação com o TEA

Os sintomas do TDAH podem ser confundidos com outros transtornos, o que torna essencial um diagnóstico criterioso. “A avaliação neuropsicológica ajuda a diferenciar o TDAH de outras condições”, acrescenta Bárbara.

Os sintomas e o histórico familiar, já que o transtorno tem forte influência genética, são avaliados longamente antes do fechamento do diagnóstico.

Embora sejam condições distintas, há algumas semelhanças entre o TDAH e o Transtorno do Espectro Autista (TEA), como dificuldades na regulação emocional e no processamento de informações, entretanto, tratam-se de condições independentes.

A principal dificuldade está na natureza dos sintomas: enquanto o TDAH envolve desatenção e impulsividade, o TEA inclui dificuldade para desvendar a comunicação não verbal e uma tendência a comportamentos repetitivos.

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Fonte: Metrópoles

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