Nenhum abraço sequer. Assim um dos vereadores aliados de Bocalom respondeu à reportagem sobre quais os gestos o prefeito tem feito para anunciar o seu novo líder na Câmara Municipal. A missão de defender o prefeito já a partir da próxima semana, quando terá início, de fato, a nova legislatura na Câmara Municipal, exige alguém disposto a enfrentar uma oposição considerada bem preparada – leia-se Éber Machado, Elzinha Mendonça, André Kamai e Fábio Araújo. O secretário da Casa Civil, Valtin José, sabe tanto disso que segue almoçando com um, jantando com outro, mas sempre recebendo não como resposta.
A fonte ouvida pelos nossos repórteres entende ser “um trabalho muito difícil”. Ela não detalhou o que seria necessário para que um deles seja convencido. Mas os rumores seguem na linha do “é dando que se recebe”. Ou seja, sem a sinalização do prefeito sobre cargos e outros “mimos” nada avançará. Os decretos de nomeações estão sendo aprontados, e o Diário Oficial deve ser abarrotado, já na próxima semana, formatando a nova cara da gestão, inclusive com a composição de segundo e terceiro escalões de governo. Até os não reeleitos tomam chá de cadeira na ante sala do prefeito, buscando salvar o emprego de seus indicados, e com o discurso de que foram leais até o fim.
Outra fonte consultada pela reportagem – esta com trânsito na Casa Civil – destaca que o vereador derrotado nas últimas eleições, João Marcos Luz, pode ser exonerado da Secretaria de Assistência Social para assumir uma cadeira na câmara. Ele é primeiro suplente do PL, partido do prefeito, e era o líder de Bocalom até dezembro de 2024. Assim, caso esta costura prospere, um dos três atuais vereadores liberais – Antônio Moraes, Joaquim Florêncio e Raimundo Neném – seria o novo secretário de assistência. Luz fazia a defesa cética, intransigente do prefeito, sem se importar com as chicoteadas que levada nas redes sociais, e deixou o mandato sob sérias acusações de seus pares – até mesmo o apelido de “fuxiqueiro”.
Luz é o perfil para tentar “blindar” a gestão municipal, apesar de a missão, no atual momento, ser praticamente impossível.
Outras questões precisariam ser resolvidas, no entanto:
“O Bocalom, que não chama ninguém pra conversar e parece querer defesa política no 0800, estaria disposto a isso?”, questionou a fonte.
É fato que o prefeito não terá ninguém para protegê-lo dos ataques da oposição, pelo menos não tem até o momento.