A atriz Jacqueline Sato é um exemplo da transformação cultural que o Brasil vivencia. Nascida em Guarulhos, a atriz tem 50% de genes originários na Ásia, como revelado em um estudo genético da empresa americana Family Tree DNA.
Hoje, ela se consolida como uma figura central na valorização da diversidade, especialmente no contexto da cultura asiática. Através de sua carreira e projetos, Jacqueline ajuda a redefinir como histórias de descendentes asiáticos são contadas no país.
A busca pela representatividade teve um marco importante com o programa “Mulheres Asiáticas”, exibido no E! Entertainment e disponível na Universal+. A produção destaca as vivências e contribuições de mulheres de ascendência asiática em diversas áreas.
Como informado exclusivamente pela atriz ao portal LeoDias, o objetivo foi claro: “Por muito tempo, pessoas de origem asiática foram retratadas de forma superficial, presas a estereótipos que não refletem a nossa realidade. Quando o audiovisual, mas também a mídia e as campanhas, por exemplo, não nos representam, eles nos apagam, e isso afeta diretamente a maneira como somos vistos pela sociedade e até mesmo, como nós mesmos nos enxergamos”, disse a atriz, que acredita ser a representatividade a precursora de novos espaços.
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Na novela “Volta Por Cima”, da TV Globo, Jacqueline interpreta Yuki, um papel que simboliza um avanço significativo na abordagem de personagens racializados. Segundo a atriz, Yuki vai além de estereótipos ou explicações sobre sua origem.
“A Yuki tem uma complexidade e uma identidade bem trabalhada na trama. Ela se torna uma personagem única que colabora para que outras pessoas asiático-brasileiras possam se sentir representadas, podendo inclusive gerar identificação. Quando uma produção respeita a pluralidade das suas histórias e personagens, ela não apenas inclui para que haja corpos com características diferentes em cena, mas leva em consideração detalhes e a relevância de suas histórias. E isto transforma, porque não se trata de ‘escalar um asiático e basta’; há que se dar a essa pessoa uma boa história para ser vivida”, comentou.
O impacto da mudança vai muito além das telas diante de fenômenos globais como o K-pop, o anime e filmes como “Parasita”. Porém, Jacqueline ressalta que isso também é sobre identidade: “Houve um tempo em que eu me afastei de tudo o que pudesse me conectar com o que fosse ‘asiático’, como forma de tentar impedir que limitassem minha identidade e como forma de tentar pertencer ao país onde nasci. Levei um certo tempo até que eu entendesse que o que estava errado não era comigo, e sim com a sociedade”, disse ela.
A transformação cultural reflete uma sociedade mais aberta e interessada em histórias diversas, algo que Jacqueline vê como uma oportunidade para a indústria do entretenimento principalmente com o sucesso de narrativas que celebram a diversidade.
Hoje, a atriz é uma das porta-vozes de um Brasil mais inclusivo, ajudando a abrir caminhos para que novas histórias sejam contadas.
Fonte: Portal LEODIAS