Com vestidos cada vez mais transparentes, Bianca Censori foi longe demais?

O vestido transparente — adotado por celebridades que vão de Elle Fanning a Kim Kardashian, Doja Cat a Charlize Theron — tornou-se uma presença marcante e polêmica no tapete vermelho. Indiscutivelmente, essa foi a maior tendência dos eventos de gala recentes, dominando o Oscar e o Met Gala, entre outros.

Na festa pós-Oscar da Vanity Fair do ano passado, vimos como a nudez poderia ser tanto angelical (como demonstrado pelo vestido império Givenchy Outono-Inverno 1996 de Jennifer Lawrence, bordado à mão com trevos) quanto ousado (como o vestido amarelo transparente de Charli XCX, também feito pela Givenchy).

Mas no Grammy de domingo (2), apenas um vestido transparente chamou a atenção. Enquanto a maioria dos convidados optou por paletas neutras e looks mais discretos em meio às homenagens às vítimas dos devastadores incêndios florestais de Los Angeles, Bianca Censori seguiu uma abordagem diferente.

Censori chegou ao evento ao lado do marido Kanye West — que agora atende por Ye. Se o casaco de penas longo da modelo australiana parecia excepcionalmente discreto, dado seu histórico de looks ousados em público, era porque ela não planejava usá-lo por muito tempo.

Segundos após parar para fotos, a jovem de 30 anos virou as costas para as câmeras e deixou cair o casaco, revelando um mini vestido sem mangas feito de malha transparente que não deixava nada para a imaginação.

Vestidos transparentes vêm em todas as formas, tamanhos e níveis variados de exposição. Este gênero de vestido centra-se no poder da sugestão — às vezes, quem o usa não está revelando nada. No final dos anos 1990, Jean-Paul Gaultier causou impacto com seus padrões trompe-l’oeil, imagens do corpo humano nu, que ele imprimiu em blazers e vestidos. É uma estampa que desde então foi revivida por designers como Glenn Martens, cujas peças em cores ácidas, estilo mapa de calor, foram usadas por Bella Hadid e A$AP Rocky.

Até mesmo alguns dos primeiros exemplos de vestidos transparentes — Mae West no filme “Go West, Young Man” de 1936 ou o vestido Balmain de Carroll Baker usado durante a promoção de “The Carpetbaggers” em 1964 — dependiam de bordados estrategicamente posicionados para dar a impressão de pele nua, evitando qualquer exposição real de nudez.

Vestidos transparentes, apesar de toda a discussão fervorosa, podem ser surpreendentemente modestos. Mas qual é a conclusão lógica de uma cultura que se delicia com a sugestão do desnudamento?

Para alguns — particularmente aqueles como Censori, que frequentemente aparece em público com roupas reveladoras, seja indo para um estúdio de música quase nua sob uma capa de chuva transparente ou indo jantar em LA usando pouco mais que um sutiã e uma meia-calça transparente — o salto do vestido transparente para a nudez pura pode parecer pequeno.

No tapete vermelho do Grammy, West permaneceu ao lado de Censori usando camiseta preta e calças, inexpressivo atrás de óculos escuros. Logo surgiram relatos de que o casal foi escoltado para fora da premiação. No entanto, uma fonte familiarizada com a sequência de eventos disse à CNN que isso era falso. “Ele não foi escoltado para fora”, disseram. “Ele é um indicado. Ele caminhou pelo tapete vermelho, entrou em seu carro e foi embora.” A CNN entrou em contato com um representante de West para comentar.

Logo após a aparição, o casal compartilhou fotos Polaroid de Censori modelando o look em suas respectivas redes sociais. Em uma postagem já deletada no Instagram, West descreveu o traje de sua esposa como “alta costura personalizada”, mas não havia arte ou drapeado inteligente para ser admirado, nem técnicas de bordado provocantes como as usadas por West e Baker. A nudez crua de Censori levanta a questão: é moda ou apenas um corpo?

West não confirmou se pessoalmente desenhou — ou esteve envolvido no design — do traje de Censori, embora usuários das redes sociais questionassem o papel do rapper nas escolhas de guarda-roupa de sua esposa. Outros especularam que a modelo pode ter violado as leis de exposição indecente da Califórnia, que proíbem pessoas de expor seu “corpo nu ou genitais na frente de qualquer pessoa que possa ficar incomodada ou ofendida com isso.”

Quando questionado se Censori havia violado as leis de exposição indecente da Califórnia, um porta-voz do Departamento de Polícia de Los Angeles disse à CNN por e-mail que “não foi informado de nenhum incidente no Grammy.” A Recording Academy e a CBS não responderam imediatamente aos pedidos de comentários da CNN.

Embora Censori certamente tenha contribuído com um momento notável na história da tendência de vestidos nus, ela transformou o que normalmente é um sussurro sugestivo em um grito ensurdecedor.