As tocantes reflexões de Renato Russo, publicadas no livro-diário Só por hoje e para sempre (2015, Companhia das Letras), acionaram a faísca de inspiração para o ator e diretor Beto Marden dar a largada na pesquisa do projeto que culminou na criação do solo de teatro musical Será, um Grito Musical. Depois do estudo, Marden encomendou o texto a Raphael Gama que colocou no papel as ideias de Russo, expressando o pensamento de toda uma juventude.
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A encenação do espetáculo, baseado nas palavras do músico, conjunto de folhas soltas, realizou sessão especial para convidados em dezembro de 2024, no Centro Cultural São Paulo, e agora estreia em circuito comercial às sextas-feiras de fevereiro – dias 7, 14, 21 e 28 às 21 horas, na Sala Experimental do Teatro B32. Pelas características do espaço, a temporada promete uma experiência diferente, mais intimista.
Inédita, a obra não conta a história da vida do artista, é uma jornada intensa e emocional, onde o personagem compartilha suas questões, desejos, conflitos e desafios, por meio de cinco arquétipos: o menino, o rebelde, o feminino, o adulto e o comunicador. O roteiro de Raphael Gama, inspirado na vida e obra de Renato Russo, costura a trilha sonora, unindo as músicas ao enredo.
Beto entrou em contato com a obra de Renato Russo (1960-1996) pela primeira vez, a partir de trechos de um texto escrito durante os 29 dias em que o cantor e compositor, vocalista do Legião Urbana, esteve internado em uma clínica de recuperação, no Rio de Janeiro, para tratar a dependência química.
Entre músicas e textos
Beto, que também é apresentador e repórter, já participou de diversos musicais em mais de 20 anos de carreira no teatro e faz sua estreia atuando sozinho no palco. Entre músicas e textos, o espetáculo aborda temas como recomeços, descobertas, superações, amores e medos.
“A ideia é resgatar sua mensagem de coragem e ousadia em enfrentar temas tabus como saúde mental, sexualidade, aceitação, preconceitos, drogas. Mesmo 30 anos depois, essas questões continuam relevantes. Nossa intenção é incentivar a reflexão e o diálogo, celebrando a diversidade e promovendo uma sociedade mais inclusiva”, afirma Marden.
“Beto se despe de si e se veste dos tipos psicológicos que Renato Russo tão brilhantemente exibia em suas rítmicas poesias. Renato transbordou para que nós pudéssemos nos banhar em sua genialidade e encararmos esse espelho”, diz o autor e diretor.
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Fonte: OFuxico