BC divulga ata do Copom que explica alta de juros, a primeira de 2025

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) divulga na manhã desta terça-feira (4/2), a ata da primeira reunião do colegiado em 2025 e, consequentemente, da gestão de Gabriel Galípolo, indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Na semana passada, o comitê decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 12,25% ao ano para 13,25%.


Entenda a situação dos juros no Brasil

  • A taxa Selic é o principal instrumento de controle da inflação, que ficou em 4,83% em 2024 — acima do teto da meta.
  • No ano passado, a taxa de juros fechou em 12,25% ao ano – voltando ao mesmo percentual de novembro de 2023.
  • A expectativa é de novas altas nos juros ainda no primeiro trimestre, com taxa Selic próxima a 15% ao ano.
  • O mercado financeiro estima que a Selic ficará em 15% ao ano até o fim de 2025, segundo o relatório Focus. A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), deverá estourar o teto da meta novamente este ano, com expectativa de 5,51%.
  • Projeções mais recentes mostram que o mercado desacredita em um cenário em que a taxa de juros volte a ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula (PT) e do mandato de Galípolo à frente do BC.

Eventual 5º aumento seguido dos juros

No comunicado pós-Copom, a diretoria do Banco Central confirmou a possibilidade de um novo ajuste na mesma magnitude na próxima reunião, marcada para 18 e 19 de março. Ou seja, o comitê contratou um aumento de 1 ponto percentual.

“Diante da continuidade do cenário adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, um ajuste de mesma magnitude na próxima reunião [em março]”, diz o texto do comunicado, que é uma informação menos detalhada divulgada logo após a reunião.

“Para além da próxima reunião, o Comitê reforça que a magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação”, conclui.

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Novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo (segundo à direita), junto com outros membros da diretoria

Galípolo tem a confiança do presidente Lula
Economista Gabriel Galípolo, indicado de Lula ao BC
Gabriel Galípolo
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Integrantes do Copom e o presidente do BC, Gabriel Galípolo

Raphael Ribeiro/ Banco Central

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Novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo (segundo à direita), junto com outros membros da diretoria

Reprodução/Instagram

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Galípolo tem a confiança do presidente Lula

Raphael Ribeiro/BCB

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Economista Gabriel Galípolo, indicado de Lula ao BC

Igo Estrela/Metrópoles

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Gabriel Galípolo

Hugo Barreto/Metrópoles

Assim, os juros podem chegar a 14,25% ao ano ainda no primeiro trimestre — mesmo patamar de julho de 2015, época da crise no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Caso se confirme, este será o quinto avanço consecutivo da taxa Selic. A adoção de uma política monetária mais contracionista (isso significa o aumento dos juros) começou em setembro de 2024, quando o Copom decidiu interromper o ciclo de cortes e elevar em 0,25 ponto percentual a taxa, que passou dos então 10,50% ao ano para 10,75% ao ano.

O que significa uma alta dos juros?

A taxa de juros é o principal instrumento de política monetária do BC para manter a inflação dentro da meta — que, em 2025, é de 3% com intervalo de tolerância (ou banda) de 1,5 ponto percentual, sendo 1,5% (piso) e 4,5% (teto) como estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A missão do BC é controlar o avanço da inflação por meio da Selic.

Ao elevar a Selic para conter a inflação, a consequência esperada é a redução do consumo e dos investimentos no país. O crédito fica mais caro, e a atividade econômica tende a desaquecer, provocando queda de preços para os consumidores e produtores.

Projeções do mercado para juros e inflação em 2025

Pela 16ª semana seguida, os analistas financeiros consultados pelo Banco Central subiram a projeção deste ano do IPCA, considerado a inflação oficial do país.

Segundo o relatório Focus mais recente, divulgado nessa segunda-feira (3/2), a estimativa do mercado financeiro para a inflação de 2025 passou de 5,50%, na semana passada, para 5,51% nesta semana.

Como o teto da meta deste ano é 4,5%, o mercado acredita que a meta inflacionária será descumprida novamente. Caso isso aconteça, o BC precisa divulgar uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões para o estouro.


O que é o relatório Focus

  • O Relatório de Mercado Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado financeiro coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à divulgação do documento.
  • O Focus é tradicionalmente divulgado toda segunda-feira.
  • O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.
  • As projeções são do mercado, não do Banco Central. A autoridade monetária só reúne os dados.

Por outro lado, o mercado financeiro manteve as projeções da taxa Selic para o fim deste ano e para os próximos três inalteradas. A estimativa dos economistas segue em 15% ao ano, como no relatório anterior.

  • Para 2026, os analistas projetam uma Selic de 12,50% ao ano.
  • Para 2027, a previsão da taxa de juros segue em 10,38% ao ano.
  • Para 2028, a estimativa continua em 10% ao ano.

Outro destaque nas estatísticas sobre os juros é que o mercado segue descrente com a possibilidade da Selic ficar abaixo de dois dígitos durante o governo Lula e do mandato de Gabriel Galípolo.

Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, destacou que os dados do Focus mostram que as expectativas de inflação seguem desancoradas. Para ele, a movimentação do Copom trouxe mais confiança e reforçou o compromisso da autoridade monetária em controlar o avanço do IPCA. “A expectativa é que os próximos dados comecem a refletir maior estabilidade nos preços”, explicou.

Pedro Ros, CEO da Referência Capital, o Focus desta semana indica uma maior ”preocupação” com a persistência do aumento de preços na economia. ”Com isso, o Banco Central mantém a Selic em patamares elevados para tentar conter a inflação, o que gera impactos significativos em diversos setores”, afirmou.

Imagem colorida das datas das reuniões e atas do Copom em 2025 - Metrópoles
O Copom se reúne oito vezes no ano. O comitê é responsável por decidir, a cada 45 dias, a taxa Selic vigente no país



Fonte: Metrópoles

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