A Casa Civil da Presidência da República negou nesta sexta-feira (7) que existam estudos no governo sobre aumento do valor do benefício do Bolsa Família, e disse que o assunto não será discutido pelo governo.
Uma nota foi divulgada pela pasta — e replicada pelo Ministério da Fazenda — após declarações do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, afirmando que a mudança no valor do benefício estava em discussão.
“A Casa Civil da Presidência da República informa que não existe estudo no governo sobre aumento do valor do benefício do Bolsa Família. Esse tema não está na pauta do governo e não será discutido”, afirma o ministério em nota.
Em entrevista publicada nesta sexta pela agência Deutsche Welle Brasil, Dias afirmou haver possibilidade de reajuste no valor do benefício do Bolsa Família, influenciado pela alta dos preços dos alimentos.
“Está na mesa. A decisão vai ser tomada até o final de março”, disse Dias.
O ministro também afirmou que um relatório será enviado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entre fevereiro e março. De acordo com Dias, o problema da inflação no setor alimentício não está no câmbio, mas na “elevação brusca” que os valores tiveram.
“O principal problema já não é o câmbio. Temos que manter [o benefício no piso de] 40 dólares, que é o padrão internacional para o consumo”, continuou. “Nisso haverá pouca alteração. O problema é o preço do alimento, que teve essa elevação brusca do fim do ano passado para cá. É um ponto fora do planejado”.
“Como nós trabalhamos com a perspectiva de um ano inteiro, vamos ter que reunir todo mundo da Caisan [Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional, administrada pela pasta] para tomar uma decisão dialogando com o presidente, porque isso repercute. Será um ajuste? Será um complemento na alimentação?”, concluiu.
A CNN entrou em contato com o Ministério do Desenvolvimento Social e aguarda retorno.
Preço dos alimentos
Pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada em janeiro deste ano, mostrou que os preços do grupo Alimentação e Bebidas foram responsáveis por mais de um terço da alta no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024.
O IPCA avançou 4,83% de janeiro a dezembro. O impacto dos preços do grupo de alimentos para o índice foi de 1,63 ponto percentual (p.p.). Alimentação e Bebidas avançou 7,69% puxado especialmente por alta nos preços de alimentação no domicílio (8,23%).
Este conteúdo foi originalmente publicado em Governo desautoriza ministro e nega aumento do Bolsa Família no site CNN Brasil.
Fonte: CNN