Ozempic e Mounjaro podem causar perda parcial de visão, sugere estudo

Um estudo publicado em 30 de janeiro no JAMA Ophthalmology detalhou nove casos de pessoas que tiveram a perda parcial da visão após o uso de semaglutida e tirzepatida, princípios ativos do Ozempic e do Mounjaro, respectivamente.

Embora a relação causal exata não tenha sido estabelecida, os pesquisadores alertam para a coincidência das complicações com o uso dos remédios. Eles levantam a hipótese de que os medicamentos e seus efeitos rápidos no controle dos índices glicêmicos podem estar associados ao problema.

A pesquisa foi realizada por oftalmologistas e neurologistas da Universidade de Utah, de Salt Lake City, além de pesquisadores de outras cinco universidades e hospitais. A idade média dos participantes era de 57 anos, com idades variando entre 37 e 77 anos. Cinco eram mulheres e quatro, homens.

Entre os pacientes analisados, sete foram diagnosticados com neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NAION). Essa condição pode levar à perda súbita da visão, ocorrendo de um dia para o outro, geralmente em pessoas com mais de 50 anos.

Um estudo de Harvard publicado em 2024 já havia alertado para o risco aumentado de desenvolvimento de NAION entre usuários de Ozempic, podendo ser até quatro vezes maior que o da população geral, embora a condição continue sendo rara.

Outros casos incluíram o desenvolvimento de papilite bilateral — a inflamação da papila óptica em ambos os olhos — e maculopatia média aguda paracentral (PAMM), uma lesão que ocorre na camada interna da retina.

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A perda de peso é um efeito colateral das medicações

O Ozempic é um remédio usado de forma "off label" para perda de peso
O Mounjaro tem o princípio ativo tirzepatida e é produzido pela farmacêutica Eli Lilly
O Mounjaro foi apelidado pelo Wall Street Journal de "king kong" dos remédios para emagrecimento.
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O Ozempic é um medicamento para controlar a diabetes, mas leva também à perda de peso. Uma dose mais alta do mesmo principio ativo, esta sim vendida para combater a obesidade, é vendida sobre o nome de Wegovy

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A perda de peso é um efeito colateral das medicações

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O Ozempic é um remédio usado de forma “off label” para perda de peso

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O Mounjaro tem o princípio ativo tirzepatida e é produzido pela farmacêutica Eli Lilly

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O Mounjaro foi apelidado pelo Wall Street Journal de “king kong” dos remédios para emagrecimento.

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 Casos preocupantes

Entre os casos descritos no levantamento, está o de uma mulher na faixa dos 50 anos, com diabetes tipo 2. Ela relatou ter perdido a visão do olho esquerdo um dia após injetar a primeira dose de semaglutida. Após interromper o tratamento por dois meses, a visão voltou. Outra paciente, na casa dos 30 anos, notou sombras na visão do olho direito poucos dias após iniciar o tratamento.

Os autores do estudo sugerem que a rápida redução dos níveis de açúcar no sangue, induzida pela semaglutida e tirzepatida, pode danificar vasos sanguíneos oculares, levando a problemas de visão. “Acreditamos que é a correção rápida da hiperglicemia, e não um possível efeito tóxico dos medicamentos, que poderia estar associada às complicações relatadas”, afirmam.

O estudo não estabeleceu uma ligação causal direta entre os medicamentos e as complicações oftálmicas, mas, para os pesquisadores, os casos relatados destacam a necessidade de mais pesquisas.

Outro lado

O Metrópoles entrou em contato com a Novo Nordisk, fabricante do Ozempic, e a Eli Lily, do Mounjaro.

A Novo Nordisk disse em nota que a NAION é uma doença ocular muito rara e não é considerada uma reação adversa dos da semaglutida (Ozempic, Rybelsus e Wegovy), conforme as bulas aprovadas.

“Embora estudos realizados pela empresa tenham mostrado um aumento aproximado do risco relativo, o risco absoluto e o número absoluto de pessoas afetadas são muito baixos. Isso está de acordo com a incidência anual muito baixa desse distúrbio raro. Um dos estudos encontrou que 2 pessoas a cada 10.000 pacientes tratados com semaglutida por ano desenvolveram NAION, em comparação com 1 a cada 10.000 no grupo de controle, concluindo que o risco absoluto é muito baixo”, afirmou a farmacêutica.

“A segurança dos pacientes é uma prioridade máxima para a Novo Nordisk, e levamos muito a sério todos os relatos de eventos adversos relacionados ao uso de nossos medicamentos. Isso também se aplica a condições oculares, que são comorbidades bem conhecidas em pessoas com diabetes”, completou a empresa.

A Eli Lily não comentou os casos. A empresa informou que está comprometida em monitorar, avaliar e relatar continuamente os dados de segurança dos estudos sobre os medicamentos para garantir que as informações mais recentes estejam disponíveis para reguladores e prescritores.

“A tirzepatida é um medicamento que tem ajudado milhões de pacientes em todo o mundo. Nossa confiança na molécula é baseada em nosso extenso programa de ensaios clínicos. Os estudos SURMOUNT e SURPASS que apoiam as autorizações regulatórias incluíram mais de 11 mil pacientes e foram publicados em importantes periódicos científicos”, informou em nota. “Se alguém estiver experimentando efeitos colaterais ao tomar qualquer medicamento da Lilly, converse com seu médico ou outro profissional de saúde”, continuou.

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Fonte: Metrópoles

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