Putin diz que Europa é necessária nas negociações com a Ucrânia

A participação da Europa nas negociações de paz na Ucrânia será necessária eventualmente, mas Moscou quer primeiro construir confiança com Washington, disse o presidente Vladimir Putin na segunda-feira (24), ao sugerir que um acordo para encerrar o conflito ainda pode estar longe.

Enquanto a Ucrânia marcava o terceiro aniversário da invasão da Rússia que matou milhares de civis e deslocou milhões, o presidente dos EUA, Donald Trump, sugeriu que a guerra poderia terminar em semanas. Mas ele não deu mais detalhes.

Putin disse à televisão estatal russa que Trump estava abordando o conflito Rússia-Ucrânia racionalmente e não emocionalmente, mas deu a impressão de que ele poderia não terminar tão cedo quanto Trump gostaria.

Tanto sua conversa telefônica com Trump quanto as recentes conversas entre os Estados Unidos e a Rússia em Riad abordaram a questão da resolução do conflito na Ucrânia, acrescentou Putin.

“Mas não foi discutido em detalhes. Nós apenas concordamos que iríamos em direção a isso. E neste caso, é claro, não estamos recusando a participação de países europeus.”


Vladimir Putin

A Ucrânia e os aliados europeus de Kiev se opuseram a não terem sido convidados para a rodada inicial de negociações sobre a Ucrânia, realizada na semana passada na Arábia Saudita pelos Estados Unidos e Rússia.

Putin disse que a Europa não tinha “nada com” as negociações em Riad, pois elas estavam focadas em estabelecer confiança entre Moscou e Washington, o que ele disse ser fundamental.

“Para resolver questões complexas e bastante agudas, como as relacionadas à Ucrânia, tanto a Rússia quanto os Estados Unidos devem dar o primeiro passo”, disse o presidente russo.

“Em que consiste? Este primeiro passo deve ser dedicado a aumentar o nível de confiança entre os dois estados”, acrescentou.

“Mas o que os europeus têm a ver com isso?”, questionou.

As próximas rodadas de negociações e contatos de alto nível serão dedicadas a construir essa confiança, disse ele, mas quando as negociações se voltarem para chegar a um acordo para o conflito, a presença de parceiros europeus será lógica.

“A participação deles no processo de negociação é necessária. Nunca rejeitamos isso, mantivemos discussões constantes com eles”, afirmou Putin.

Michael Froman, presidente do thinktank do Conselho de Relações Exteriores dos EUA, disse que seria um erro um acordo de cessar-fogo vir às custas da aliança transatlântica.

“Para garantir a paz por meio da força, seria do interesse de Trump trabalhar em conjunto com nossos parceiros europeus, que arcarão com o fardo da sobrevivência financeira e econômica da Ucrânia”, escreveu em uma nota na última semana.

Cortes no orçamento de defesa

Putin também disse que aprovou uma sugestão de que a Rússia e os Estados Unidos poderiam discutir cortes profundos, de até metade, nos gastos militares.

“Poderíamos chegar a um acordo com os Estados Unidos. Não somos contra isso”, disse Putin.

“A ideia parece boa para mim. Os Estados Unidos reduzem os deles em 50% e nós reduzimos os nossos em 50%. E a China pode se juntar a nós mais tarde, se desejar”


Vladimir Putin, sobre possível acordo de cortes no orçamento de defesa

Putin rejeitou qualquer noção de que a alteração brusca de Trump na política de Washington sobre a Ucrânia, incluindo críticas ao presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e sugestões de que Kiev pode não recuperar todo o território perdido, foi baseada em emoção.

Segundo o presidente russo, Trump estava agindo logicamente e livre das restrições de promessas à Ucrânia feitas por líderes europeus.

“Ao contrário deles, o novo presidente dos Estados Unidos tem as mãos livres de grilhões que não permitem que você avance”, disse.

“Ele está se movendo de forma direta e sem restrições particulares. Ele está em uma posição única: não diz apenas o que pensa, ele diz o que quer. Este é o privilégio do líder de uma das maiores potências.”

Este conteúdo foi originalmente publicado em Putin diz que Europa é necessária nas negociações com a Ucrânia no site CNN Brasil.

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