A Prefeitura de Cruzeiro do Sul jamais explicou o que foi feito dos R$ 500 mil enviados pela União para pagar os agentes comunitários de saúde e agentes de endemias no ano passado. O recurso é carimbado e previsto em lei federal como adicional de produtividade, respaldado em lei municipal desde 2013 (veja abaixo), e deve ser depositado a cada dezembro. Neste ano, a novela se repete: quase 400 agentes do município se revoltam por que o prefeito, mais uma vez, não pagou – e nem vai pagar. Valores equivalentes já estão na conta do município.
“Não sabemos o que foi feito com esse dinheiro no ano passado e não temos certeza de que o prefeito vai pagar esse pessoal nesse ano. Está sendo difícil tratar o assunto com a prefeitura, que, através de sua assessoria jurídica, orientou o sindicato da categoria e buscar a Justiça. É o que vamos fazer”, declarou o presidente do sindicato, Jairo Benits. O sindicalista revela que as prefeituras de Feijó, Tarauacá e de outras cidades do Acre, já pagaram o benefício. Ele fala da negociação difícil com a prefeitura, lamenta que os trabalhadores, mais um ano, fiquem sem seus direitos, e confirma não haver transparência no uso dos recursos que não podem sofrer desvio de finalidade.
Em nota (veja AQUI), a confederação que representa a categoria sugere que todo esse dinheiro esteja sendo desviado para outros investimentos. Jairo diz ainda que não há informações concretas de que o dinheiro de 2021 foi devolvido à União. “Somente o prefeito Zequinha d eixou de pagar os agentes”, diz ele. Os trabalhadores recebem o adicional por produtividade desde a gestão Wagner Sales.
O sindicato tenta trazer ao Juruá um representante da confederação para destravar a questão.
O prefeito não se manifestou.