Menos de 25% da população do Brasil segue a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para consumo diário de frutas e verduras. A descoberta, publicada na revista científica Cadernos de Saúde Pública, mostra que esses alimentos saíram da lista de compras dos brasileiros principalmente devido à crise econômica e à maior procura pelos ultraprocessados.
A OMS recomenda o consumo de cinco porções de frutas e hortaliças todos os dias, totalizando cerca de 400 gramas. No entanto, o novo estudo mostra que apenas 22,5% dos adultos brasileiros ingerem a quantidade ideal.
A pesquisa foi realizada entre 2008 e 2023, com a participação de adultos das 26 capitais e do Distrito Federal. Ela foi baseada em dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas Não Transmissíveis (Vigitel).
Os estudiosos classificaram o consumo de frutas e hortaliças em duas categorias: regular e o recomendado pela OMS. A primeira caracteriza a ingestão de qualquer quantidade durante os cinco dias da semana, enquanto a segunda consiste em comer ao menos 400 gramas desses alimentos diariamente.
Os resultados mostraram que um terço (34%) dos adultos consome frutas e hortaliças regularmente, porém nem sempre na quantidade ideal. Menos de um quarto (22,5%) dos adultos ingere a quantidade indicada pela agência especializada em saúde.
Inicialmente, as informações coletadas sugeriam haver uma estagnação no consumo desses alimentos no Brasil. No entanto, ao separar os anos observados em dois períodos, os pesquisadores perceberam que, entre 2008 e 2014, houve um aumento no consumo de frutas e hortaliças. Já a partir de 2015 até 2023, verificou-se uma diminuição significativa.
Possíveis motivos redução do consumo de frutas e hortaliças
Embora seja um estudo observacional, que não se aprofundou em investigar as causas da redução do consumo de frutas e hortaliças nos lares brasileiros, os pesquisadores acreditam que a tendência possa estar relacionada a fatores como a crise econômica e instabilidade política do país, que impactaram a renda das famílias.
Outro fator importante é o aumento dos preços dos alimentos in natura, enquanto os industrializados se tornam mais acessíveis por serem mais baratos e fáceis de encontrar. Ainda de acordo com a pesquisa, os grupos mais influenciados foram as mulheres, adultos entre 25 e 34 anos e pessoas com maior nível de escolaridade.
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Fonte: Metrópoles