Dificilmente o deputado federal e coronel Ulisses Araújo vai conseguir apagar a triste repercussão de uma atitude descabida: assinou a PEC que acaba com o Ministério Público do Trabalho (MPT), colegiado que apura e pede punição aos patrões por danos causados aos trabalhadores.
O gesto do parlamentar – eleito ano passado após tentativas frustradas de ser prefeito de Rio Branco e até governador do Acre – lhe rendeu uma saraivada de críticas nas redes sociais. Ninguém quis saber das justificativas, afinal não há o que justifique votar contra trabalhador.
A pressão surtiu o efeito esperado: Ulisses, o único entre os 8 federais acreanos a assinar a PEC, retirou a assinatura e o anúncio foi dentro do Sindicato dos Vigilantes, entidade que tem a obrigação de combater os desastres administrativos da principal empresa de segurança privada do estado, a VIP, que pertence, curiosamente, à família do deputado. Atraso de salários é uma rotina.
O presidente do sindicato, Nonato Souza, aparece numa foto ao lado do político, e ganhou ainda mais notoriedade entre os filiados – afinal é a partir da luta sindical que muita injustiça é reparada.
Ulisses quis sair por cima, como quem diz “errar é humano, estou aqui para reparar o meu erro”.
Talvez por ser debutante no Congresso Nacional e pensar que toda tentativa de legislar em causa própria não será descoberta.
Como diz o ditado, a primeira impressão é a que fica…