O sono, essencial ao funcionamento do corpo humano, é influenciado por fatores externos que são frequentemente ignorados. Mudanças de luz, barulhos e temperatura no quarto, por exemplo, podem interferir diretamente na qualidade do descanso, aumentando a sensação de fadiga matinal.
Uma pesquisa de médicos japoneses encontrou agora uma solução relativamente simples para o problema da sonolência: deixar o corpo exposto à transição de luzes do amanhecer. Segundo os cientistas da Universidade Metropolitana de Osaka, a luz natural e progressiva têm efeitos benéficos ao despertar.
“São milênios de evolução em que o corpo se adaptou a entrar em um estado de vigília aos poucos e os efeitos do amanhecer em nosso estado de atenção ainda não haviam sido estudados propriamente”, afirmou o professor Daisuke Matsushita em um comunicado à imprensa.
Na prática, o problema é que na maioria dos ambientes urbanos a luz constante pública durante a noite impede que as pessoas deixem as cortinas abertas para a luz entrar. Além disso, poucas são as pessoas que querem acordar junto com o sol.
Por isso, o estudo, publicado na edição de abril da Building and Environment aconselha que se busquem alternativas para criar no ambiente doméstico luzes que simulem o amanhecer ou que permitam que ele entre ao menos um pouco pelas janelas.
Luz moderada ajuda a despertar melhor
Para provar os efeitos, os pesquisadores conduziram um experimento com 20 voluntários para entender como a exposição à luz solar antes do despertar melhora o estado de alerta após o sono. A pesquisa utilizou dispositivos motorizados para controlar a entrada de luz natural nos quartos dos participantes para permitir a entrada da luz.
Os voluntários foram expostos, todos, a três cenários: luz natural por 20 minutos antes de acordar, luz natural desde o amanhecer até o momento de levantar e ausência de luz natural antes de despertar.
Ao fim de cada sessão, foram analisadas sonolência, alerta e sensação de fadiga por meio de métodos fisiológicos, como eletroencefalograma e eletrocardiograma, além de questionários subjetivos sobre o estado mental ao acordar.
Quando não se expôs à luz, os resultados do grupo foram piores do que nos outros cenários. Ao receberem 20 minutos de luz natural antes de despertar se obteve os melhores resultados, com menor fadiga e maior prontidão ao levantar.
Controle da luz natural evita excesso nocivo
A exposição à luz por longos períodos antes de acordar apresentou um efeito colateral: maior tempo até alcançar o estado de vigília completo, um despertar lento em relação aos demais cenários.
Segundo os autores do estudo, isso sugere que não apenas a presença da luz, mas também o momento e a duração da exposição são decisivos. Luz em excesso ou precoce pode ter o efeito inverso ao desejado, dificultando o início das atividades matinais.
“Esperamos controlar a luz natural no ambiente de sono, pois ela muda com as estações do ano e o horário do dia, e esclarecer como introduzir luz natural adequada para um despertar mais confortável”, finaliza o professor Matsushita.
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Fonte: Metrópoles