Rendimento médio bate recorde em 2024 e desigualdade é a menor

Em 2024, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita chegou a R$ 438,3 bilhões, maior valor da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), iniciada em 2012.

Na comparação com o ano anterior, foi 5,4% maior do que o estimado para 2023, cujo valor foi de R$ 415,7 bilhões. Em relação a 2019 — último ano antes da pandemia de Covid-19 — a expansão foi de 9,1%.

A desigualdade social, medida pelo índice de Gini — indicador que mensura a concentração de renda, com intervalo de variação de 0 (máxima igualdade) a 1 (máxima desigualdade) — atingiu o menor valor da série, de 0,506, após dois anos apresentando estabilidade.

Os dados referentes à PNAD Contínua foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (8/5).

Rendimento real

O IBGE chama de rendimento mensal real domiciliar per capita a média da renda mensal, em valores corrigidos pela inflação, de todas as pessoas que vivem em um domicílio, dividida pelo número total de moradores.

No ano passado, a renda real domiciliar também firmou o maior valor da série, de R$ 2.020 — uma alta de 4,7% em comparação a 2023 (R$ 1.929). Em relação a 2012 (R$ 1.696), ano inicial da série, a elevação foi de 19,1%.

Por região do Brasil, a Nordeste apresentou o menor valor (R$ 1.319), enquanto a Sul, o maior (R$ 2.499).

Entre as Unidades da Federação, o Distrito Federal (R$ 3.276) liderava, com São Paulo (R$ 2.588) e Santa Catarina (R$ 2.544) na sequência. O menor valor foi do Maranhão (R$ 1.078), seguido por Ceará (R$ 1.210) e Amazonas (R$ 1.231).

Confira a participação na composição de rendimento mensal real em 2024:

  • Todos os trabalhos: 74,9%
  • Aposentadoria e pensão: 16,8%
  • Aluguel e arrendamento: 1,9%
  • Pensão alimentícia, doação e mesada de não morador: 0,8%
  • Programas sociais do governo: 3,8%
  • Outros rendimentos: 1,6%

O rendimento médio de todas as fontes — da população residente com algum tipo de rendimento — aumentou 2,9% frente a 2023, atingindo R$ 3.057 em 2024, e estabeleceu novo recorde da série histórica.

Outros dois indicadores atingiram seus maiores valores reais desde 2012: o rendimento habitualmente recebido em todos os trabalhos (R$ 3.225) e o de programas sociais do governo (R$ 836).

Em 2024, também foram recordes a população com rendimento (143,4 milhões), a população com rendimento habitual do trabalho (101,9 milhões) e a população recebendo aposentadoria e pensão (29,2 milhões).

A população que recebia auxílio de programas sociais do governo aumentou de 18,6 milhões em 2023 para 20,1 milhões no ano passado. No entanto, o contingente ainda não está próximo do pico da série histórica (27,5 milhões), atingido em 2020, ano da pandemia.

Tipo de rendimentos

A PNAD Contínua mostra que a participação do salário ganho por trabalho na composição do rendimento domiciliar cresceu de 74,2% (2023) para 74,9% (2024). Embora tenha subido, a proporção segue abaixo da máxima da série (76,9%) atingida em 2014.

A participação dos programas sociais na renda média dos domicílios subiu de 3,7% para 3,8%, no mesmo período. O resultado ficou bem abaixo do ápice da série (5,9%), atingido durante a pandemia em 2020. Por outro lado, essa composição era de 1,7% em 2019.

A proporção de domicílios com algum beneficiário do Programa Bolsa Família recuou ligeiramente entre 2023 e 2024, indo de 19% para 18,7%). Por outro lado, o percentual de domicílios com pessoas que recebem Benefício de Prestação Continuada (BPC) aumentou.

No caso do BPC, o número chegou ao valor máximo da série histórica em 2024, com 5% de domicílios com beneficiário do programa assistencial, que é pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, gerenciado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Renda dos mais ricos e pobres

O grupo dos 1% mais ricos do Brasil tem uma renda média mensal 36,2 vezes maior que os 40% com menores rendimentos, segundo dados da PNAD Contínua. Na comparação com os 10% com altas rendas, o valor foi 13,4 vezes maior.

O rendimento médio mensal real do 1% mais rico foi de R$ 21.767 em 2024, um aumento de 0,9% em relação ao valor observado em 2023 (R$ 21.579). Enquanto para os 40% mais pobres o valor chegou a R$ 601 — o maior dentro da série histórica para esse grupo —, contra os R$ 550 registrados no exercício anterior, o que representa uma alta de 9,3%.

De acordo com o IBGE, os fatores que podem explicar tal crescimento são: o dinamismo do mercado de trabalho nos últimos anos, com a elevação do nível de ocupação e salários, e o recebimento de benefícios de diferentes programas sociais do governo.

Confira o rendimento médio mensal real domiciliar per capita em 2024:

  • Entre os 5% mais pobres: R$ 154, alta de 17,6% em relação a 2023 (R$ 131)
  • Entre os 5% e 10% mais pobres: R$ 341, alta de 11,1% em relação a 2023 (R$ 307)
  • Entre os 10% e 20% mais pobres: R$ 516, alta de 10% em relação a 2023 (R$ 469)
  • Entre os 20% e 30% mais pobres: R$ 716, alta de 8,3% em relação a 2023 (R$ 661)
  • Entre os 30% e 40% mais pobres: R$ 925, alta de 8,8% em relação a 2023 (R$ 850)
  • Entre os 10% e 5% mais ricos: R$ 4.927, alta de 3,8% em relação a 2023 (R$ 4.746)
  • Entre os 5% e 2% mais ricos: R$ 8.475, alta de 0,2% em relação a 2023 (R$ 8.457)
  • Entre o 1% mais rico: R$ 21.767, alta de 0,9% em relação a 2023 (R$ 21.579)

Em outro recorte, os 10% da população mais ricos (R$ 8.034) recebiam o equivalente a 13,4 vezes o rendimento dos 40% da população com os menores rendimentos. Apesar da enorme desigualdade, essa foi a menor variação desde 2012.

Contudo, a renda média dos mais pobres cresceu mais na passagem de 2023 para 2024 do que a dos considerados mais ricos. Além disso, teve uma expansão bem maior que a média nacional, de 4,7%.



Fonte: Metrópoles

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