Ingratidão é a palavra mais usada pelo senador Sérgio Petecão para definir a exoneração da secretária Marfisa Galvão (Assistência Social) e o racha com o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom.
O senador lembra já ter sido enganado pelo professor de Matemática e disse ter informações de que Márcio Bittar vai emplacar a mulher, Márcia (derrotada nas eleições para o Senado) na Assistência Social. O filho, JP Bittar, dirigente do Republicanos, assumiria a Direção de Esportes da Fundação Garibaldi Brasil.
Abaixo, os principais trechos da entrevista:
O Bocalom disse que não dormiria mais com inimigo. Juro que eu não sabia que era inimigo dele. Eu só ajudei o Bocalom, do início ao fim. Ele tem dito que sou inimigo dele por que falei com o Marcus Alexandre. Falei, sim, como falo o Gladson e outros. Eu sou dirigente partidário. O Bocalom devia ser mais homem. Chegasse pra mim e dissesse que não queria mais o nosso apoio, ao invés de inventar conversa para justificar a decisão dele.
Como ele tira a secretária de Ação Social nesse momento crítico, pós alagação, quando estamos todos lutando por moradia digna???. O cara não tem noção.
Eu tive a informação, que me foi passada por um assessor dele, que ele sonha com a possibilidade de o Gladson ser cassado e lá na frente ter apoio da Mailza, que se tornaria governadora, com apoio inclusive do Márcio Bittar. Não sei….
Hoje, ele disse que eu faço parte da esquerda. Homem, quando éramos da Frente Popular ele assumiu a Emater no Governo Jorge Viana. Quem enfrentou o PT fui eu. Derrotei Jorge, Tião, Edvaldo Magalhães. Se o Bocalom tem interesse em avançar na política, tem que ser mais sincero. O que ele fez foi de uma ingratidão sem limites.
Eu te garanto que ele nunca me procurou para nomear pessoas em meu nome. Quando o Bocalom fala “meu povo”, se referindo aos trabalhadores, na verdade ele tem que se referir ao povo que foi pra rua pra eleger ajudou ele. São pessoas que dependem de seus empregos para comer. São terceirizados e outros humildes que não merecem sair. Eu lamento muito pelos meus amigos, especialmente das terceirizadas. Isso na política é inaceitável. Isso é ingratidão.
O Bocalom já tinha me enganado uma vez, quando eu era candidato ao governo e ele lançou a dele. Quando quer ser gentil, ele é, com aquele jeito dele de abraçar, dar tapinhas. Foi assim que ele conseguiu tocar no coração da Marfisa, e nós fomos todos apoiá-lo. Bocalom não tinha nada. Oito tentativas e perdeu as oito. O povo foi generoso com ele, lhe deu a prefeitura. Agora é com ele…
Ele diz que tem um bilhão para investimento. Espero que ele consiga fazer a coisa certa. Ele não tem coragem de dizer que os espaços vão para o Márcio e fica arrumando subterfúgio.
Na política tudo são momentos. Espero que ela tenha tranquilidade. Não podemos botar o Bocalom de vítima. A Marfisa é da Cidade Nova. Ela mesma me disse “me esqueça que agora eu vou continuar conversando com famílias mais simples e rodar essa Rio Branco mais do que nunca”. Foi uma comoção danada depois que o Bocalom fez terror lá na secretaria. Eu tenho pena dessas pessoas que vivem sob o comando do Bocalom.
No sábado, no calor dessa confusão toda, alguém me procurou dizendo que tinha dossiês contando detalhes de corrupção em Rio Branco. Eu respondi que as coisas devem ser entregues às autoridades. Não é pra mim. Não faço política da chantagem e do revanchismo. Fora isso, eu não soube de coisas que pudessem virar caso de polícia na gestão.