Bombardeios e ataques de drones ucranianos provocaram cortes de energia em áreas do território controlado pela Rússia nas regiões de Zaporizhzhia e Kherson, no sul da Ucrânia, disseram autoridades russas na manhã desta terça-feira (3), no horário local.
As autoridades disseram que não houve impacto nas operações da usina nuclear de Zaporizhzhia – a maior instalação nuclear da Europa, que foi tomada pela Rússia nas semanas após a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro de 2022.
As autoridades russas que administram a usina disseram que os níveis de radiação estavam normais na instalação, que opera em modo de desligamento e não produz energia no momento.
Governadores russos nas duas regiões disseram que os ataques ucranianos levaram as autoridades a introduzir medidas de emergência e a transferir locais importantes para fontes de energia de reserva.
O fornecimento de energia foi interrompido em todas as partes de Zaporizhzhia sob controle russo, escreveu o governador russo Yevgeny Belitsky no Telegram.
“Como resultado do bombardeio das Forças Armadas Ucranianas, equipamentos de alta tensão foram danificados na parte noroeste da região de Zaporizhzhia”, afirmou Belitsky.
“Não há eletricidade em toda a região. O Ministério da Energia da região de Zaporizhzhia recebeu instruções para desenvolver fontes de energia de reserva. Locais de assistência médica foram transferidos para fontes de energia de reserva”, acrescentou.
Na região adjacente de Kherson, mais a oeste, o governador nomeado pela Rússia, Vladimir Saldo, disse que destroços de drones caídos danificaram duas subestações, deixando mais de 100 mil moradores de 150 cidades e vilarejos em áreas controladas pela Rússia sem energia.
Equipes de emergência trabalham para restaurar a energia rapidamente, afirmou.
Por muitos meses no inverno, foram as cidades e vilarejos ucranianos que sofreram repetidos cortes de energia, enquanto os ataques russos concentravam seus ataques na capacidade de geração.
Cada lado acusou repetidamente o outro de lançar ataques à usina nuclear de Zaporizhzhia e correr o risco de um acidente nuclear.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear da ONU, afirmou na semana passada, em resposta a uma denúncia ucraniana, que não via nenhum sinal de que a Rússia estivesse se preparando para reativar a usina de Zaporizhzhia e conectá-la à rede elétrica russa.
A AIEA instalou monitores permanentemente em Zaporizhzhia e em outras usinas nucleares da Ucrânia.