A contenção de R$ 2,6 bilhões no orçamento do Ministério da Defesa está causando grande preocupação nas Forças Armadas brasileiras. Fontes do Exército, Marinha e Força Aérea Brasileira (FAB) alertam que nos próximos meses poderá faltar recursos até mesmo para itens essenciais como combustível para aviões e blindados, além de munições.
Essa situação crítica pode levar a uma paralisação dos treinamentos militares e ao adiamento de projetos de defesa considerados estratégicos. O Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, reconheceu a gravidade da situação, expressando sua preocupação com o impacto da contenção de gastos públicos nas Forças Armadas.
As cúpulas das três forças já iniciaram discussões para reavaliar o orçamento e os ajustes necessários diante desse cenário econômico desfavorável.
Oficiais generais relataram à CNN Brasil que a contenção foi maior do que o esperado, podendo levar as Forças Armadas a entrar no chamado “modo sobrevivência”, com orçamento extremamente limitado.
Impacto no cenário global
O corte no orçamento da Defesa ocorre em um momento delicado, considerando o cenário global de conflitos. Enquanto nações desenvolvidas como Estados Unidos, Rússia e países europeus estão ampliando seus gastos militares, o Brasil se vê forçado a reduzir investimentos nessa área.
Em abril, durante uma cerimônia do Dia do Exército, o comandante da Força Terrestre, general Tomás Paiva, expressou preocupação com a falta de investimentos no país.
Ele destacou que o mundo passa por uma transformação rápida e profunda em suas estruturas geopolíticas tradicionais, com investimentos em defesa crescendo exponencialmente em todas as regiões do globo.
Essa realidade, segundo o general, sugere a necessidade de atenção redobrada em relação à proteção dos brasileiros e dos ativos consagrados pela Constituição. O desafio agora é como manter a eficácia e prontidão das Forças Armadas diante dessas restrições orçamentárias significativas.