Especialistas explicam como a redução do IOF pode afetar o brasileiro

Após aumentar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para empresas para 0,95%, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, decidiu, na última semana, reduzir novamente a alíquota para 0,38%. A decisão foi tomada após pressão do Congresso e do mercado financeiro, que não viram com bons olhos o aumento. O portal LeoDias conversou com especialistas para entender como isso pode afetar o cidadão brasileiro.

Segundo Davi Ramos, educador financeiro e sócio-fundador da Vante Invest, a decisão favoreceu diretamente as empresas. “Para o consumidor, o impacto está na preservação da alíquota de 1,1% nas remessas ao exterior e na compra de dólar em espécie, poupando gastos com viagens, importações e investimentos internacionais”, explica Davi. Ele alerta, porém, que “isto fragiliza a previsibilidade econômica. A mensagem que fica é de improviso e vulnerabilidade da política fiscal frente à pressão política”.

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Fernando Haddad e Simone Tebet apresentam Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do Governo FederalReprodução: YouTube
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Fernando Haddad fala em coletiva de imprensa sobre a mudança no IOFReprodução
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Davi também afirma que “a poupança popular pode perder atratividade, e empresas com margens mais apertadas tendem a sentir o peso de mais tributos. O recuo do IOF foi positivo. Mas, sem cortes de gastos ou reformas sérias, o governo segue preso a um ciclo de elevação de impostos. E, no fim, quem paga a conta, de novo, é quem trabalha, consome e investe”.

Victor Casagrande, especialista em negócios e board member da Unio Company, avalia que o aumento do IOF prejudica as empresas, que terão dificuldade para fechar operações dentro do orçamento e, por isso, tendem a repassar os custos ao consumidor final. “O problema é que, ao repassar isso para o consumidor final, você gera a conhecida pressão inflacionária, porque as empresas precisam elevar o preço do produto para conseguir bancar o ‘novo’ custo de capital.”

Victor considera que o aumento foi mal planejado e destaca os efeitos imediatos. “A medida foi tomada sem uma avaliação adequada das consequências, o que gerou um impacto imediato e negativo. Já tivemos várias frentes desse aumento sendo revisitadas e revogadas, e ainda é difícil dizer o que realmente vai permanecer de pé.” Segundo ele, o governo ainda precisará reavaliar as decisões para evitar novos problemas.

No fim das contas, as recentes idas e vindas na política do IOF expõem não apenas a pressão do mercado e do Congresso sobre o governo, mas também a falta de uma estratégia fiscal consistente para o país. As medidas compensatórias podem aliviar a arrecadação no curto prazo, mas especialistas alertam que elas também podem impactar o bolso de quem trabalha, investe e consome.

O cenário segue instável, e o governo terá de alinhar arrecadação, controle fiscal e estímulo ao crescimento de forma mais clara e sustentável. Sem esse equilíbrio, existe o risco de que ações tomadas de forma reativa acabem agravando ainda mais a desconfiança dos agentes econômicos e da população.



Fonte: Portal LEODIAS

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