Um incômodo generalizado toma conta de acadêmicos e candidatos a alunos do Curso de Fonoaudiologia da Uninorte, a universidade particular mais cara do Acre, após a nota mínima dada ao colegiado pelo MEC (Ministério da Educação). A mensalidade chega a R$ 1 mil.
O portal noticiasdahora, por meio do jornalista Ray Melo, detalhou a avaliação (veja abaixo) que causou burburinhos nos corredores da universidade e revolta entre profissionais da área.
O Conselho Federal de Fonoaudiologia, sediado em Brasília, comunicou ao oseringal, por meio de sua assessoria técnica, que somente se manifestaria na próxima semana, a partir de um pedido formal, por email.
Abaixo, um pedido de declaração da Uninorte, feito pela reportagem, foi respondido há pouco, mas sem informações. A administração superior prometeu se manifestar ainda hoje.
A coordenadora do curso, Soron Stainer, que é presidente da Fundação Hospitalar do Acre (Fundhacre),não respondeu aos telefonemas da reportagem. Ela é é servidora concursada da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) e tem como base de sua formação a área de fonoaudiologia, tendo vasta experiência na Saúde. Já atuou como coordenadora Estadual da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da Sesacre e recentemente exercia a função de diretora de Regulação da Sesacre, papel fundamental para a continuidade dos atendimentos médicos e de exames nas unidades de saúde do Estado.
Leia a reportagem de noticiasdahora.com
Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE): conceito 1, em uma escala que vai de 1 a 5.
A nota, divulgada recentemente pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), não foi bem vista entre educadores, alunos e profissionais da área da saúde. O resultado revela uma deficiência na formação dos futuros fonoaudiólogos e levanta sérias dúvidas sobre a capacidade da instituição em preparar seus estudantes para o mercado de trabalho.
Mais do que um número, a nota 1 no ENADE escancara possíveis falhas estruturais, lacunas no conteúdo programático e fragilidade no corpo docente. Para um curso da área da saúde — onde a precisão técnica, o conhecimento científico e a responsabilidade social são fundamentais — o resultado é um alerta preocupante que compromete não apenas a imagem da instituição, mas a credibilidade do ensino superior no Acre.
O curso é coordenado por Soron Angélica Stainer, que atualmente também exerce uma das funções mais relevantes no setor público estadual: a presidência da Fundação Hospital Estadual do Acre (Fundhacre). A acumulação de cargos tão exigentes, em áreas distintas e igualmente sensíveis, levanta questionamentos sobre a real capacidade de acompanhamento pedagógico que um curso de tamanha responsabilidade exige. Há quem critique a ausência de dedicação exclusiva à formação acadêmica, especialmente diante de um resultado tão alarmante.
Esse desempenho pode estar relacionado à falta de investimento em infraestrutura, laboratórios, práticas clínicas supervisionadas e na qualificação contínua de professores. Estudantes também apontam dificuldades no acesso a estágios e escassez de atividades práticas durante a formação.