Sempre presente na mesa dos brasileiros, o café é uma das bebidas mais tradicionais do país e faz parte do cotidiano de muitas pessoas. Além de aumentar a energia e a disposição, a cafeína melhora a performance física e cognitiva e tem ação protetora contra algumas doenças, como as cardíacas.
Mas afinal de contas, existe um horário ideal para tomar uma xícara de café? Especialistas ouvidos pelo Metrópoles explicam que o momento mais adequado depende do objetivo de cada pessoa.
“Muitas pessoas acordam indispostas por dormirem mal, e o café permite que elas conduzam a rotina até um despertar mais completo”, conta o professor de nutrição Guilherme Falcão, especialista em café, da Universidade Católica de Brasília.
A maioria das pessoas tende a consumir o café pela manhã, ao acordar, e a medida não está errada. No entanto, é importante respeitar o despertar natural do organismo ao invés de ativá-lo com a cafeína.
De acordo com a nutricionista Juliana Epaminondas de Araújo, o mais recomendado é ingerir a bebida cerca de 60 a 90 minutos após levantar da cama para não interferir na produção natural de hormônios do corpo.
“Quando acordamos, há um pico natural de cortisol, hormônio que nos mantém alerta, e o consumo imediato de cafeína pode interferir nessa regulação hormonal”, diz a profissional do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
Mas se o objetivo é usar o café como pré-treino, o ideal é consumir a bebida entre uma hora e trinta minutos antes das atividades físicas. Se o treino for realizado à noite, o ideal é evitar a bebida para não atrapalhar o sono.
“O café no pré-treino também aumenta a liberação de endorfinas, que estimulam as sensações de bem-estar e conforto durante a atividade física”, explicou a nutricionista Débora Fernanda Basso, da rede Acesso Saúde, em entrevista anterior ao Metrópoles.
Benefícios do café
- Ação antioxidante: os polifenóis presentes no café atuam como potentes antioxidantes, ajudando a neutralizar radicais livres e a reduzir o estresse oxidativo.
- Efeito neuroprotetor: estudos sugerem que a ação anti-inflamatória e antioxidante do café pode estar associada à redução do risco de doenças neurodegenerativas.
- Melhora do desempenho cognitivo: a cafeína estimula o sistema nervoso central, promovendo o aumento no estado de atenção e concentração, além de reduzir a fadiga.
- Potencial termogênico: a cafeína aumenta o gasto energético, ajudando indiretamente no controle do peso corporal, quando associado a hábitos saudáveis.
Até que horas é seguro tomar café?
A cafeína tem o tempo médio de metabolização de seis a oito horas no organismo, podendo chegar até a 12 horas, dependendo da dose ingerida. O mais indicado é evitar o consumo do café após às 17h. Pessoas com dificuldade para dormir ou com ansiedade noturna devem interromper a ingestão mais cedo.
“Considerando sintomas de insônia ou pessoas com tendência à ansiedade maior no período noturno, o ideal é testar como sua metabolização responde de forma individual. De forma genérica, evitamos café após às 17h pela proximidade do horário de dormir. Se ainda se sentir prejudicado, antecipamos para 15h e assim por diante, até achar um horário que não afete a qualidade do sono”, ensina o nutricionista Bruno Correia, de Brasília.
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O café deve ser consumido com moderação
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Rico em cafeína, o café dá energia e melhora a concentração
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O ideal é consumir de manhã ou no início da tarde
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O café é uma opção de alimento termogênico
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Qual é a dose diária de cafeína considerada segura?
Para adultos saudáveis, a dose segura de cafeína é até 400 mg por dia – equivalente a quatro xícaras de café coado (240 ml cada) ou cinco a seis xícaras menores (50 a 100 ml). Para as gestantes, o limite cai para 200 mg por dia, e em casos de gestação de risco, o café pode ser até contraindicado.
Vale ressaltar que o modo de preparo influencia na quantidade de cafeína consumida. Por exemplo, uma xícara de café coado contém entre 30 a 50 mg de cafeína, enquanto um expresso duplo, mesmo com menor volume, pode ter até 200 mg do estimulante.
A ingestão exagerada de café pode resultar em efeitos adversos, como insônia, ansiedade, irritabilidade, taquicardia, aumento da pressão arterial, azia ou gastrite. A presença deles é um sinal de alerta para a necessidade de avaliação com um profissional de saúde.
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Fonte: Metrópoles