Focus: mercado reduz projeção de inflação, mas aumenta de juros e PIB

Analistas do mercado financeiro revisaram para baixo a projeção de inflação para 2025, enquanto aumentaram as estimativas referentes à taxa de juros (a Selic) e ao Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deste ano.

Os números fazem parte do relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (23/6) pelo Banco Central. O boletim resume a análise de mais de 100 especialistas do mercado financeiro, consultados semanalmente no levantamento do BC.

O que é o relatório Focus

  • O Relatório de Mercado Focus resume as estatísticas calculadas considerando as expectativas de mercado financeiro coletadas até a sexta-feira imediatamente anterior à divulgação do documento.
  • O Focus é tradicionalmente divulgado toda segunda-feira.
  • O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio (dólar), taxa Selic, entre outros indicadores.
  • As projeções são do mercado, não do Banco Central. A autoridade monetária só reúne e divulga os dados.

Inflação

Segundo o Focus, a projeção de inflação passou de 5,25%, na semana passada, para 5,24%. As expectativas para os próximos dois anos (2026 e 2027) seguem inalteradas, enquanto a previsão para 2028 caiu de 3,85% para 3,83%.

Confira como ficaram as variações:

  • para 2025, caiu de 5,25% para 5,24%;
  • para 2026, continua em 4,50%;
  • para 2027, segue em 4%; e
  • para 2028, passou de 3,85% para 3,83%.
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Embora tenha diminuído, a previsão de 2025 indica que o mercado financeiro acredita que a inflação deve estourar o teto da meta deste ano, que é de 4,5%. No entanto, a mudança na projeção sugere para uma eventual ancoragem das expectativas.

Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual – isto significa, com piso de 1,5% e teto de 4,5%. Ela será considerada cumprida se oscilar dentro desse intervalo de tolerância.

Isso porque, a partir deste ano, a meta de inflação é contínua, com índice apurado mês a mês. Se o acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.

A inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acumula alta de 5,32% nos últimos 12 meses até maio. Nesse patamar, o país caminha para mais um ano em que o objetivo será desobedecido.

Taxa de juros

A projeção para a taxa básica de juros, a Selic, foi alterada após seis semanas. A mudança ocorre após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevar, na semana anterior, a Selic de 14,75% ao ano para 15% ao ano.

A estimativa passou de 14,75%, na semana passada, para 15%. Por outro lado, as previsões do mercado financeiro para os demais anos seguem as mesmas, confira abaixo:

  • Para 2026, os analistas projetam uma Selic de 12,50% ao ano.
  • Para 2027, a previsão da taxa de juros é de 10,50% ao ano.
  • Para 2028, a estimativa continua em 10% ao ano.

No momento, o mercado aguarda os detalhes da ata do Copom, que será divulgada pelo BC às 8h desta terça-feira (24/6).

PIB

Os economistas ainda preveem que o PIB do Brasil crescerá 2,21% neste ano. Na semana passada, a estimativa era de 2,20%.

Com o resultado desse Focus, a previsão do mercado se aproxima da projeção oficial do Ministério da Fazenda para o crescimento da economia brasileira em 2025, que é de 2,4%. Por outro lado, o Banco Central estima um avanço de 1,9%.

A projeção do PIB referente a 2026 também foi revisada para cima, indo de 1,83% para 1,85%. As dos demais dois anos não foram alteradas e ambas seguem em 2%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país, estado ou cidade, em um ano. Uma alta significa que a economia está crescendo em um ritmo bom, enquanto um recuo implica encolhimento da produção econômica da nação.

No primeiro trimestre, o PIB registrou alta de 1,4%, com destaque para a expansão do agro. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no fim de maio.

Dólar e balança comercial

Dólar

Nesta edição do Focus, o mercado financeiro revisou para baixo as expectativas referentes à taxa de câmbio (ou seja, o dólar) de 2025 e 2027. Contudo, não fez alterações para 2026 e 2028.

Veja como ficaram as projeções para o dólar:

  • 2025: o valor caiu de R$ 5,77 para R$ 5,72.
  • 2026: a estimativa está em R$ 5,80.
  • 2027: a projeção passou de R$ 5,80 para R$ 5,75.
  • 2028: a previsão segue em R$ 5,80.

Balança comercial

O saldo da balança comercial (valores do total exportações menos as importações) é de US$ 74 bilhões de superávit em 2025, conforme o relatório. As estimativas para os próximos três anos não mudaram em relação à semana passada.

Confira as estimativas para:

  • 2026: a projeção de superávit é de US$ 78 bilhões.
  • 2027: a previsão para o saldo positivo da balança comercial está em US$ 80 bilhões.
  • 2028: a expectativa de superávit continua em US$ 80 bilhões.



Fonte: Metrópoles

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