Bonito, suculento e cheiroso, o caju engana muitos desavisados. Basta uma mordida para o sabor doce dar lugar a um amargor inesperado, quase um “travamento” na boca e nas gengivas. Essa sensação, segundo o nutricionista Eduardo Lustosa, vem dos taninos — compostos naturais presentes na fruta, que provocam adstringência.
“É como se a boca ficasse áspera e seca por alguns minutos. Isso é totalmente natural, faz parte da defesa da planta e tende a ser mais intenso nos cajus verdes ou menos maduros”, explica o profissional que atende em Brasília.
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O amargor, no entanto, não deve ser motivo para tirar a fruta do cardápio. Muito pelo contrário. Lustosa lembra que o caju tem mais vitamina C que a laranja, ajuda a fortalecer a imunidade, melhora o funcionamento do intestino e contribui para a saciedade — o que favorece o emagrecimento.
“Ele também tem minerais como ferro, magnésio e potássio, que atuam na energia, saúde muscular e controle da pressão arterial”, completa.
Caju, fruta tropical rica em vitamina C
- O amargor do caju é causado por taninos, compostos naturais que provocam a sensação de boca seca.
- A intensidade desse “travamento” varia conforme a maturação da fruta e o tipo de caju.
- O caju é altamente nutritivo: tem mais vitamina C que a laranja.
- Estudo da Embrapa identificou quantidades diferentes de ácido anacárdico entre os tipos de caju.
Já o nutricionista Caio Mita, também de Brasília, destaca que o caju é um alimento funcional, ideal para quem busca saúde óssea, equilíbrio hormonal, bem-estar e desempenho físico. Rico em antioxidantes e fibras, ele auxilia na redução do colesterol, na recuperação muscular e até na melhora da pele, cabelos e unhas. “O consumo regular, seja in natura, em sucos ou receitas, faz toda a diferença para quem quer uma alimentação equilibrada”, orienta.
Caju é rico em vitamina C, um antioxidante potente que fortalece o sistema imunológico
Ciência por trás do amargor do caju
E se o amargor incomodar, a ciência ajuda a entender. Um estudo da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, conduzido pela pesquisadora Tânia da Silveira Agostini-Costa, analisou o teor de ácido anacárdico — outro composto do caju — em diferentes clones da fruta. A pesquisa revelou que há variação significativa entre os tipos de caju, o que pode intensificar ou suavizar a sensação de amargor.
Ainda que o caju surpreenda com a sensação de amargura, ele tem muitos benefícios e saber qual é a origem desta sensação, ajuda e muito a desmistificar e a valorizar o fruto. O importante é não abrir mão dos benefícios que ela oferece.
Como evitar a sensação de “boca amarrada”
O jeito mais simples de evitar a sensação é consumir cajus maduros, que contêm menos taninos do que os verdes. Mas se ainda assim o sabor continuar forte, Eduardo Lustosa indica a adição de um pouco de sal.
“Consumir a fruta com um pouco de sal ou em preparações (como suco com água e gelo) costuma suavizar essa sensação”, afirma.
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Fonte: Metrópoles