A artista norte-americana Emma Webster, de 36 anos, afirma ter sido vítima de um golpe ao acreditar que havia vendido uma de suas obras para a cantora Lady Gaga. A negociação, que parecia legítima à primeira vista, foi feita por e-mail, com direito a selfie da artista pop e pagamento integral. No entanto, tudo indica que a transação foi forjada por um golpista.
A suposta compra aconteceu em 2022, quando Emma recebeu uma mensagem assinada por Stefani Germanotta, nome de batismo de Lady Gaga. No texto, a remetente se dizia fã do trabalho da artista visual e afirmava estar ampliando sua coleção pessoal, que incluiria obras de mulheres como Yayoi Kusama, Louise Bourgeois e outras referências do meio artístico. A mensagem foi enviada por um e-mail que fazia referência ao cachorro da cantora: [email protected].
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Na época, Emma estava famosa no mercado de arte após uma sequência de exposições bem-sucedidas. Animada com o contato, ela respondeu oferecendo a pintura Happy Valley, uma obra de grandes dimensões (2×3 metros) com temática pastoral e uso variado de cores. O suposto comprador aceitou, pediu um desconto e enviou uma selfie que mostrava Lady Gaga usando suéter cinza e óculos escuros, além de afirmar que uma assistente cuidaria dos detalhes do pagamento e envio.
O valor de US$ 55 mil foi pago, e a obra despachada ao destino indicado. Na ocasião, Emma pediu que a peça não fosse revendida por ao menos cinco anos, ao que o comprador respondeu afirmando que jamais faria isso.
No entanto, em 2024, dois anos após a venda, o pai de Emma reconheceu a obra em uma postagem da casa de leilões Christie’s, em Hong Kong. Surpresa, a artista entrou em contato com o empresário de Lady Gaga, Bobby Campbell, que rapidamente confirmou a fraude. “Ela não usa esse e-mail e não temos ninguém com o nome citado na mensagem. Sinto muito que você tenha sido enganada”, declarou.
Emma, então, procurou mais informações sobre o paradeiro da obra. A Christie’s informou que o quadro havia sido enviado por um galerista chamado Matt Chung, de Hong Kong, que afirmou tê-lo adquirido por meio de John Wolf, um consultor de arte em Los Angeles. Ambos disseram desconhecer a origem fraudulenta da pintura e se declararam também vítimas da situação. Chung chegou a propor que Emma recebesse 30% do valor arrecadado no leilão, mas a oferta foi recusada.
O caso gerou uma disputa legal. Matt Chung entrou com uma ação civil em Hong Kong, alegando ter um contrato válido com a casa de leilões e pedindo a devolução da obra. A Christie’s, por sua vez, retirou o quadro do leilão, mas o mantém em sua posse até que a Justiça decida a quem ele pertence.
Enquanto isso, o caso foi reportado às autoridades norte-americanas. O advogado de Emma, Thaddeus Stauber, confirmou que ele está sendo apurado pelo FBI.
Fonte: Portal LEODIAS