Dezenas de posseiros da Reserva Chico Mendes que tiveram bois e porcos apreendidos e maquinários e terras embargadas pelos órgãos ambientais se revoltaram com uma falha grave da mesa-diretora da Aleac, nesta terça-feira. Era o dia da audiência pública para ouvir os órgãos de fiscalização que, inclusive, atearam fogo em casas e derrubaram currais e destruíram cercas das propriedades.
O parlamento não soube se comunicar com os trabalhadores, que vieram em peso, em longa viagem até a capital. Eles acusam o presidente Nicolau Junior de não dar importância ao problema.
Na última semana ficou acertado que estariam presentes deputados federais, senadores, representantes do IBAMA, do ICMBIO, MPF e PF para um esclarecimento definitivo sobre o que, de fato, ocorreu na reserva. Ninguém compareceu e até os deputados com base no Vale do Juruá sumiram.
Mesmo sabendo que nesta data estaria acontecendo a Expojuruá e que quase todos os deputados estariam em Cruzeiro do Sul, a mesa diretora manteve a agenda e não comunicou ninguém sobre possíveis entraves.
Muitos posseiros saíram no dia anterior de suas propriedades.
Após um protesto e muita insatisfação, nas galerias da Aleac, a audiência acabou sendo remarcada para o dia 11 de julho, mas sem que a Aleac desse explicação alguma sobre a falha que foi somente sua.
O clima era de muita revolta e indignação entre os presentes, que cobravam presença e apoio da bancada federal acreana no caso. Alguns defenderam acampamento no Hall da Alec até dia 11, mas foram voto vencido.