Parlamentares britânicos votaram, nesta quarta-feira (2), para classificar o grupo ativista Palestine Action (“Ação Palestina”, em tradução literal) como uma organização terrorista.
A medida, que ainda depende de uma votação final, surge após ativistas do grupo invadirem uma base militar e danificarem dois aviões em protesto contra o que eles dizem ser o apoio do Reino Unido a Israel.
O Ação Palestina, que se descreve como um movimento de ação direta que usa métodos disruptivos, tem como alvo rotineiro empresas no Reino Unido com ligações a Israel, incluindo a empresa de defesa israelense Elbit Systems, que ela chama de “alvo principal”.
O governo trabalhista britânico acusou o grupo de causar milhões de libras em danos por meio de ações em uma fábrica da Thales em 2022, em uma unidade da Elbit no ano passado e na base da Força Aérea Real no sul da Inglaterra no mês passado – o gatilho para a decisão de banir ou proscrever o grupo.
A proibição designaria oficialmente o Ação Palestina como uma organização terrorista equivalente ao Estado Islâmico ou à Al Qaeda pela lei britânica, tornando crime apoiar ou pertencer aos grupos.
A ordem de banimento vai ser discutida na Câmara dos Lordes, a câmara alta do Parlamento, nesta quinta-feira (3). Se aprovada pelos legisladores britânicos, a proibição do Ação Palestina entrará em vigor nos próximos dias.
O grupo, que chamou a proibição de injustificada e de “abuso de poder”, contestou a decisão na Justiça e uma audiência emergencial é esperada para sexta-feira (4).
Especialistas das Nações Unidas nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU pediram que o Reino Unido reconsidere sua decisão, argumentando que atos de danos à propriedade sem a intenção de colocar vidas em risco não devem ser considerados terrorismo.
A secretária do Interior, Yvette Cooper, ministra do Interior britânica, diz que violência e danos criminais não têm lugar em protestos legítimos e que uma abordagem de tolerância zero é necessária para a segurança nacional.
Na terça-feira (1º), o grupo disse que seus ativistas bloquearam a entrada de uma instalação da Elbit em Bristol, sudoeste da Inglaterra, e que outros membros ocuparam o telhado de uma empresa subcontratada em Suffolk, leste da Inglaterra, que, segundo ele, tinha ligações com a Elbit.
Israel negou repetidamente ter cometido abusos em sua guerra em Gaza , que começou depois que o grupo palestino Hamas atacou Israel em 7 de outubro de 2023.
Além do Ação Palestina, a ordem de banimento aprovada pelos parlamentares inclui o grupo neonazista Maniacs Murder Cult e o Movimento Imperial Russo, um grupo supremacista branco que busca criar um novo estado imperial russo.
A votação dos três grupos foi feita em conjunto, o que significa que todos os três devem ser banidos ou nenhum deles.