No último sábado (28/6), o duelo entre Gama e Planaltina, vencido pelos visitantes por 3 x 1, foi marcado, mais uma vez, pela irresponsabilidade da FFDF, que não providencia ambulâncias para os jogos da base no Distrito Federal.
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Aos 41 minutos da primeira etapa, ocorreu um grave choque de cabeça. O atleta Luís Felipe, do Planaltina, caiu no chão com fortes sinais de concussão. O socorro não foi de imediato, mesmo diante da complexidade da situação, devido à falta de profissionais capacitados.
Segundo a súmula do jogo e relatório do delegado da partida, também não havia equipe médica presente na comissão técnica das equipes. O Samu foi acionado, porém a ambulância só chegou ao local meia hora depois, deixando o estádio quase uma hora após o lance. O jogador foi atendido no Hospital de Base.
A súmula da partida fala sobre o atleta caído e relata que o mesmo saiu de campo rumo ao hospital. Porém, ela omite o choque de cabeça entre os jogadores e a falta de ambulância no local.
Dentre os 10 times participantes da competição, apenas Samambaia e Brasiliense têm ambulâncias à disposição em todos os jogos. Vale ressaltar que o serviço é bancado, neste caso, pelos próprios clubes, uma vez que a FFDF não considera necessário.
Problema Antigo
A falta das ambulâncias já foi relatada pelo Metrópoles logo na primeira rodada da competição e o problema foi semelhante, um choque de cabeça entre atletas. Na ocasião, Capital e Ceilandense disputavam a partida. O confronto ficou parado por cerca de cinco minutos, com o pai do atleta levando o filho ao hospital sem nenhum cuidado médico.
Segundo a Lei Geral do Esporte, a presença de uma ambulância é obrigatória em jogos profissionais e a responsabilidade é do mandante do jogo. Na maioria dos estados, o serviço é custeado pela federação, porém, a lei não é específica sobre ambulâncias nas competições de base.
Mesmo sem a obrigatoriedade, vários estados decidem, por meio de um conselho arbitral, o custeamento do serviço médico, que é sempre fundamental para que a partida tenha mais segurança. Porém, no Distrito Federal, isso não foi discutido.
O que diz a Federação
Ao Metrópoles, a Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF) explicou sobre a não obrigatoriedade das ambulâncias em jogos da base no Distrito Federal.
“O artigo 149 da Lei Geral do Esporte, no parágrafo 2º, que diz: ‘O detentor do direito de arena ou similar deverá disponibilizar 1 (uma) ambulância para cada 10.000 (dez mil) torcedores presentes ao evento’. No entanto, vale salientar que, esta federação, desde 2017, sob a gerência da atual gestão, fomenta as suas competições, desde a categoria sub-11, passando também pelo feminino e o Campeonato Candango Profissional da Série A (onde a FFDF banca as ambulâncias)”, disse o diretor técnico, Márcio Coutinho.
Ele também comentou sobre a decisão dos clubes quanto às ambulâncias.
“Além disso, os clubes têm o direito de debaterem todos os temas relacionados às competições, inclusive a utilização ou não de ambulâncias nos campeonatos amadores, nas ocasiões dos Conselhos Arbitrais, que antecedem e regulam todas as competições”, concluiu
Fonte: Metrópoles