A atriz Fabiana Karla contou, durante uma entrevista ao Sem Censura, da TV Brasil, que enfrentou dificuldades na época do colégio por ter sido negligenciada enquanto criança superdotada.
No programa transmitido na quarta-feira (2), a artista pernambucana explicou como a condição afeta seu cotidiano e tentou trazer novas faces para o estereótipo vinculado à superdotação, que está sempre atrelado a uma criança super inteligente.
“Eu tenho muitas inquietações que hoje eu descobri o porquê de sofrer tanto ao longo da vida com algumas coisas que eram tão simples para outras pessoas. Sou ambidestra, então os dois hemisférios brigam um com o outro. Um quer a razão, e o outro quer a emoção, e você tem que se virar. São várias camadas”, disse. “Isso é uma condição, não é uma coisa que eu queira.”
“Eu queria desmistificar que uma pessoa superdotada sabe de tudo. Ela pode ter coerência em algumas coisas, maior QI em algum aspecto, mas não quer dizer que é em tudo. Na hora de falar as coisas, eu tenho ‘verbo’ e seria uma ótima advogada, seria uma boa atriz, mas tenho muitas máscaras de defesa.”
Fabiana Karla reforçou que a superdotação traz camadas difíceis para sua vida e pediu que as escolas estejam mais preparadas para lidar com crianças que apresentam essa condição. Segundo ela, não é raro que crianças superdotadas tenham diagnósticos equivocados, como de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e transtorno do espectro autista (TEA).
“A minha hipersensibilidade em relação às pessoas é muito nociva, eu tenho muitas camadas que são dolorosas. Não é uma coisa ‘Fulana é superdotada! Vai dizer no Luciano Huck quanto dá a soma’. Não é sobre isso”, defendeu. “As escolas precisam ter um olhar para essas crianças porque eu fui uma criança negligenciada. A gente tá cheio de crianças com diagnóstico de TDAH que têm superdotação. Existem várias circunstâncias que se misturam com TDAH, com TEA. eu tenho várias situações de problema com calor, com temperatura, com barulho.”
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