Neste 12 de julho, Dia Nacional do Funk, a celebração do gênero popular e um dos mais populares no Brasil ainda é atravessada por resistência e estigmas. Embora tenha conquisto o mundo com batidas únicas, por aqui o ritmo é alvo de ataques e desvalorização.
Para Pocah, 30, a realidade também é de enfrentamento. “Ser uma mulher funkeira que começou aos 15 anos seria maravilhoso dizer que o preconceito ficou no passado, mas ele ainda está muito presente. Eu quero um dia poder contar que vencemos de forma conjunta”, reflete à CNN.
Com mais de 950 mil ouvintes mensais no Spotify, a carioca de Duque de Caxias, transformou o funk em um trampolim para o mundo, levando turnês para os Estados Unidos e Europa, consolidando sua presença e impacto na cena musical.
Apesar da projeção internacional, a artista conta que o reconhecimento externo muitas vezes não se traduz em valorização interna. “Acho que existe uma síndrome de vira-lata, sabe? O pessoal valoriza mais o que vem de fora. Lá o povo canta tudo e acha maravilhoso. Aqui, quando é funk, acham ofensivo, acham que é bagunça”, conta.
Essa diferença de percepção também impacta diretamente a forma como a sociedade enxerga artistas mulheres dentro da cena. “O funk é meu lugar de liberdade. De usar o que eu quiser, de ser quem eu sou. E isso incomoda. Incomoda porque a mulher no funk ousa, fala o que pensa, e isso desafia muita gente”, entrega.

Em 2024, Pocah lançou o álbum “Cria de Caxias”, para mostrar que o gênero pode, além de tudo, construir. Foi com ela que ela teve participações como apresentadora no Multishow, se destacou nas passarelas da São Paulo Fashion Week, considerada a maior semana de moda da América Latina, e empresária de uma marca de beleza, voltada para a diversidade da pele brasileira.
“Tudo o que conquistei começou com o funk. É ele que me abriu portas e, ainda assim, ele continua sendo julgado por onde veio, e não pelo que é. O funk é meu. É nosso. E ninguém vai apagar isso”, finaliza.
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