O tempo é um fator determinante na sobrevivência e recuperação de pacientes que sofrem infarto, conforme alerta o cardiologista intervencionista do InCor/FMUSP, Carlos Campos ao CNN Sinais Vitais. “Tempo é músculo”, resume o especialista, enfatizando que cada minuto é crucial quando se trata de uma emergência cardíaca.
A explicação é clara: quando uma artéria coronária – responsável por levar oxigênio ao coração – fica obstruída, o músculo cardíaco começa a morrer progressivamente. O dano causado é irreversível, pois o tecido cardíaco não se regenera, tornando o atendimento rápido uma prioridade absoluta.
Procedimento de emergência
No InCor, o procedimento padrão para casos de infarto é realizado através do cateterismo. O método consiste na inserção de um pequeno tubo pelo punho do paciente até o coração, permitindo a desobstrução da artéria afetada. Durante o processo, é instalado um stent (uma pequena mola) que restaura o fluxo sanguíneo e o fornecimento de oxigênio ao músculo cardíaco.
Protocolos e metas de atendimento
A instituição estabelece metas rigorosas para o atendimento de emergência. O objetivo é que o paciente tenha sua artéria desobstruída em até 60 minutos após dar entrada no hospital. Os protocolos internacionais determinam que a abertura da artéria deve ocorrer em até três horas do início da dor, quando o paciente já está no hospital.
Para garantir esse atendimento ágil, o hospital mantém cardiologistas de plantão 24 horas, além de contar com ferramentas de inteligência artificial para diagnóstico rápido e equipe especializada sempre preparada na sala de cateterismo. Em casos de pacientes em locais remotos, há um prazo de até quatro horas para transferência a um centro de alta complexidade.