IPCA-15: prévia da inflação acelera e fica em 0,33% em julho

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação, indica que os preços de bens e serviços subiram 0,33% em julho. O valor representa uma alta de 0,07 ponto percentual em relação a junho (0,26%).

Os dados referentes ao IPCA-15 foram divulgados nesta sexta-feira (25/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado do mês ficou acima das previsões do mercado financeiro, que variavam entre 0,29% e 0,31%.

No acumulado de 12 meses, a prévia da inflação tem alta de 5,30%, acima dos 5,27% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. No ano, avançou 3,40%. Em julho de 2024, o IPCA-15 foi ligeiramente menor (0,30%).

O maior impacto veio do grupo de Habitação, que subiu 0,98% no período, com destaque para o aumento de 3,01% nos preços da energia elétrica residencial — subitem com maior impacto positivo no IPCA-15 de julho (0,12 ponto).

Segundo o IBGE, a energia elétrica contribuiu para o resultado do grupo devido à permanência da bandeira tarifária vermelha patamar 1 em julho, com a cobrança adicional de R$ 4,46 a cada 100 kwh consumidos.

O IPCA-15

  • O IPCA-15 difere do IPCA, que mede a inflação oficial do país, na abrangência geográfica e no período de coleta, que começa no dia 16 do mês anterior. Por essa razão, ele funciona como uma prévia do IPCA.
  • O indicador coleta dados sobre as famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. Ele abrange: Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador, Curitiba, Brasília e Goiânia.
  • A próxima divulgação, referente a agosto, será feita em 26 de agosto.

Destaques da prévia da inflação

Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 14 de junho a 15 de julho (referência) e comparados com aqueles vigentes de 16 de maio a 13 de junho (base).

Cinco dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados registraram apresentaram alta em julho, enquanto três mostraram queda e um teve variação nula. Entre as elevações, a maior foi do grupo de Habitação. Do lado das baixas, o destaque vai para Alimentação e Bebidas, que caiu pelo segundo mês seguido.

Variação de cada grupo em julho:

  • Alimentação e bebidas: -0,06%
  • Habitação: 0,98%
  • Artigos de residência: -0,02%
  • Vestuário: -0,10%
  • Transportes: 0,67%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,21%
  • Despesas pessoais: 0,25%
  • Educação: 0%
  • Comunicação: 0,11%

Impacto de cada grupo no IPCA-15 de julho:

  • Alimentação e bebidas: -0,01 ponto percentual
  • Habitação: 0,15 ponto percentual
  • Artigos de residência: 0 ponto percentual
  • Vestuário: 0 ponto percentual
  • Transportes: 0,13 ponto percentual
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,03 ponto percentual
  • Despesas pessoais: 0,03 ponto percentual
  • Educação: 0 ponto percentual
  • Comunicação: 0 ponto percentual

O que dizem especialistas

Leonardo Costa, economista do ASA, afirma que a projeção do IPCA de julho deve ser reduzida em decorrência da “queda do preço das commodities em real e o esfriamento dos bens industrializados deve ser o principal motivo para redução da projeção”.

Para André Valério, economista sênior do Inter, o resultado veio em linha com a tendência observada nas últimas divulgações. “A tendência deve ser de continuidade da melhora, com boa parte da deflação observada nos índices gerais de preços nos últimos meses ainda para ser repassada ao consumidor”, diz.

Ainda segundo Valério, o resultado do IPCA-15 não deve influenciar a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central sobre a próxima taxa básica de juros, a Selic. O Copom se reúne nos próximos dias 29 e 30 de julho.

“Esperamos que à medida que o aperto monetário seja transmitido para a atividade, vejamos uma menor pressão sobre a inflação no 2º semestre”, avaliou ele, acrescentando que o primeiro corte na taxa Selic será feito na reunião de dezembro.

Habitação em alta

Embora tenha avançado 0,98%, o grupo Habitação apresentou desaceleração no período, após subir 1,08% em junho. A energia elétrica residencial (3,01%) exerceu o principal impacto individual no IPCA-15. Isso porque, em julho, a bandeira tarifária vermelha patamar 1 — com taxa extra nas contas — foi mantida.

Sistema de cores das bandeiras tarifárias - Metrópoles

Inflação dos alimentos recua pelo 2º mês seguido

O grupo Alimentação e bebidas recuou pelo mês consecutivo, registrando queda de 0,06%. A alimentação no domicílio (ou seja, os alimentos comprados nos supermercados) caiu 0,40% em julho, ante a variação de -0,24% em junho.

Contribuíram para o resultado:

  • as quedas nos preços batata-inglesa (-10,48%), da cebola (-9,08%) e do arroz (-2,69%).
  • as altas nos preços do tomate (6,39%), após cair 7,24% no mês anterior.

A alimentação fora do domicílio (0,55%) acelerou em relação ao mês de junho (0,55%), em virtude dos aumentos do lanche (de 0,32% em junho para 1,46% em julho) e da refeição (de 0,60% em junho para 0,65% em julho).

Outros destaques

Os Transportes apresentaram aceleração na passagem de junho (0,06%) para julho (0,67%). A alta foi impulsionada pelas passagens aéreas, que avançaram 19,86%), e pelo transporte por aplicativo, que encareceu 14,55%.

Por outro lado, os combustíveis recuaram 0,57% em julho, com quedas nos preços do gás veicular (-1,21%), do óleo diesel (-1,09%), do etanol (-0,83%) e da gasolina (-0,50%).

Também tiveram baixas no metrô (-0,14%) e no ônibus urbano (-0,44%). Enquanto o táxi subiu 0,67% no mês.

No caso do grupo Despesas pessoais, o destaque foi o reajuste de preços nos jogos de azar (3,34%), em vigor desde 9 de julho. Já em Saúde e cuidados pessoais, o plano de saúde teve alta de 0,35% devido à incorporação dos reajustes autorizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

Previsões do mercado para o IPCA de julho

Analistas do mercado financeiro consultados semanalmente pelo Banco Central (BC) projetam que a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), avançará 0,31% em julho.

Segundo o relatório Focus, as previsões indicam que o IPCA fechará o ano em 5,10%, acima do teto da meta.

Leia também

Em 2025, a meta inflacionária é de 3%, com variação de 1,5 ponto percentual (com piso de 1,5% e teto de 4,5%). Se o acumulado em 12 meses ficar fora desse intervalo por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.



Fonte: Metrópoles

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