O déficit das contas externas do Brasil foi de US$ 5,1 bilhões em junho, conforme dados do Banco Central (BC). O resultado foi maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando houve saldo negativo de US$ 3,4 bilhões.
As informações fazem parte do relatório de estatísticas do setor externo, publicado nesta sexta-feira (25/7) pelo Banco Central. O documento reúne os valores desses tipos de movimentações financeiras mês a mês.
Para o cálculo mensal das transações correntes, o Banco Central considera o saldo da balança comercial (diferença entre os valores das importações e das exportações), os serviços e a movimentação de renda para outros países.
Entenda as contas externas
- As contas externas (ou transações correntes) são um dos principais indicadores sobre o setor externo do Brasil.
- O resultado das transações correntes é formado pelo balanço de pagamentos da compra e venda de mercadorias, balança de serviços e as transferências unilaterais.
- Um saldo negativo (déficit) nas contas externas significa que o país enviou mais dinheiro para o exterior do que recebeu. Enquanto um saldo positivo (superávit) indica que o Brasil recebeu mais dinheiro do que transferiu para outros países.
- Em 2024, o saldo negativo somou quase US$ 56 bilhões — o equivalente a 2,55% do Produto Interno Bruto (PIB).
No acumulado de 12 meses até junho, as transações correntes somam déficit de US$ 73,1 bilhões, acima do registrado no mesmo período de 2024, de US$ 71,4 bilhões. Os valores indicam que o Brasil gasta mais do que recebe do exterior.
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Investimentos e reserva internacional
A entrada de investimentos estrangeiros foi inferior ao valor registrado em junho do ano passado. Os investimentos diretos no país (IDP) somaram US$ 2,8 bilhões no mês, abaixo dos US$ 6,3 bilhões computados em junho de 2024.
Nos últimos 12 meses até junho, o IDP acumula US$ 67 bilhões em investimentos (3,14% do PIB), contra US$ 70,5 bilhões (3,31% do PIB) em maio, e US$ 64,9 bilhões (2,87% do PIB) em junho do ano passado.
O Banco Central informou que o saldo das reservas internacionais do país aumentou US$ 3 bilhões na passagem de maio para junho. Dessa forma, o Brasil tem estoque de US$ 344,4 bilhões para se proteger contra crises externas.
A expansão das reservas decorreu, principalmente, de contribuições positivas de variações por preços (US$ 1,6 bilhão), por paridades (US$ 1,4 bilhão) e de receitas de juros (US$ 696 milhões).
Segundo o BC, as vendas no mercado à vista (US$ 1 bilhão) contribuíram para a redução do estoque.
Fonte: Metrópoles