O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu que o Brasil sempre buscou contato e nunca saiu da mesa de negociação com os Estados Unidos em relação às taxas que serão aplicadas pelo país norte-americano nas importações brasileiras. O tema, segundo o chefe da pasta, é “prioridade” para a equipe econômica do governo federal.
As afirmações foram compartilhadas na noite desta sexta-feira (1º/8). Além disso, Haddad apontou que o início da aplicação das taxas não deve tirar o Brasil da mesa de negociações. O ministro também ressaltou sobre a importância de esclarecer, em reuniões, o funcionamento do Judiciário brasileiro.
“Nós estamos trabalhando no sentido de nos aproximarmos, restabelecermos a mesa de negociação e fazer, eventualmente, uma reunião presencial mais longa para que possamos nos deter sobre os temas mais controversos em relação à pauta de exportações brasileiras. Enfim, nós vamos lidar com a maior seriedade”, comenta.
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O ministro apontou que está preparando um encontro com a equipe de Scott Bessent, secretátio do Tesouro dos EUA. Na previsão de Haddad, as tratativas devem ocorrem na próxima semana e vão diversos temas, incluindo a aplicação da sanção da Lei Magnitsky. Ele considerou que até aqui a decisão do tarifaço, até o momento, é “unilateral” por parte dos norte-americanos.
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“O Brasil está numa situação de ponto fora da curva em relação ao resto do mundo por razões políticas. Nós entendemos que as relações comerciais não devem ser afetadas por avaliações políticas de qualquer natureza. Tenho certeza que uma conversa com o secretário Bessent vai pavimentar o caminho eventualmente de um encontro, se for da conveniência, dos dois presidentes”, disse o ministro.
Em declaração nesta sexta-feira (1º/8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode falar com ele “quando quiser”. Sobre o tema, o chefe da Fazenda disse que a recíproca também é verdadeira: “O presidente Lula estaria disposto a receber o telefonema dele quando ele quisesse também”.
Trump diz que Lula pode ligar para ele
Trump declarou que está aberto ao contato de Lula, mas não poupou críticas ao governo brasileiro. Ao falar sobre as medidas comerciais, o republicano afirmou que as pessoas que estão comandando o Brasil “fizeram a coisa errada”.
Lula e Trump ainda não se falaram, desde que teve início a crise comercial entre os dois países. Em meio às declarações e críticas ao governo brasileiro, nesta sexta, o republicano fez questão de enfatizar, no entanto, que ele “ama o povo do Brasil”.
Tarifaço
- Donald Trump assinou a ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% contra os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos.
- Na prática, os 50% são a soma de uma alíquota de 10% anunciada em abril com 40% adicionais anunciados no começo do mês.
- Apesar disso, o líder norte-americano deixou quase 700 produtos fora da lista de itens afetados pela tarifa extra de 40%. Entre eles, estão: suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro. Os produtos isentos serão afetados apenas com a taxa de 10%.
- A previsão do governo norte-americano é de que o tarifaço entre em vigor no início deste mês.
Na terça-feira (29/7), Lula recebeu jornalistas do The New York Times no Palácio da Alvorada, em Brasília, e afirmou que ninguém na Casa Branca quer conversar.
Fonte: Metrópoles