Uma menina de 3 anos, do Rio de Janeiro, foi internada depois de sofrer traumatismo craniano em uma creche de São Gonçalo. A família de Pérola Hadassa Nery Paixão denuncia a instituição por negligência, por não ter oferecido atendimento médico à criança e ter deixado que ela dormisse em seguida ao acidente.

De acordo com os pais, Pérola começou a passar mal em casa, apresentando vômitos e sinais de sonolência excessiva, o que levou a mãe a procurar atendimento médico.

Por que não se deve dormir depois de bater a cabeça?

Médicos ouvidos pelo Metrópoles explicam que o sono após uma pancada na cabeça não agrava os danos provocados pelo trauma, mas impede que os sinais sejam percebidos tanto pelo paciente quanto pelas pessoas ao redor, atrasando o tratamento adequado.

A neurologista Thaís Augusta Martins, coordenadora da Neurologia do Hospital Santa Lúcia de Brasília, explica que a pancada pode levar ao rompimento de um vaso, causando sangramento intracraniano imperceptível no primeiro momento. Mas ao longo do tempo, o paciente pode apresentar dor de cabeça, confusão mental ou sonolência, com a diminuição do nível de consciência, e até mesmo entrar em coma.

“Quando o trauma acontece, existe o risco de haver a evolução de um sangramento intracraniano em questão de minutos ou horas. Inicialmente o paciente parece estar ótimo, levanta e sacode a poeira. Mas dentro do cérebro, o hematoma fica soltando sangue, podendo causar sintomas e até mesmo levar ao coma. Por isso orientamos o paciente a não dormir, se não perdemos a capacidade de monitorar o nível de consciência e outros sinais”, afirma Thaís.

Quando uma pessoa cai de um local alto ou leva um tombo, existe o risco de ela sofrer traumatismo craniano. O quadro pode ser leve, moderado ou grave, com diferentes complicações.

“O leve é quando você tropeçou e caiu; o moderado pode ser a queda de uma altura, que causa um galo; e o grave é geralmente em acidentes de trânsito, com grande impacto e lesões expostas. O leve e o moderado costumam ser subestimados porque não causam sintomas inicialmente”, explica o médico clínico geral Marcos Pontes, da Clínica Evoluccy, em Brasília.

Sinais de alerta

Os pais devem ficar atentos a sinais de risco como, diminuição ou perda da consciência, sonolência, irritabilidade, náuseas ou vômitos, dor de cabeça, desequilíbrio, confusão mental e problemas na fala e na visão, como alterações da pupila ou estrabismo.

“Os responsáveis devem observar se a criança, que geralmente é ativa, está muito parada; está com dificuldade para andar e falar; olhar no olho e conversar. Ela tem que saber falar os números e as palavras como fazia antes”, conta Pontes.

O que fazer se a criança bater a cabeça?

Em geral, os médicos recomendam que a pessoa não durma nas seis a 12 horas seguintes à queda e tenha o surgimento de sintomas monitorado até completar 24 horas. “A gente pode permitir dormir, mas acordando o paciente de forma seriada a cada 30 minutos, uma hora, para perguntar se está tudo bem, pede para andar e libera para dormir de novo”, aconselha a neurologista.

Mas se a criança perdeu a consciência ao cair, é fundamental que ela seja levada para atendimento médico. O mesmo é indicado para casos de vômitos e prejuízos nos movimentos, de acordo com o médico Eduardo Jorge Custódio, do Departamento de Neurologia da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

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Fonte: Metrópoles

Famoso por ter propriedades medicinais, calmantes e sedativas, o chá de valeriana é uma das alternativas mais conhecidas para relaxar de forma natural em meio à correria do dia a dia. A bebida feita a partir da raiz da planta valeriana officinalis é grande aliada para quem busca melhorar a qualidade do sono e reduzir o estresse.

“A raiz da valeriana officinalis contém compostos bioativos que atuam principalmente no sistema nervoso central, modulando a atividade neuronal e promovendo relaxamento”, explica a nutricionista Carla de Castro, da clínica Sallva, em Brasília.

Compostos bioativos do chá de valeriana

O chá de valeriana não é uma fonte significativa de nutrientes como vitaminas ou minerais. Os efeitos dele são atribuídos principalmente a compostos bioativos:

• Ácido valerênico: é o responsável pela ação na modulação dos receptores de GABA no cérebro, reduzindo a estabilidade neuronal e promovendo um efeito calmante.
• Valepotriatos: compostos que têm propriedades ansiolíticas e sedativas, que ajudam na regulação do estresse.
• Alcaloides e flavonoides: protegem o cérebro contra o estresse oxidativo, que também pode estar relacionado aos transtornos neurodegenerativos, além de ter efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios.

Benefícios do chá de valeriana

A bebida feita a partir da planta de valeriana é conhecida há séculos pelas propriedades medicinais e é usada para diferentes propósitos terapêuticos, como:

Melhora na qualidade do sono

Devido ao ácido valerênico, a bebida promove efeito calmante e sedativo, fazendo com que a pessoa relaxe e tenha uma melhor noite de sono. Essa ação também serve para quem tem alterações no ritmo circadiano e não consegue pegar no sono à noite.

Alívio nos sintomas de estresse e tensão

O chá age no sistema nervoso central, aumentando a produção de GABA (ácido gama-aminobutírico), um neurotransmissor que promove relaxamento e reduz a atividade cerebral excessiva, acalmando a mente, além de aumentar a paciência ao reduzir a irritabilidade e a ansiedade.

“O mais interessante é que o chá não causa dependência química. Ao invés do paciente tomar um remédio para dormir, ele pode usar valeriana. Claro que, por ser um chá, não vai ter ação igual para todo mundo, mas ele pode ser usado antes de entrar com medicamento para testar a resposta em cada pessoa”, conta Carla.

Auxílio nos sintomas da TPM e da menopausa

O ácido valerênico pode ajudar as mulheres na estabilidade emocional durante a TPM, aumentando a atividade do neurotransmissor GABA no cérebro. Esse processo traz uma ação calmante e tranquilizante, ajudando a melhorar o mal humor e nervosismo.

Já em relação à menopausa, os flavonoides presentes na composição da valeriana, como a hesperidina e a linarina, combatem as ondas de calor e suor excessivo, manifestações comuns da condição.

Apoio no tratamento do TDAH e da hiperatividade

“A valeriana é um dos fitoterápicos que podem ser utilizados nesse tipo de tratamento. Ela pode auxiliar na redução da impulsividade, da inquietação e hiperatividade em alguns indivíduos”, diz Carla.

Contraindicações da bebida

Por não possuir estudos suficientes sobre segurança, o chá de valeriana não é recomendado para gestantes e lactantes. Pessoas que tomam medicamentos sedativos, antidepressivos ou remédios para ansiedade devem ter cuidado, porque a valeriana pode interagir com os fármacos.

“Além disso, após o consumo não é recomendado realizar atividades que dependem muito do processo cognitivo de atenção e foco, como dirigir ou operar máquinas, pois pode causar sonolência”, alerta o nutricionista Guilherme Rodrigues, do grupo Mantevida, em Brasília.

Formas de consumo

A valeriana tem um cheiro forte e desagradável para algumas pessoas, que ocorre, principalmente, por conta da presença de compostos voláteis. O chá de valeriana ainda possui um um sabor mais amargo e nem todo mundo consegue tomar.

Para amenizar o gosto forte da bebida, as principais alternativas são combinar o chá com outras ervas, como camomila, erva-cidreira ou hortelã, para melhorar o sabor e potencializar os efeitos calmantes; ou optar por cápsulas ou extratos líquidos.

Veja como preparar o chá de valeriana

Ingredientes

• 1 colher de chá de raiz de valeriana seca;
• 200 ml de água.

Modo de preparo

Coloque 1 colher de chá de raiz de valeriana seca em 1 xícara de 200 ml de água quente por 5 a 10 minutos. Tampe a xícara. Coe e beba de 30 a 60 minutos antes de dormir.

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Fonte: Metrópoles