Rica em nutrientes e versátil na culinária, a ora-pro-nóbis vem ganhando destaque entre aqueles que buscam opções saudáveis para o dia a dia. Com alto teor de proteínas, ela é uma alternativa nutritiva para variar o cardápio.

A nutricionista Nara Oliveira, da clínica Tivolly, em Brasília, ressaltou que a ora-pro-nóbis é uma excelente fonte de vitaminas, minerais e fibras. “A planta pode ser de grande ajuda na perda de peso, no funcionamento do intestino, bem como na prevenção de anemia e na redução do colesterol”, enfatizou Nara, em entrevista anterior ao Metrópoles.

A nutricionista Rejane Souza, do grupo Mantevida, afirma que uma das formas mais práticas e nutritivas de consumir a ora-pro-nóbis é utilizar as folhas cruas em saladas ou sucos verdes, já que isso preserva os nutrientes sensíveis ao calor, como a vitamina C. “Para aproveitar ao máximo os nutrientes, é recomendável evitar o cozimento prolongado”, diz.

Além disso, segundo a especialista, consumir a planta crua, refogada ou cozida é melhor do que tomar a versão em cápsulas. “Podemos aproveitar melhor os nutrientes, a versatilidade e a qualidade das fibras. Quando transformada em cápsulas, a quantidade de fibras da folha é reduzida. As cápsulas podem ser um complemento, mas não substituem os benefícios do consumo direto da planta”, explica.

Quando a planta é refogada ou cozida rapidamente, as fibras se tornam mais macias e isso melhora a absorção de alguns nutrientes, como o ferro.

A sugestão de Nara Oliveira, nutricionista da clínica Tivolly, é usar a ora-pro-nóbis como um ingrediente a mais de alimentos tradicionais que estão sempre no prato brasileiro, como arroz e feijão.

Combinar a ora-pro-nóbis com outros alimentos também potencializa seus benefícios. Por exemplo, consumir a planta com frutas cítricas ajuda a aumentar a absorção do ferro. Já a combinação com grãos, como arroz e feijão, resulta em uma refeição rica em proteínas completas, fornecendo todos os aminoácidos essenciais.

Há alguma contraindicação para o consumo da ora-pro-nóbis?

Apesar de a ora-pro-nóbis ser uma planta nutritiva e benéfica, o consumo dela requer atenção em alguns casos. “Embora seja rara, algumas pessoas podem apresentar reações alérgicas à planta”, alerta a nutricionista Rejane. Por isso, ela recomenda iniciar o consumo de forma gradual, para observar possíveis reações.

Além disso, é importante tomar cuidado com as partes não comestíveis da planta. “Evite consumir qualquer parte que não seja a folha, pois algumas variedades podem conter substâncias tóxicas”, adverte Rejane.

Já quem está em tratamento médico ou faz uso regular de medicamentos deve consultar um profissional de saúde antes de incluir a ora-pro-nóbis na alimentação. A planta pode interagir com certos medicamentos, afetando a eficácia.

Benefícios do consumo de ora-pro-nóbis

• Fortalece o sistema imunológico: a planta é uma excelente fonte de vitaminas B9 (ácido fólico) e C, que atuam no fortalecimento das defesas do organismo, retardam o envelhecimento celular e mantêm as células imunológicas mais ativas;
• Auxilia na saúde ocular: a ora-pro-nóbis é rica em vitamina A, nutriente crucial para a saúde dos olhos. A deficiência dessa vitamina pode comprometer a visão;
• Ajuda na prevenção da anemia: com um alto teor de ferro, a planta contribui para a prevenção da anemia;
• Regula os níveis de colesterol: as fibras presentes na ora-pro-nóbis ajudam a diminuir a absorção de gorduras, o que reduz os níveis de colesterol ruim (LDL) no organismo;
• Melhora a digestão: as fibras também desempenham um papel fundamental no processo digestivo, ajudando a evitar a constipação.

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Fonte: Metrópoles

Uma pesquisa feita por nutricionistas da Universidade de São Paulo (USP) revelou que uma dieta rica em alimentos com polifenóis é capaz de reduzir o risco de desenvolvimento da síndrome metabólica.

O estudo, divulgado no The Journal of Nutrition em 26/11, indicou que pessoas que consomem mais alimentos com o composto têm 23% menos chance de desenvolver síndrome metabólica.

Os polifenóis são compostos bioativos conhecidos por seus efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios. Entre eles estão os flavonoides e os taninos, presentes em uma série de alimentos de origem vegetal.

Já a síndrome metabólica compreende um conjunto de problemas de saúde ligados ao funcionamento do metabolismo, como resistência à insulina, triglicérides e colesterol altos, hipertensão e obesidade. O diagnóstico clínico é feito pela presença de três ou mais dessas alterações.

Quando combinados, os fatores da síndrome metabólica aumentam consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e outras complicações relacionadas à saúde.

O estudo foi feito usando dados do Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil), um banco de dados com 6,3 mil participantes de seis cidades brasileiras: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador, São Paulo e Vitória. As informações foram coletadas ao longo de oito anos.

“As nossas análises mostraram os benefícios de uma dieta com polifenóis, compostos encontrados principalmente em opções de origem vegetal. Isso reforça a importância de consumir alimentos in natura variados, que, além de fornecerem esses compostos benéficos, promovem uma dieta equilibrada e saudável”, recomenda a professora Renata Carnaúba, líder do estudo.

Os participantes do ELSA respondiam a questionários de saúde periódicos sobre a sua dieta. Os pesquisadores usaram as respostas para encontrar pessoas que tinham alimentações mais ricas em polifenóis. 

No estudo, foi observado que as altas ingestões de café, chá mate e sucos de frutas levaram a um maior consumo proporcional de polifenóis, mas a lista de alimentos que têm a substância é muito grande.

Quais os alimentos que reduzem o risco da síndrome metabólica?

À pedido do Metrópoles, uma das pesquisadoras que participou do estudo, a nutricionista Camille Perella Coutinho, listou alguns dos alimentos que são ricos em polifenóis e que podem ser facilmente encontrados no Brasil.

“São alimentos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios muito acessíveis e baratos, fundamentais para manter uma boa saúde cardiometabólica”, resume Camille.

1. Feijões

Aqui, não há conflito de preferências: tanto o feijão preto quanto o carioca e outros tipos da leguminosa são ricos em polifenóis, especialmente em proantocianidinas, que possuem alto poder antioxidante.

2. Chás

Os chás, especialmente o preto e o verde, são boas fontes de flavonoides, polifenóis antioxidantes que combatem os radicais livres e melhoram a resistência das células.

3. Café

O café é uma das principais fontes de polifenóis na dieta brasileira. Ele possui ácido clorogênico e ácido cafeico, dois polifenóis que melhoram o metabolismo da glicose no corpo.

4. Frutas cítricas

Laranja, limão e tangerina contêm flavononas e outros compostos polifenóis. As flavononas são responsáveis por trazer o sabor amargo às frutas, mas possuem um grande efeito cardioprotetor por reduzirem os níveis de colesterol ruim no organismo.

5. Maçã

A maçã é rica em quercetina, um polifenol que ajuda a diminuir o estresse oxidativo.

6. Cebola

Assim como a maçã, também é rica em quercetina.

7. Banana

É uma fonte acessível de compostos fenólicos, uma combinação de polifenóis. Os da banana possuem capacidade de combater os radicais livres liberados no organismo, aumentando a proteção das células.

8. Alho

Assim como a banana, o alho também contém altas quantidades de compostos fenólicos e antioxidantes.

9. Batata-doce

A batata-doce, especialmente as variações de cor roxa, é rica em compostos fenólicos. Entre eles está o ácido elágico, que possui efeitos protetores contra doenças cardiovasculares.

10. Milho

Rico em ácido ferúlico, que além da atividade antioxidante e anti-inflamatória possui capacidade fotoprotetora que ajuda a manter a saúde da pele quando exposta à radiação solar.

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Fonte: Metrópoles