A amazona sueca Alicia Ortstad, de 19 anos, nunca imaginou que uma dor persistente no joelho esquerdo fosse o início de uma batalha contra um câncer ósseo raro.
Os sintomas começaram em junho de 2023. Ela inicialmente não deu importância ao incômodo, acreditando que fosse consequência de alguma pancada durante a prática de hipismo. Entretanto, o quadro se agravou rapidamente. No final de agosto, o joelho tinha dobrado de tamanho e ela não conseguia mais apoiar o peso na perna.
Os médicos, que também acreditaram ser uma lesão relacionada ao esporte, prescreveram repouso e alguns analgésicos, mas a situação não melhorou e Alicia entrou na fila para fazer um exame de imagem detalhado do joelho.
Corrida contra o tempo
Em dezembro de 2023, uma ressonância magnética revelou que ela tinha osteossarcoma, um tipo agressivo de câncer ósseo, localmente desenvolvido mas com algumas metástases no pulmão.
Dado o avanço do tumor na articulação, os médicos recomendaram a amputação da perna, que foi realizada em janeiro de 2024. Alicia também passou por uma cirurgia pulmonar par retirar os nódulos que estavam no órgão.
Desde então, a amazona usa uma prótese e compartilha sua história para alertar outros sobre os sinais do câncer que ela mesma ignorou.
Sinais ignorados e diagnóstico tardio
Em entrevista ao jornal britânico Daily Mail, Alicia relata que, no início, a dor era leve e intermitente, mas evoluiu para algo insuportável em poucas semanas. Apesar das queixas, os médicos descartaram a gravidade do caso, sugerindo lesões esportivas.
“Eles apenas me disseram para descansar e tomar um anti-inflamatório”, lembra. Enquanto isso, o joelho continuava a inchar e sintomas como fadiga extrema, resfriados frequentes e varizes na perna afetada surgiram. A jovem também enfrentava dificuldade de concentração e dores que não cediam.
Coincidências do amor
Após a cirurgia, Alicia encontrou apoio no namorado, Simon Pettersson, de 21 anos, que também é sobrevivente de osteossarcoma e foi amputado aos 10 anos.
Simon descobriu que tinha câncer aos nove anos. Mais tarde, o câncer ósseo na parte inferior da perna esquerda foi identificado, e ele ficou internado por onze meses enquanto os médicos tentavam vários tratamentos, mas foi necessário amputar a perna.
Foi Simon quem mais apoiou Alicia para que ela aprendesse a usar a prótese. Ainda assim, a recuperação foi desafiadora, especialmente com a dor do membro fantasma.
Alerta sobre sintomas e conscientização
Alicia agora usa suas redes sociais para conscientizar outros sobre os sinais do osteossarcoma, como dor óssea persistente, inchaço e caroços perceptíveis, além de compartilhar sua rotina como paratleta.
“Quando descobri que teria que amputar a perna em janeiro, coloquei um objetivo para mim mesma que em meados de abril estaria montada no cavalo novamente. Alcancei esse objetivo. Não foi fácil, Birna, minha égua, também precisou se acostumar, mas ela logo me entendeu. Não consigo deixar de me impressionar com essa vida incrível”, diz ela nas redes sociais.
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Fonte: Metrópoles
