O senador Márcio Bittar está cada vez mais irascível em seu projeto de expurgar o deputado federal Alan Rick do União Brasil, partido que ele preside no Acre. A última cartada, faltando horas para as convenções, será numa reunião com o presidente Jair Bolsonaro, que o próprio senador tenta a todo instante mas não consegue confirmar junto ao planalto.
Acontece que Bolsonaro não tem poder nenhum sobre o União Brasil, partido controlado pelo deputado federal Luciano Bittar, inimigo político do presidente. O senador acreano pretende reproduzir o enredo de sempre: que foi leal a Bolsonaro e que fez tudo que ele pediu enquanto relator do orçamento.
Ademais, Bittar defende que o Acre, uma região de maioria bolsonarista, pode ajudar o presidente nas urnas contra Lula – muito embora o estado represente míseros 1% do eleitorado nacional. Trazer Bolsonaro ao Acre é um trunfo para tentar bombar uma possível candidatura de Bittar ao Governo do Acre. Esta candidatura também é considerada por ele na conversa com o presidente.
E a chapa do senador seria pura, puríssima, numa composição fatídica com o Republicanos controlado pelo filho JP Bittar, e pelo PL dirigido pela mulher, Márcia – já que ele levou porta na cara do MDB de Mara Rocha e do PSD de Petecão.
Aliás, poucos sabem que Bittar tentou aliança com os pecuaristas milionários que acabaram desistindo de disputar o governo. Fernando Zamorra está confirmado vice de Mara e Jorge Moura teria ido pra lá também.
Um interlocutor ligado ao senador disse ao Seringal que ele está “extremamente perdido”, e que “jamais sairá dessa como entrou em 2018, com aquela aprovação toda”. Márcia, a esposa, conseguiu puxá-lo para o “sepulcro”, analisa o aliado do senador que pediu para não ser citado aqui. “Ou ele sai para o governo sozinho ou vai ter que apoiar alguém de graça, sem o poder de indicar candidatos majoritários. “Tá morto”, concluiu.
Pra completar o inferno astral de Bittar, ele sofre rejeição dentro do próprio UB. E está incapacitado de negar legenda aos filiados que pleiteiam alguma coisas nestas eleições. Se o fizer, sofrerá intervenções seguras da executiva nacional, cujo projeto principal é fortalecer a legenda fazendo o maior número possível de deputados estaduais e federais.