A Polícia Militar do Acre juntamente com homens da Força Nacional e Polícia civil tiveram trabalho para desmontar o acampamento bolsonarista da frente do quartel do exército em Rio Branco.

O grupo que permaneceu durante dois meses pedindo intervenção militar era pequeno, mas muito radical, inclusive tiveram que ser conduzidos para sede da Polícia Federal. Um dos integrantes do grupo que se apresenta como sósia do ex-presidente Jair Bolsonaro chegou a questionar a ordem do Ministro Alexandre de Moraes para a retirada imediata de todos os acampamentos existentes na frente dos quartéis do país.

Amílcar Araújo tem 69 anos e é da reserva do exército, mas ganhou notoriedade por ter traços do líder direitista. O grupo questionou a ordem judicial, destacaram os militares, que não tiveram outra saída, a não ser levar os radicais para delegacia. Outros 14 radicais foram desmobilizados pela polícia.

O governador Gladson Cameli (PP) seguiu o entendimento dos demais chefes de estado e se colocou à disposição para auxiliar num possível reforço de segurança para garantir a ordem na capital federal nas próximas horas e dias.

Cameli participou de uma reunião do Fórum Nacional de Governadores, convocada às pressas para a tarde deste domingo. O governador disse ser inaceitável a invasão às sedes dos poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, ocorrida nas últimas horas. A reunião foi por videoconferência.

“Vi com muita preocupação acontecimentos graves que surpreenderam a Nação e o mundo. A manifestação pacífica é legal, mas a depredação do patrimônio público e outras atitudes extremas não podem ser toleradas”, opinou o governador do Acre.

“A orígem desses atos precisa ser apurada e se houve omissão que os responsáveis sejam identificados”, diz a ata da reunião, num consenso dos governadores.

Os termos constitucionais estabelecem que o presidente da República pode decretar intervenção federal em Brasília, capital do país, por grave perturbação à ordem pública. Caso isso aconteça, o Congresso Nacional dará a última palavra.

Se a intervenção for confirmada, o governador do DF poderá ser afastado, nomeando-se um interventor em seu lugar.

A possibilidade de Lula decretar intervenção foi aventada por um especialista entrevistado há pouco pela Globo News, ao comentar a grave invasão de bolsonaristas extremistas às sedes dos três poderes. Os criminosos buscam um golpe de estado.

Anderson Torres, secretário de Segurança do DF, não seria o melhor para a pasta. Ele foi ministro da Justiça de Bolsonaro e o governador Ibanês Rocha chegou a ser aconselhado a não nomear o secretário, inclusive num alerta feito pelo ministro Flávio Dino (Justiça).

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) inclusive já apresentou uma representação junto à Procuradoria-Geral da República para que seja decretada intervenção federal no Distrito Federal.

Dentro do PT, há um sentimento de que esse movimento é “orquestrado” em busca de uma “ruptura institucional”.

A TV mostrou ao vivo a ocupação dos manifestantes ao gabinete do presidente Lula.

Eles quebraram vidraças, obras de artes e mobiliário.

“Vai acontecer no Brasil o mesmo que aconterceu nos EUA, na invasão do Capítólio. Todos serão identificados, presos, punidos”, disse o jornalista Valdo Cruz.

Integrantes do Poder Executivo e do Congresso Nacional já defendem que, diante da invasão das sedes dos três Poderes, o presidente Lula decrete a missão de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) para conter manifestantes.

Mas a medida é considerada extrema e não tem unanimidade entre os principais integrantes do governo federal. A informação é do Antagonista.