A polícia que trabalha nas buscas pelos dois fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, acredita que a dupla está desarmada, sem apoio e sem condições de ir mais longe.
A hipótese se justifica, segundo as forças especiais que participam da busca porque os doisnão conseguiram se afastar muito do galpão agrícola que invadiram na sexta-feira (1º). Eles estavam em busca de celulares e armas, segundo uma testemunha ouvida pela polícia.
A dupla teria ficado irritada por não encontrar os aparelhos e os armamentos desejados e deixaram o local apenas com comida.
Dentro da área de 5 km de raio de busca utilizada pelas forças policiais, foi criado um cerco ainda menor, agora com apenas 1 km de raio. Acredita-se que os fugitivos ainda estejam na região de Baraúna, a 35 quilômetros de Mossoró.
O novo raio está localizado dentro de uma fazenda de frutas, onde há uma reserva de caatinga preservada e de mata fechada.
Um helicóptero equipado com infravermelho e detecção de calor, usado nas buscas, acusou nesta madrugada a possibilidade da presença dos dois fugitivos nesta área.
Apesar disso, as forças especiais estão lidando com uma disputa interna de egos. “Enfrentamos uma guerra de vaidade, de quem vai pegar os dois, o que só prejudica os trabalhos”, disse uma fonte à reportagem.
Há um esforço para manter a coordenação das operações com divisão de tarefas e troca de informações. Além disso, as equipes estão se revezando, trocando frequentemente de integrantes e de policiais.
20 dias de buscas
Nesta segunda-feira (4), as buscas entraram no 20º dia e se concentram, desde o início, nas áreas rurais das cidades de Mossoró e Baraúna, que são ligadas pela RN-015, onde fica o presídio.
Os investigadores confiam desde o início da fuga que os foragidos permanecem pela região, fato que tem sido reforçado por pistas deixadas ao longo dos dias, como a invasão a casas e o esconderijo encontrado onde os fugitivos teriam passado mais de uma semana.
Desde quinta-feira (29), o cerco foi intensificado na área rural de Baraúna, onde investigadores acreditam que os suspeitos foram vistos em uma plantação de banana, e depois novamente vistos na invasão aos galpões agrícolas.
A operação conta com helicópteros, drones, cães farejadores e outros equipamentos tecnológicos sofisticados, além de mais de 600 homens das forças de segurança da Força Nacional, estadual e federal – incluindo equipes de elite da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
Os ministros da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, desembarcaram no estado do Acre nesta segunda-feira, 4, para uma visita às áreas atingidas pelas cheias dos rios. A comitiva, liderada pelo governador Gladson Cameli, priorizou a cidade de Brasileia como ponto de partida, mas o foco da ação se estende a todos os 19 municípios atingidos pela cheia dos rios.
Governador e ministros se uniram em agenda por apoio aos municípios isolados. Foto: Diego Gurgel/Secom
As cidades de Brasileia, Assis Brasil, Epitaciolândia, Plácido de Castro e Xapuri foram algumas das cidades mais atingidas pela cheia. Nesse contexto, a união institucional ganhou destaque, promovendo um encontro que reuniu não apenas ministros e o governador, mas também os prefeitos desses municípios e representantes da bancada federal do Acre. A presença dos líderes municipais fortaleceu a abordagem regional do evento, ressaltando que a resposta coordenada abrange todos os lugares do estado.
O governador Gladson Cameli, ao visitar Brasileia pela terceira vez em menos de duas semanas, enfatizou que o compromisso do Estado se estende a todos os 19 municípios afetados pela cheia, e que este é um momento de união para a reconstrução do que foi afetado.
“Em parceria com a bancada federal, a prefeitura municipal e os nossos ministros presentes, pretendemos avançar nesse processo não apenas de recuperar as cidades atingidas, mas pensar em soluções, ou daqui a 11 meses passaremos por tudo isso de novo. Agradeço pela presença de vocês, que demonstra o compromisso que o Estado possui. O governo federal tem se mostrado disponível, como o ministro sempre ligando, e eu tenho externado isso publicamente a toda a equipe municipal, estadual e federal. A nossa bancada de parlamentares, os poderes judiciários, as instituições, todos estão se prontificando para ajudar. Precisamos da ajuda de cada um de vocês. Reitero meu compromisso de abraçar esse projeto de levar áreas mais atingidas de Brasileia para a parte alta da cidade, em parceria com todos, dentro das possibilidades do Estado”, destacou o governador Gladson Cameli.
Trabalho ininterrupto
Antes do ápice da cheia, o Corpo de Bombeiros Militar do Acre, em parceria com a Defesa Civil Estadual e Municipal, já coordenava ações preventivas em diversas localidades. A Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri) enviou cestas básicas e água mineral para os municípios atingidos. Além disso, a mobilização de recursos humanos e financeiros se estendeu a toda a região, com o governo do Acre decretando situação de emergência nos 19 municípios afetados pela cheia.
Brasileia agora tenta se recuperar de uma das maiores cheias da sua história. Foto: Diego Gurgel/Secom
Além da mobilização de recursos humanos, o governo liberou significativos recursos financeiros para os municípios afetados, destacando-se mais de R$ 4 milhões para os municípios atingidos apenas neste primeiro momento.
Durante a visita, a comitiva ministerial conheceu áreas atingidas pela cheia histórica de Brasileia, realizou encontros com prefeitos e participou de reuniões. O foco da discussão não foi apenas a recuperação imediata, mas também a importância de uma estratégia regional para lidar com eventos climáticos extremos no futuro.
Ministro Waldez Góes reforçou o apoio do presidente Lula. Foto: Diego Gurgel/Secom
“A gente reconheceu a situação de emergência do governo do Acre, dos municípios. Na mesma hora, reunimos com a bancada, com o governo do Acre, com a equipe, com a transversalidade do governo. Tratamos dos planos, orientamos, colocamos gente. Eu posso aqui, agora, junto com a Marina e outros colegas do governo federal, chegar já com dezenas de planos aprovados. Isso era quase impossível se a realidade não fosse essa da união. Não faltará do presidente Lula. Às vezes as pessoas perguntam: mas ministro Valdez, ministra Marina, quanto vai ser colocado à disposição? O que for necessário. O ano passado o presidente Lula baixou várias medidas provisórias para assistir, hora por enchente, hora por cheia de norte a sul desse país. E não será diferente este ano. A gente está no início do ano, os recursos estão disponíveis, e a gente está atuando”, afirmou o ministro Waldez Góes.
Já a ministra Marina Silva reforçou a necessidade dos planos de mitigação ambiental: “O presidente Lula enfatiza a necessidade de agir rapidamente. Quando os planos chegam, são prontamente aprovados. Quero manifestar aqui minha solidariedade com a população de Brasileia, especialmente com a prefeita Fernanda. Estamos trabalhando em um plano estruturante para todos os municípios vulneráveis à emergência climática. Infelizmente, essa é uma realidade que se repetirá a cada ano de forma mais grave. Trabalhamos nas causas, como desmatamento e emissão de CO2, para diminuir o aumento da temperatura da terra, e ao mesmo tempo, em ações estruturantes para que cidades vulneráveis possam ter intervenções continuadas ao longo de anos para enfrentar o problema. O plano que estamos desenvolvendo visa decretar a emergência climática permanente nos mais de mil municípios sujeitos a esses eventos climáticos”.
Ministra Marina Silva reforçou a necessidade de cuidados das mudanças climáticas afetando o país. Foto: Diego Gurgel/Secom
O encontro reforça não apenas a necessidade de solidariedade e cooperação, mas também o compromisso de liberação de recursos da União para a recuperação e reconstrução de comunidades atingidas em todo o Acre.
A presença dos prefeitos evidenciou a importância da abordagem regional na busca por soluções conjuntas, demonstrando que, diante dos desafios climáticos, a força está na união de todos os níveis de governo e comunidades afetadas.
Representando os prefeitos presentes, a anfitriã do encontro, Fernanda Hassem, prefeita de Brasileia, reforçou a importância de ter o apoio presente, principalmente em sua cidade: “Hoje destacamos a importância dessa união tripartite entre governo federal, estadual e municipal. Todos testemunharam a situação crítica em que Brasileia se encontra, um estado de calamidade, com pessoas perdendo suas casas e sonhos. Prédios públicos, 17 instituições, escolas, incluindo aquelas com alto índice no Ideb, que enaltecem nossa cidade de Brasileia, foram impactados. O povo de Brasileia é resiliente, trabalhador e unido, demonstrando uma incrível fortaleza. É um processo em etapas, começando pela ação humanitária para garantir segurança a todos, incluindo mulheres, homens, crianças e comunidades indígenas. Hoje, com 16 abrigos ainda abertos, a água do rio baixou, mas continuamos porque ainda não conseguimos mensurar completamente o impacto nas famílias que perderam casas e identidades. A resposta é evidente: mudanças urgentes são necessárias”.
Bancada presente
Ainda estiveram presentes no encontro os senadores Alan Rick e Petecão, a deputada federal Antônia Lúcia, o presidente da Assembleia Legislativa do Acre, Luiz Gonzaga, e o deputado estadual Tadeu Hassem.
Bancada federal do Acre também esteve presente. Foto: Diego Gurgel/Secom
Em nome dos congressistas acreanos, o senador Alan Rick reforçou: “Em colaboração com o governo federal, o governo do Estado e as prefeituras, mantemos um diálogo constante para elaborar um plano de realocação de nossas cidades, construindo casas populares e prédios públicos em áreas elevadas. Buscamos o apoio do governo federal, do governo do Estado e da bancada para avançarmos no plano de emergência climática proposto pela ministra Marina. Nesse momento desafiador, buscamos o apoio crucial do governo federal para auxiliar a nossa comunidade a se reerguer”.
NA última quinta-feira, o posseiro Nacione Sampaio foi torturado e gravemente ferido com um golpe de facão na clavícula. A agressão foi na Fazenda Palotina, do pecuarista Sidney Sanches Zamora, no Sul do Amazonas. Cerca de 230 famílias são alvos de seguidas ameaças desde 2015, quando o fazendeiro se diz dono das terras e os posseiros também buscam direitos junto ao Incra.
Nesta segunda-feira, Nacione falou à reportagem de oseringal, e contou em detalhes a sessão de tortura a ele e outro grupo . Eles foram obrigados a ficar de joelhos e cabeça baixada enquanto eram surrados. Ele também confirma ter havido uma chamada de vídeo, dos jagunços para o pecuarista, em que imagens do grupo sendo torturados foram mostradas. Assista abaixo:
Railan Silva dos Santos e Selmir da Silva Almeida, que participaram da rebelião com 5 mortes no Presídio de Segurança Máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, em julho do ano passado, já estão em Catanduvas (PR). Eles foram transferidos do Presídio de Mossoró, juntamente com o traficante Fernandinho Beira-Mar, em operação sigilosa da Polícia Federal, no último sábado. Os trio pertence à mesma organização criminosa e são do grupo dos também acreanos Deibson Nascimento e Rogério Mendonça, que fugiram da segurança máxima do Rio Grande do Norte no mês passado.
Veja nota da Corregedoria da Penitenciária Federal de Mossoró:
O rodízio de internos entre as penitenciárias do Sistema Penitenciário Federal é estratégia de rotina. A transferência de presos da Penitenciária Federal de Mossoró, nas últimas horas, foi autorizada, mediante solicitação do Diretor do Sistema Penitenciário Federal, pela Corregedoria da Penitenciária Federal de Mossoró, tendo em conta essa necessidade de rodízio.
Ademais, a Portaria nº 615, de 2024, do Ministério da Justiça, autorizou o emprego de Força Penal Nacional, em caráter episódico e planejado, para treinamento, sobreaviso e reforço da segurança externa da Penitenciária Federal em Mossoró.
O treinamento intensivo quanto ao cumprimento dos protocolos de segurança, que conta com a participação também do Grupo de Ações Especiais Penitenciárias, está sendo realizado dentro da unidade prisional, o que requer a redução da quantidade de internos.
O efetivo transferido e o atual mantido na unidade não serão divulgados por questão de segurança.
Assessoria de Comunicação da Justiça Federal do RN
Veja nota da Secretaria Nacional de Políticas Penais
A Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), por intermédio da Diretoria do Sistema Penitenciário Federal (DISPF), realizou, entre os dias 1º e 3 de março, o rodízio periódico de 23 presos entre as Penitenciárias Federais, com a finalidade de garantir o enfraquecimento das lideranças do crime organizado.
Ressalta-se que o remanejamento de presos no âmbito do Sistema Penitenciário Federal é medida importante para seu perfeito funcionamento, pois visa impedir articulações das organizações criminosas dentro dos estabelecimentos de segurança máxima, além de enfraquecer e dificultar vínculos nas regiões onde se encontram as Penitenciárias Federais.
É importante salientar que a movimentação dos internos é parte da rotina das unidades e, por questões de segurança, a Senappen não informa a localização dos presos, nem detalhes dessas operações.
O senador demonstrou alívio com a ajuda humanitária enviada pelo Governo Lula aos desabrigados pelas cheias. Ele gravou a caminho do aeroporto, para se juntar às autoridades locais na recepção de dois ministros, em Rio Branco e Brasiléia.
O vídeo acima mostra a tentativa de homicídio contra famílias de posseiros da Fazenda Palotina, do pecuarista Sidney Sanches Zanorra, no Sul do Amazonas. A gravação foi feita por um posseiro, alvo de uma caçada dentro da mata por jagunços do fazendeiro, na última quinta-feira, quando famílias foram torturadas. Ele conseguiu fugir da mira dos criminosos que usavam pistolas e fuzis. Mesmo em fuga, o homem manteve a câmera do celular ligada.
O gerente da fazenda, conhecido por Lulas, é apontado como o líder das operações que indicam quais posseiros devem sofrer agressões e intimidações.
O topógrafo Bruno Alceu Tabuti estava lá, na última quinta-feira, e sofreu agressões graves. O grupo foi obrigado a permanecer cerca de 30 minutos de joelhos, cabeça baixada, enquanto era açoitado com prancha de terçado e chutes (coturno). Em entrevista exclusiva ao aoseringal, na manhã desta segunda-feira, ele revela que os jagunços do fazendeiro estavam equipados com uma antena Star Link e fizeram uma chamada de vídeo, num diálogo que seria com o dono das terras. Assista abaixo:
Dezenas de famílias completamente ilhadas pela cheia do Rio Acre resistem deixar suas casas, no Bairro Taquari. Vivem em dificuldade extrema, sem água potável, sem alimentos, material de limpeza, na companhia de seus cães e gatos.
Este cenário foi revelado numa missão evangélica, na tarde deste domingo, para distribuir cestas básicas e água mineral. A reportagem recebeu imagens do momento, que também teve a ação solidária do gabinete do deputado federal Eduardo Velloso e de um restaurante da cidade.
Os atingidos pelas águas falavam do alto de suas janelas, e confirmam o temor de não encontrarem mais seus pertences – botijas de gás, fogão, guarda-roupa, cama e outros. A Defesa Civil até chegou lá. Porém, prevaleceu a decisão de não irem para abrigos públicos.
A previsão de vazante do Rio Acre na capital a partir deste domingo, feita por autoridades, não se confirmou. Houve um prenúncio de estabilização quando a cota se manteve em 17. 66m durante duas medições seguidas, com variação de 2cm no final de semana. Porém, na manhã desta segunda-feira o nível do manancial foi elevado, chegando à marca de 17.75m – superando a do ano passado e distante apenas 65 centímetros da maior de todas as enchentes (em 2015). Calculando os danos em todos os municípios, chega-se à conclusão que esta é a segunda maior cheia da história no estado.
Os bairros alagados na capital são 47 e os cidadãos fora de suas casas já são mais de 3.600 entre desalojados e desabrigados. Os números são de domingo.
O coordenador da Defesa Civil Municipal, coronel Cláudio Falcão, informou há pouco que “não há previsão de estabilização no nível do rio”. Segundo ele, a lâmina de água continuará subindo, mas não tão rápido como antes. O rio, explica o militar, continuará recebendo volumes de água de alguns afluentes, dentre eles o Riozinho do Rôla.
O governador Gladson Cameli (PP) e os ministros da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Marina Silva, iniciam a agenda institucional por Brasiléia, ás 9:40h desta segunda-feira.
Em seguida, a comitiva ministerial segue para Rio Branco, para visitar os desabrigados no Parque de Exposições. Nos dois momentos, os ministros falarão à imprensa e devem anunciar a liberação imediata de recursos para a assistência humanitária ás vítimas desta que já é a segunda maior enchente do Acre. Os valores por cidade afetada serão anunciados em conjunto, e esses recursos também contemplam a reconstrução das áreas urbana e rural afetadas.
O Policial Penal Waldimar Jardim Araújo foi condenado pelo crime de desacato contra policiais militares. A decisão foi do juiz da 2ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco Luiz Gustavo Alcalde Pinto.
Consta no processo que o crime aconteceu em 26 de março de 2021, na Avenida Ceará, próximo ao Mercado Municipal. Segundo a denúncia do Ministério Público do Acre, dois policiais militares atendiam uma ocorrência de trânsito quando Waldimar passou a interferir no trabalho, tumultuando o ambiente.
Ao ser abordado, o policial penal não se identificou e quando recebeu voz de prisão teria ameaçado os dois policiais.
Waldimar também teria chamado os agentes públicos de abestados, idiotas e vagabundos.
O réu, que já foi suplente de vereador em Sena Madureira, foi sentenciado a 8 meses e 5 dias de detenção.
Mas teve a pena substituída por prestação de serviço à comunidade.
O policial penal ainda pode recorrer da sentença.
Em setembro do ano passado Waldimar Jardim passou a ser réu pelo crime de ameaça contra o promotor de justiça Tales Tranin.