A empresa Red Pontes, uma terceirizada com contrato milionário com o governo, pertencente á família do deputado Afonso Fernandes (PL), deve pagar direitos que estavam sendo negados a dezenas de trabalhadores. Uma reportagem do Seringal embasou a intervenção necessária feita pelo controlador geral do estado, Almir Brandão, que chamou representantes da empresa para cobrar explicações.
A Red Pontes não pagou o cartão alimentação dos terceirizados desde outubro de 2022, os salários de dezembro também não foram depositados e o FGTS da maioria deles deixou de ser recolhido junto à Caixa Econômica Federal (CEF). Na última sexta acabou o prazo de 72 horas para a empresa responder a CGE. A gerência da empresa assumiu a dívida, não questionou a imprensa e disse que todos os débitos serão sanados até o dia 18 de fevereiro.
A primeira denúncia foi feita por um servidor do Hospital João Cãncio, de Sena Madureira.
Nota da Redação
Foi necessária a intervenção da imprensa para que os trabalhadores não permanecessem no prejuízo. A CGE, muito embora deve ser elogiada, também precisa de mecanismos para agir diante de situações como esta sem ser provocada. Tribunal de Contas e Ministério Público ficam devendo explicações, lamentavelmente.
Ao decidir manter Jairo da Silva Cordeiro preso, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri e Auditória Militar disse que “A situação processual do acusado encontra-se ordem, não havendo, nos autos notícia de qualquer fato novo capaz de eliminar os elementos autorizadores da prisão preventiva”, diz um dos trechos do documento.
Ainda na decisão o magistrado disse que em noventa dias, a medida deve ser reavaliada.
Jairo da Silva Cordeiro, foi detido em flagrante, durante uma ação de investigadores da Delegacia de Homicídios da Polícia Civil, em 14 de setembro do ano passado.
No momento da abordagem Jairo ainda portava a arma utilizada no crime. O acusado tentou matar a ex-namorada Adriana Nascimento Araújo, com um golpe de faca no pescoço.
O crime aconteceu por volta das nove horas da manhã, no interior da Escola Neutel Maia, localizada na Avenida Nações Unidades, no Bairro do Bosque em Rio Branco.
De acordo com a investigação, inconformado com o fim do relacionamento, Jairo Cordeiro invadiu a instituição de ensino e atacou a vítima com um golpe de faca na região do pescoço.
Toda a ação criminosa foi registrada por câmeras de monitoramento da escola.
Em 17 de novembro do ano passado, o Juiz Alesson Braz aceitou a denúncia do Ministério Público do Acre e Jairo passou a ser réu no processo que tem tramitação prioritária.
O governador Gladson Cameli começou a sentir efeitos devastadores de um poder centralizado na Casa Civil que ameaça a governabilidade. Reeditou, nesta segunda-feira (6), o mesmo conselho de gestão que havia criado em 2019, naquela época para prestar assessoramento de luxo a evitar erros no cumprimento das metas e propostas de campanha.
Em 2019, o grupo conhecido como “cabeças brancas”, composto por jurássicos militantes de direita noutros governos, fracassou e em quase nada contribuiu. Até sala privativa para eles foi providenciada, mas sem resultados práticos satisfatórios, já que, como se viu, os tais conselheiros focaram em conquistar espaços de poder e passaram a nomear sua parentada no lugar de cumprir seu papel de moralizar a máquina.
Agora a situação é mais grave. Sentindo-se covardemente apunhalado por aliados de primeira hora, Cameli institui um “órgão colegiado auxiliar do Estado do Acre, que tem como função assessorar o governador, promover, coordenar e monitorar as ações do
Estado do Acre, em todas as áreas”.
A reportagem apurou que nos últimos dias o governador teve momentos de extrema irritação com gente graúda da Casa Civil, onde deságua todas as demandas mais urgentes que refletem diretamente na governabilidade. Ali, a exemplo das traquinagens do chefe da pasta na época, o advogado Ribamar Trindade, perpetua a política nefasta que contraria o chefe do executivo e o torna refém dos privilégios a figuras que, inclusive, levantaram bandeira para a oposição na campanha eleitoral passada, mas, estranhamente, conquistaram cargos generosos com salários.
Gladson apanha da imprensa investigativa e sofre críticas homéricas nas redes sociais, por ser o dono da caneta e se manter, em tese, silencioso diante do descalabro.
O Conselho de Gestão Governamental será composto por um representantes dos órgãos abaixo, terá autonomia para fazer diligências (poder de intervenção em qualquer pasta) e se reunirá a cada 15 dias, obrigatoriamente, podendo ser convocado extraordinariamente diante de fato grave.
I – Secretaria de Estado da Casa Civil – SECC;
II – Secretaria de Estado de Governo – SEGOV;
III – Gabinete Pessoal do Governador – GABGOV;
IV – Gabinete da Vice-Governadora – GABVICE
V – Controladoria-Geral do Estado – CGE;
VI – Secretaria de Estado da Fazenda – SEFAZ;
VII – Secretaria de Estado de Planejamento – SEPLAN;
VIII – Secretaria de Estado de Administração – SEAD;
IX – Procuradoria-Geral do Estado – PGE.
§ 1º Cada órgão indicará, mediante expediente do respectivo dirigente,
um membro titular e um suplente, no que couber.
§ 2º A participação no Conselho de Gestão Governamental será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.
§ 3º A Coordenação do Conselho de Gestão Governamental será realizada pela Secretaria de Estado da Casa Civil – SECC, que orientará
suas atividades.
Art. 3º O Conselho de Gestão Governamental se reunirá, em caráter
ordinário, quinzenalmente e, em caráter extraordinário, mediante convocação, para deliberar acerca de temas pertinentes às suas atividades,
sendo possível a qualquer membro deixar consignado entendimento diverso acerca de qualquer matéria em discussão.
Art. 4º A Coordenação do Conselho de Gestão Governamental poderá suscitar
diligências que reputar necessárias ao desempenho de suas atribuições.
Art. 5º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Rio Branco – Acre, 2 de fevereiro de 2023, 135º da República, 121º do
Tratado de Petrópolis e 62º do Estado do Acre.
Gladson de Lima Cameli
Governador do Estado do Acre
Ele é mais conhecido pela “Voz que Apaixona” e faz sucesso Brasil afora com seu estilho Arrocha de cantar. Reúne multidões por onde passa. No Acre, neste domingo, não será diferente. Romeu se apresentará no Balneário Ilha do Sol, situado no KM 5 da Estrada de Porto Acre. O ambiente está preparado para receber milhares de amantes da sofrência.
O balneário é aberto de segunda a segunda sempre a partir das 9:00 horas, com segurança e salva vidas, ambiente familiar e comidas típicas.
O Prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, anunciou na manhã desta sexta-feira (03) mais um aumento salarial para os professores municipais. A decisão tem por base o reajuste de 15% assinado pelo atual Ministro da Educação, Camilo Santana.
O prefeito se disse feliz porque o município poderá reajustar o piso do professor de maneira quase imediata, devido o trabalho de economicidade feito pela gestão com os recursos próprios. Mas ao mesmo tempo se preocupa com os demais municípios, que não arrecadam o suficiente para cobrir mais essa despesa.
Ainda de acordo com o prefeito, a Confederação dos Municípios e a Frente Nacional dos Prefeitos conseguiram aprovar ano passado uma lei que ordena ao governo federal a determinação de recursos para cobrir despesas criadas por ele aos municípios.
“Os municípios do interior não vão conseguir implantar isso tão rápido, vamos ver como o governo federal vai repassar isso, porque está dentro da nova lei. Nós somos um dos poucos municípios que já está fazendo. Não tenho dúvida que aumentando bem o salário melhora a vida do professor e ele se dedicará mais ao trabalho. Agora eles podem sonhar mais alto, realizar outros sonhos, e merecem. O professor é o pilar do desenvolvimento do nosso país.”
“Isso para eles vai ser de suma importância, e a palavra é gratidão ao prefeito pelo seu reconhecimento. Nossos professores vão agradecer de coração”, disse a secretária municipal de Educação, Nabiha Bestene.
Segundo o secretário municipal de Gestão Administrativa, Jonathan Santiago, o salário do professor que cumpre 25 horas passará de:
R$ 3.004 -> R$ 3.453,27
Para quem cumpre 40h passará de:
R$ 4.807 -> R$ 5.525,32
Para professores da modalidade de nível médio para ensino infantil, com carga horária de 40h o salário passará a ser R$ 4.420,55.
O secretário frisa que estes são valores de início de carreira, podendo o professor ao final de carreira cumprindo 40h chegar ao salário de R$ 10.500,00 com a nova determinação. O município possui cerca de 2 mil professores na rede pública.
“Importante frisar que esses recursos não são federais, são recursos próprios do município. O Fundeb é uma verba que está na lei, mas o município de Rio Branco por ser uma capital e com uma sede financeira favorável custeia 100% dos impostos.”
De acordo com Jonathan Santiago, o município enviará o projeto de lei para a Câmara de Vereadores para a aprovação. Sendo aprovado, estes quase 15% representarão anualmente 25 milhões, e mensalmente em torno de 1 milhão e seiscentos ao orçamento municipal.
“A casa do povo aprovando isso o mais rápido possível, a gente consegue implementar em fevereiro, todavia, se acontecer algum atraso, a gente faz no pagamento de março o retroativo a primeiro de janeiro de 2023″, enfatizou.
As infiltrações no teto, os móveis terrivelmente deteriorados e o piso de jacarandá esburacado e sem manutenção são só a face aparente de uma fase do Palácio da Alvorada que, embora não tenha nada de áurea ou épica, a história não poderá jamais esquecer.
Para além dos já conhecidos estragos deixados para trás, nos quatro anos em que esteve à disposição de Jair e Michelle Bolsonaro, o prédio projetado por Oscar Niemeyer para ser a principal residência da Presidência da República do Brasil foi lugar de confusões barulhentas, assédio moral a funcionários e de transações financeiras pouco usuais que vão ao encontro das suspeitas de caixa 2 reveladas há duas semanas pela coluna e que, neste momento, estão sob investigação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo
Relatos de quem viveu o cotidiano do palácio nos últimos anos, documentos e outros registros inéditos, como gravações e mensagens de WhatsApp, revelam segredos do período em que a residência oficial foi ocupada pelos Bolsonaros e escancaram a diferença abissal entre o discurso público do ex-casal presidencial e o comportamento adotado longe dos holofotes, por detrás das vidraças do Alvorada.
Para esta reportagem, ao longo das últimas semanas entrevistamos vários funcionários do palácio, incluindo militares. Alguns aceitaram gravar depoimentos, desde que não tivessem suas identidades reveladas. Outros concordaram apenas em contar o que viram, sem registro em vídeo.
De cima a baixo na hierarquia do Alvorada, do restrito staff que servia à família até, literalmente, a turma que cuida dos gramados onde passeiam as emas, há histórias ilustrativas de um lado do poder que destoa – e destoa bastante – daquele que é exibido costumeiramente ao distinto público.
Histórias como as do pastor evangélico amigo de Michelle presenteado com o cargo de administrador do palácio que esculhambava os subordinados e ameaçava até suspender o lanche de quem ousasse questioná-lo — tudo, segundo ele próprio disse em uma reunião gravada às escondidas, com aval da então primeira-dama.
Há mais. Michelle, com alguma frequência, protagonizava brigas colossais com Carlos e Jair Renan, os filhos 02 e 04 de Jair Bolsonaro. Numa dessas confusões, na frente dos empregados, o 04 precisou ser contido pelo pescoço por um segurança.
Bolsonaro, em um dia de fúria, arrombou a adega do palácio – sim, o então presidente da República pôs abaixo, com o pé, a porta do cômodo onde fica guardado o estoque de vinhos da residência oficial.
Já nos estertores do governo, funcionários da confiança de Bolsonaro e de Michelle levaram embora caixas e mais caixas de picanha, camarão e bacalhau comprados com dinheiro público que estavam armazenadas na câmara frigorífica anexa à cozinha.
Ainda nos últimos dias de 2022, moedas jogadas por turistas no espelho d’água que enfeita a entrada do Alvorada foram “pescadas” e carregadas pelo “síndico” do palácio, também com autorização de Michelle – supostamente para serem doadas a uma igreja.
Alguns dos episódios, ainda que relevantes, são quase pitorescos. Mas há outros graves – ou gravíssimos. Os funcionários relatam como se dava o fluxo de dinheiro – dinheiro vivo – entre o Palácio do Planalto e o Alvorada para bancar despesas privadas da primeira-dama e de seus parentes.
Com regularidade, várias vezes por mês, a equipe encarregada de auxiliar Michelle recebia a incumbência de passar no Planalto para pegar os recursos, em espécie, na sala do tenente-coronel do Exército Mauro Cesar Cid, o agora notório ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Cid, que após a reportagem publicada aqui no último dia 20 tornou-se o pivô da queda do comandante do Exército, é investigado, entre outras coisas, pela suspeita de gerenciar o caixa 2 palaciano com verbas que tinham como origem, inclusive, saques feitos na boca do caixa com cartões corporativos do governo.
Mensagens obtidas com exclusividade pela coluna mostram que bastava um pedido de Michelle para que Cid autorizasse os assessores da primeira-dama a retirarem o dinheiro, no Planalto, com algum dos militares que integravam seu time na ajudância de ordens do então presidente da República. Também era ele quem providenciava depósitos, igualmente em dinheiro vivo, na conta pessoal da mulher de Jair Bolsonaro.
Há evidências, ainda, de que Michelle, primeira-dama do Brasil até 31 de dezembro passado, recebia com regularidade, no Alvorada, envelopes de dinheiro enviados por Rosimary Cardoso Cordeiro, amiga íntima que no primeiro ano do governo de Jair Bolsonaro viu seu salário de assessora no gabinete de um senador governista ser quase triplicado.
Os indícios, que poderão ser esquadrinhados minuciosamente na investigação em curso no STF, apontam para mais uma “rachadinha” no ex-clã presidencial.
Áudios e outros registros aos quais a coluna teve acesso comprovam que assessores de Michelle no Palácio da Alvorada tinham por tarefa pegar com Rosi – seja no prédio dela, no Riacho Fundo, região administrativa do DF, seja em um ponto de encontro entre o Planalto e o Congresso Nacional — os envelopes recheados de notas de reais.
Se para o público externo a ex-primeira-dama tentava se mostrar sempre afável e sorridente, quem convivia com ela na intimidade do Alvorada relata uma rotina bem diferente, cheia de sobressaltos.
Descrita como uma pessoa temperamental, de humores que mudavam de supetão, Michelle costumava destratar a equipe de funcionários escalada para auxiliá-la. Algumas assessoras chegaram a pedir para deixar o trabalho, queixando-se da maneira como eram tratadas.
Pelo menos uma delas cogitou processar a então primeira-dama por assédio. Acabou desistindo do plano por entender que não teria força para levar adiante uma querela judicial contra alguém que, àquela altura, estava no topo do poder. Outra assessora foi embora sem ouvir nem sequer um obrigado.
O relacionamento difícil de Michelle com o staff que a atendia mais proximamente se refletia nas demais relações de trabalho dentro do palácio, inclusive naquelas que envolviam pessoas simples, como jardineiros e funcionários da limpeza.
O Alvorada está num terreno que equivale a 50 campos de futebol, à beira do Lago Paranoá. De área construída, o edifício inaugurado em 1958 tem 7 mil metros quadrados, distribuídos em três pavimentos. Para funcionar, a megaestrutura palaciana conta com uma tropa de empregados, civis e militares. São cerca de duas centenas de pessoas, que cuidam do atendimento mais direto aos inquilinos de momento – há maître, garçons, cozinheiros, camareiros, motoristas – e dos serviços de manutenção predial e dos jardins.
Em fevereiro de 2021, a tarefa de comandar a máquina do Alvorada foi confiada por Michelle ao pastor Francisco de Assis Castelo Branco, próximo da família desde os tempos em que ela e Bolsonaro moravam no Rio. Francisco, ou Chico, como era chamado na intimidade do clã, é marido de Elizângela Castelo Branco, intérprete de Libras que, de tão íntima da ex-primeira-dama, chegou a acompanhá-la na viagem de fim de ano à Flórida. Ainda no Rio, Michelle, Elizângela e Francisco integravam um núcleo da Igreja Batista Atitude voltado à comunidade surda.
Com a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018, o casal se mudou para Brasília e foi empregado no governo. Francisco ganhou primeiro um cargo no Planalto, com salário de R$ 5,6 mil. Depois, foi transferido para o Alvorada ganhando quase o dobro. Na função de coordenador do palácio, ganhou dos empregados o epíteto de “pastor-capeta” pelo rigor com que tratava os subordinados. A fama de mau não demorou a vir, graças à maneira como lidava com empregados e às sucessivas demissões que promoveu. Teve gente que foi mandada embora porque levou para casa algumas mangas do pomar do palácio – o que antes da chegada dele era algo corriqueiro. “Ele assediava as pessoas e ameaça de demissão o tempo todo. E dizia que a primeira-dama tinha conhecimento de tudo e autorizava essa postura”, afirma um dos funcionários que aceitaram dar entrevista (assista, a seguir, a um dos depoimentos).
No ano passado, o pastor convocou uma reunião com os empregados da empreiteira contratada pelo governo para cuidar da jardinagem do Alvorada. O motivo: ele queria chamar a atenção de funcionários que haviam se queixado porque estavam sendo obrigados a limpar um banheiro de serviço – como eram contratados para cuidar do jardim, alguns alegavam que estavam em desvio de função. Sobrou para todos. Em 25 minutos de monólogo, Francisco desfilou a arrogância que lhe rendeu o apelido indesejado. “Quem não pode limpar o banheiro não pode nem cagar. Caga no mato, então, caga em casa. Entendeu? Usa aquela bolsa. Porque é sacanagem isso”, estrilou. Ele ameaçou cortar o lanche que era oferecido diariamente ao grupo. O pastor ainda explicou, do seu modo, sem papas na língua, por que empregados da Novacap, a companhia urbanizadora de Brasília, haviam sido cortados do Alvorada: além de “velhos”, disse, eram “preguiçosos”. O tom de ameaça era explícito (ouça a seguir os principais trechos da reunião).
A decisão de proibir os funcionários de escalão mais baixo de entrar na área do palácio portando telefones celulares gerou situações desagradáveis. Uma senhora passou o dia sem saber que um parente havia morrido, relata um ex-empregado. Ela só recebeu a notícia ao final do expediente porque o administrador não havia nem sequer deixado um telefone por meio do qual os funcionários poderiam ser acionados por familiares em caso de emergência. “Ele destratava os empregados, especialmente os mais humildes”, diz um militar que lidava com frequência com o pastor.
O sumiço da picanha e das “moedas da sorte”
O pastor Francisco também é personagem de dois episódios ocorridos no Alvorada já nos derradeiros dias do governo Bolsonaro e que, até agora, eram conhecidos apenas por quem vive os bastidores do palácio.
Na primeira visita que fez à residência após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva, a atual primeira-dama, Janja da Silva, e seus auxiliares disseram que não teriam interesse nos mantimentos perecíveis – comprados com dinheiro público – que os Bolsonaro deixariam na despensa. Janja, então, autorizou os funcionários a dividirem o farnel entre si. Ocorre que foram poucos, ou pouquíssimos, os que se beneficiaram.
Funcionários relatam que os itens de maior valor, como carnes nobres – peças de picanha e filé mignon, por exemplo – e fardos de camarão e bacalhau, simplesmente desapareceram. Testemunhas dizem que um grupo restrito de funcionários ligados à administração fez a limpa na despensa, sem compartilhar com os demais.
Numa adaptação para os trópicos de um costume típico de atrações como a Fontana di Trevi, em Roma, turistas que visitam o Alvorada jogam moedas no espelho d’água que decora a frente do palácio presidencial. É um gesto que, diz a crença popular, traz sorte. Pouco antes de os Bolsonaro deixarem o palácio, funcionários receberam uma ordem para esvaziar o fosso e juntar as milhares de moedas acumuladas ali. Pastor Francisco – de novo ele – foi quem tomou a frente. Disse que o pedido havia sido feito por Michelle Bolsonaro.
A “pescaria” rendeu um balde cheio – não se sabe exatamente quanto havia. Funcionários dizem que Francisco levou as moedas embora, dizendo que as doaria para uma igreja. “Se ele doou ou não, não sei, mas ele falou que era a mando da Michelle”, relata um empregado do palácio. O pastor Francisco, a despeito da amizade íntima com o casal Bolsonaro, até se movimentou para ficar no Alvorada de Lula. Não conseguiu. Foi exonerado no último dia 5 de janeiro.
A empresa Red Pontes tem até esta sexta-feira para se explicar sobre a falta de recolhimentos do FGTS de cerca de 30 trabalhadores que atuam na limpeza do Hospital João Câncio Fernandes, em Sena Madureira. A empresa não paga o cartão alimentação dos trabalhadores há quatro meses e os salários de dezembros também estão atrasados. O prazo foi dado pelo controlador geral do estado, Almir Brandão, após reportagem denúncia do Seringal. A Red Pontes pertence á família do deputado Afonso Fernandes, e teve contrato renovado com a Secretaria de Saúde no valor de 54 milhões no dia 13 de janeiro deste ano.
O controlador do estado informou que há um TCA – Termo de Ajustamento de Conduta – firmado com a empresa, em que a RED Pontes se compromete em não penalizar os trabalhadores em quaisquer situações. O TAC prevê multa e até o cancelamento das atividades resultantes do contrato com a administração pública. Em resposta à nossa rerportagem, o Ministério Público disse que não vai investigar o caso, e não deu explicações sobre a sua omissão.
Um dia após ser empossado como Senador da República, Alan Rick foi escolhido coordenador da Bancada Federal do Acre, no Congresso Nacional. O parlamentar já exerceu o cargo de vice-coordenador, em 2015, e coordenador, em 2016. “Fico muito honrado pela escolha dos colegas da nossa Bancada. Nosso primeiro passo é fazer uma grande reunião com o Governo do Estado e AMAC, que auxilia nossos municípios, para que possam garantir a execução dos quase R$ 700 milhões em recursos que trabalhamos, arduamente, para enviar ao Estado anualmente. ”
Na reunião desta quinta-feira, 02, os sete deputados e dois senadores presentes aclamaram o nome do parlamentar, sem a necessidade de votação. “Alan já tem histórico de trabalho no acompanhamento das emendas, ele gosta de atuar nesta área, tem equipe e estrutura preparadas. Me senti representada por ele como prefeita e tenho certeza que será assim como deputada”, disse a Deputada Federal Socorro Neri.
Os parlamentares do Acre também definiram pela criação do Estatuto da Bancada com as regras sobre mandato e outros detalhes. Ficou acertado que haverá alternância no comando do colegiado com senadores e deputados se sucedendo alternadamente. Na próxima reunião, ainda com data a ser definida, será escolhido o vice-coordenador.
A função principal da Bancada Federal é definir a destinação dos recursos das emendas de bancada ao Orçamento Geral da União, todos os anos. Em 2022, os congressistas indicaram R$ 284 milhões que serão executados este ano.
Participaram da reunião as deputadas Socorro Neri (PP) e Meire Serafim (União), o Senador Márcio Bittar (União) e os Deputados Federais Coronel Ulysses (União), Zezinho Barbary (PP), Gerlen Diniz (PP), Dr. Eduardo Velloso (União) e Roberto Duarte (Republicanos). A Deputada Federal Antônia Lúcia (Republicanos) e o Senador Petecão (PSD) confirmaram presença, mas não compareceram.
O prefeito Tião Bocalom teria encomendado um estudo sobre as indicações do senador Sérgio Petecão na Prefeitura de Rio Branco. Um alto servidor fez denúncia revelando nomes que seriam de extrema confiança do parlamentar, para um pente fino no setor de Recurso Humanos.
Bocalom se mantém calado desde o pedido de exoneração da vice-prefeita no cargo de secretária de Assistência Social, na terça-feira. Marfisa saiu desgostosa e fazendo duras críticas, inclusive dizendo que não tem sequer sala para trabalhar e que sua pasta está loteada por comissionados “estranhos” à sua administração. Sem citar nomes, a mulher do senador comunicou ao prefeito que “não tem como trabalhar como pessoal desmotivado”.
A atitude da vice-prefeito constrangeu Bocalom, diz a fonte. “Ele ficou bravo, mas na dele. Ao invés do diálogo, preferiu a canetada”, concluiu. Alguns dos mais de 200 cargos de Petecão incluem, além da esposa, o pastor Bezerrinha, fiel escudeiro de Petecão; Pedro Aragão, diretor presidente da Secretaria de Cultura e Esporte; Ivan Hulf, apadrinhado de Lene Petecão e um dos diretores; Marcos Coveiro, administrador dos cemitérios; e Souza Neto – um dos diretores na Emurb.
Morreu nesta quinta-feira (2), aos 73 anos, a jornalista e apresentadora Glória Maria. Ela estava internada, tratando um câncer, mas a causa de sua morte ainda não foi confirmada. Glória deixa duas filhas, Maria e Laura.
A jornalista estava afastada do “Globo Repórter” há mais de três meses, por conta do tratamento. O último programa apresentado por ela foi a edição do dia 5 de agosto de 2022. Ela trabalhava no “Globo Repórter” há 12 anos.
Em 2019, Gloria Maria passou por uma cirurgia de emergência para a retirada de um tumor no cérebro, descoberto repentinamente, após um desmaio. Depois da cirurgia, a apresentadora ainda fez um tratamento com a radioterapia e imunoterapia.
Nascida em Vila Isabel, zona Norte do Rio, Glória Maria se formou em jornalismo na Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e teve seu primeiro estágio no programa do Chacrinha, na TV Globo, ainda nos anos 1960. Mais tarde, foi efetivada na emissora como repórter e logo virou âncora de programas como “RJTV”, “Jornal Hoje” e “Fantástico”. Este último, aliás, ela apresentou por um longo período, de 1998 a 2007.