Guerra civil no Sudão: Exército e paramilitares podem dividir país em dois
Paramilitares sudaneses estão formando um governo paralelo o país. Com isso, analistas políticos avaliam o Sudão, país do norte da África, passará a ficar de fato dividido em duas partes.
Após mais de dois anos de guerra, o Exército sudanês e luta atualmente contra as FRS (Forças de Apoio Rápido) paramilitares sudanesas pelo controle da cidade de al-Fashir – a última base do Exército na região de Darfur.
O conflito entre os dois lados já deixou um rastro de assassinatos étnicos, fome e deslocamentos em massa.
Uma coalizão liderada pelos paramilitares da FRS anunciou quem seriam os membros de um governo paralelo na semana passada. Embora ainda não tenha estabelecido instituições, nem ter sido reconhecido, analistas afirmam que o Sudão pode se encaminhar para se dividir novamente. Isso já aconteceu em 20211, quando parte do território foi separada e passou a se chamar Sudão do Sul.
Como chegamos a esse ponto?
O Exército sudanês e as FRS trabalharam juntos em 2021 para expulsar os políticos civis que assumiram o governo deposto do presidente Omar al-Bashir, em 2019.
Mas em abril de 2023, começou uma guerra entre os militares e os combatantes das FRS depois de uma tentativa de integrar paramilitares ao Exército sudanês.
Em maio, o Exército do Sudão instalou um primeiro-ministro, Kamil Idris, que por sua vez começou a nomear ministros para o chamado “Governo Esperança”.
A formação do gabinete foi prejudicada por disputas entre líderes do Exército e grupos rebeldes.
O que cada lado controla no território do Sudão?
O Exército sudanês mantém o controle dos estados do norte e do leste do Sudão. No início deste ano, também reconquistou estados da região central e Cartum, atual capital do país. O comando do Exército promete se estabelecer oficialmente em Cartum.
Já as FRS (Forças de Apoio Rápido) tomaram a maior parte de Darfur, com exceção da cidade al-Fashir, onde os combates continuam, causando fome em massa.
Os paramilitares também se aliaram ao grupo rebelde SPLM-N, que controla áreas do estado de Kordofan do Sul, na fronteira com o Sudão do Sul. Os estados de Kordofan Ocidental e Kordofan do Norte, ricos em petróleo, também continuam sendo disputados.
Mais recentemente, as FRS assumiram o controle do “triângulo fronteiriço” ao norte, com a Líbia e o Egito, expandindo as fronteiras internacionais do território que controla.
Como os paramilitares formaram um governo?
Em fevereiro, as FRS formaram a coalizão “Tasis”, composta por várias facções políticas e grupos rebeldes sudaneses, com o objetivo de construir o que, segundo eles, seria um governo único para todo o Sudão.
Em maio, a coalizão paramilitar assinou uma constituição que estabelece um parlamento e um gabinete. Em julho, a coalizão anunciou a formação de um conselho presidencial liderado pelo chefe das FRS (Forças de Apoio Rápido), Mohamed Hamdan Dagalo.
O conselho também inclui governadores regionais e um primeiro-ministro, o ex-funcionário do governo Mohamed Hassan al-Taishi.
Caminhonete com metralhadoras pesadas e granadas lançadas por foguetes dos combatentes em Darfur, no Sudão • Scott McWhinnie/CNN
O que isso significa para o Sudão?
Analistas afirmam que a formação de governos paralelos pode levar a um impasse semelhante ao da Líbia ou a uma fragmentação ainda pior, à medida que outros grupos armados reivindicam seus próprios territórios e seguem o exemplo das FRS (Forças de Apoio Rápido).
Os dois governos também podem ter dificuldades para garantir a cooperação internacional necessária para reconstruir a economia e a infraestrutura destroçadas do Sudão.
Nenhum país até agora reconheceu o governo paralelo dos paramilitares, que a ONU e a União Africana condenam. Milícias também proliferaram em todo o território dominado pelos paramilitares e se tornam um problema, inclusive, para o controle das próprias FRS (Forças de Apoio Rápido).
As FRS (Forças de Apoio Rápido) mantêm a sede do governo na cidade de Nyala. A região enfrenta crescentes índices de criminalidade, incluindo sequestros, além de protestos de moradores. A cidade também tem sido alvo frequente de ataques aéreos e de drones do Exército sudanês.
A coalizão do Exército, que inclui antigos grupos rebeldes e milícias tribais, é igualmente frágil. E embora o Exército tenha reconhecimento internacional, com o apoio de potências regionais como o Egito, muitos países permanecem hesitantes em lidar com os militares por causa do golpe de 2021 e à influência de radicais islâmicos.
O chefe do Exército sudanês, Abdel Fattah al-Burhan, é alvo de sanções dos EUA.
Rafael Câmara vence na Hungria e conquista o título da Fórmula 3
Rafael Câmara conquistou o Campeonato de Pilotos da Fórmula 3 de 2025! O piloto brasileiro da Trident confirmou o título neste domingo (3) ao vencer a prova em Hungaroring, na Hungria.
Com o triunfo, Rafael Câmara chegou aos 156 pontos na temporada e não pode mais ser ultrapassado por Mari Boya, segundo colocado com 108. Aos 20 anos, o pernambucano integra o programa de jovens talentos da Ferrari desde 2021 e estreou na categoria neste ano.
Tsolov agora está em terceiro com 106 pontos, seguido por Tim Tramnitz em quarto com 93 pontos e Martinius Stenshorne em quinto com 80 pontos.
Câmara teve um início dominante no campeonato, conquistando quatro poles nas cinco primeiras etapas — marca inédita na F3 — e vencendo em três circuitos: Bahrein, Austrália e Espanha.
Com grande vantagem na classificação, soube controlar o ritmo nas últimas provas e voltou a brilhar com mais uma pole position na rodada húngara.
“Estou muito feliz com a forma como conseguimos administrar toda a temporada. Acho que fomos muito fortes desde o início. Agora podemos relaxar um pouco antes de Monza, aproveitar um pouco o momento, porque durante o campeonato é sempre difícil aproveitar os momentos, porque você sempre precisa manter o foco, então aproveite cada momento. Obrigado a todos pelo apoio, por torcerem por mim e agora é só aproveitar”, disse o piloto brasileiro após o título.
Silverware, champagne and even his very own poster!
Na classificação por equipes, a Trident chega à rodada final com 282 pontos na primeira posição, seguida pela Campos Racing, com 263. A MP Motorsport aparece em terceiro com 166 pontos, seguida pela ART Grand Prix, em quarto com 144 pontos. A Van Amersfoort Racing completa os cinco primeiros com 136.
Relembre carreira do ator Mauricio Silveira, que morreu após cirurgia
O ator Mauricio Silveira morreu no sábado (2) aos 48 anos no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada pela família e divulgada no perfil do Instagram do artista.
O artista, ex-Globo e Record, estava internado no Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro em coma induzido após complicações em uma cirurgia para retirada de um tumor no intestino. De acordo com a família, ele estava sedado para combater uma infecção.
Mauricio ficou conhecido por suas participações nas novelas “Cobras & Lagartos” (2006), “Faça Sua História” (2008) e “Insensato Coração” (2011), da TV Globo, “Balacobaco” (2012) e a série “Reis” (2022), ambas da Record.
Além disso, Mauricio é escritor, diretor — de produções como “Interseção” — e atua no teatro, sendo consagrado por algumas peças autorais como “Eu Matei Nelson Rodrigues” e “Pasolini no Deserto da Alma“.
O ator criou a oficina de teatro e audiovisual MS Produções, da qual é CEO, que produziu suas peças e outras como “Blue Man“.
Tumor no intestino e coma induzido
De acordo com o ator Theo Becker, amigo de Mauricio, o artista teve um episódio de vômitos e procurou atendimento médico, quando recebeu o diagnóstico de câncer agressivo no intestino.
Mauricio, então, passou por uma cirurgia para retirada do tumor, que ainda estava em fase de investigação. No entanto, houve uma complicação no pós-operatório, o que exigiu uma nova intervenção cirúrgica e o levou ao coma induzido, como parte do tratamento para combater uma infecção, de acordo com texto divulgado pela família do artista.
Vôlei: Brasil vira contra Eslovênia e leva o bronze na Liga das Nações
O Brasil é bronze na Liga das Nações de Vôlei (VNL) masculina. A seleção venceu a Eslovênia, de virada, por 3 sets a 1, e garantiu a volta ao pódio da competição após quatro anos sem ganhar medalha. A vitória na madrugada deste domingo (3/8), em Ningbo, na China, se deu pelas parciais de 23/25, 25/20, 25/23 e 25/19.
O jogo começou complexo, com a Eslovênia respondendo fortemente aos ataques brasileiros. Mesmo com os esforços da Seleção, o primeiro set ficou com os eslovenos. Apesar do susto, o Brasil passou a dominar o confronto a partir do segundo set e levou a medalha de bronze após vencer as últimas três disputas no duelo pelo terceiro lugar.
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Brasil perdeu apenas para Cuba e Polônia na VNL
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Equipe se despediu da briga pelo ouro na semifinal, após derrota para a Polônia
A Seleção Brasileira encerra a participação na VNL 2025 com duas derrotas em 15 jogos. Ao todo, o time comandado por Bernardinho só peder para Cuba, durante as classificatórias, e para a Polônia, na semifinal.
Na final, a Polônia encara a Itália, neste domingo, às 8h (de Brasília).
Brasileiro, Rafael Câmara vence na Hungria e é campeão da Fórmula 3
Rafael Câmara é o campeão da Fórmula 3. O brasileiro garantiu o título da categoria ao terminar a corrida em Hungaroring, na Hungria, em primeiro lugar, neste domingo (3/8). O piloto da Tridente chegou aos 156 pontos com o triunfo e não pode mais ser alcançado por Mari Boya, que tem 108.
Câmara liderou a corrida em Hungaroring de ponta a ponta. O brasileiro largou na pole position e chegou a ser ultrapassado por Boya na quarta volta, mas logo retomou a primeira posição. Logo após, a entrada do safety car, três vezes seguidas, na pista ajudou o piloto a manter a liderança.
Com isso, na volta 14, o brasileiro havia aberto uma distância de 1s5 para o adversário na briga pelo título. Após várias entradas do safety car, a direção estabeleceu um limite para o término da prova, o que fez com que Boya adotasse uam estratégia amis agressiva e encostasse no brasileiro.
A diferença de 1s5 chegou a cair para 0s6, com apenas 12 minutos para o fim da corrida. No entanto, Câmara se manteve firma, fez a volta mais rápida do dia, aumentou a vantagem para 2s e terminou a prova em 1° lugar, com o título em mãos.
Nascido em Recife, Rafael Câmara tem 20 anos de idade e faz parte da academia de pilotos da Ferrari desde 2021. O brasileiro disputa sua primeira temporada de Fórmula 3 neste ano.
O feito iguala Câmara a outro brasileiro: Gabriel Bortoleto. Atualmente na Sauber, o piloto também venceu a F3, em 2023, e ainda se sagrou campeão da Fórmula 2 em 2024, antes de chegar à elite do automobilismo, na Fórmula 1.
Na trajetória pelo título, o pernambucano chegou a quebrar o recorde da categoria, com quatro pole positions em cinco corridas, além de três vitórias (Austrália, Bahrein e Espanha), logo no início da temporada. Com a vantagem construída, Câmara admnistrou o campeonato, voltou a conquistar o 1° lugar do grid na Hungria e levou o título para casa.
Candangão Sub-20: Brasiliense x Real Brasília ao vivo e com imagens
O Metrópoles transmitirá pelo YouTube, ao vivo e com imagens, o duelo entre Brasiliense x Real Brasília, válido pelo jogo de volta das semifinais do Candangão Sub-20. A partida acontece na Boca do Jacaré, em Taguatinga, neste domingo (3/8), às 10h.
Na partida de ida, o Brasiliense venceu por 1 x 0 e agora tem a vantagem de jogar pelo empate. Se o Real Brasília vencer por um gol de diferença, a decisão irá para os pênaltis. O duelo decide não só o finalista da competição, mas também quem disputa a Copinha em 2026.
As transmissões serão realizadas no YouTube do portal Metrópoles. Clique aqui para acessar. Além da transmissão dos jogos, você acompanhará tudo sobre os confrontos em nosso portal.
A exibição das partidas do Candangão Sub-20 é mais uma atração do Grupo Metrópoles, que conta também com o Metrópoles Sports, Metrópoles Music, Metrópoles Endurance e o Brasileirão Série D Will Bank.
Nas redes sociais, Adriana relatou que a internação ocorreu após o inchaço no rosto retornar. Assim, ela voltou a fazer o tratamento com antibióticos e fez uma nova descoberta de saúde, uma trombose no braço esquerdo. A teoria dos médicos é que a trombose foi causada pelo cateter usado na internação anterior.
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Jornalista da Record, Adriana Perroni é internada após diagnóstico de celulite facial
Quando foi diagnosticada pela primeira vez, Adriana chegou a fazer um alerta para os seguidores nas redes sociais. “Adriana, porém, teve o diagnóstico de celulite facial. Ela aproveitou para explicar a doença.
“A médica disse que era caso de internação. Gente, celulite facial é uma infecção por bactéria, que pode se espalhar rapidamente pela pele e, se não tratada corretamente, pode evoluir para infecção nos olhos, no cérebro e, em casos extremos, pode até matar”, afirmou a jornalista.
Afinal, o Botafogo é de John Textor ou da Eagle? Entenda o imbróglio
John Textor está tentando recomprar o Botafogo, mas o processo está dando o que falar nos bastidores. O investidor esbarra em condições da Eagle Football Holdings, empresa que já comandou, mas, atualmente, é administrada por outros empresários.
O fundo de investimento Ares e Michelle Kang, diretora à frente do Lyon e, como consequência, da própria Eagle, não querem vender o Botafogo para John Textor. Ambos veem conflito de interesses na negociação.
Todo o imbróglio gerou uma série de dúvidas, que serão respondidas pela CNN.
Textor, Eagle e Botafogo
A Eagle Football Holdings é dona de 90% das ações da SAF do Botafogo. John Textor lidera, mas rompeu com a Ares, principal parceira, por conta do colapso financeiro do Lyon. Michelle Kang, dessa forma, assumiu o clube.
A saída de Textor do Lyon faz parte de uma determinação da Direção Nacional de Controle e Gestão (DNCG), que rebaixou o clube francês à Ligue 2 por falta de garantias financeiras.
O americano também não angariou cifras para compor os 100 milhões de euros investidos no Lyon, outra parte do acordo com a DNCG para manter a equipe na primeira divisão, fato que confirma a ruptura.
Agora, o comando da Eagle quer vender o Botafogo, mas não para o investidor. Nos moldes atuais, Textor atuaria como “comprador e vendedor”, de maneira simultânea, por isso a teoria do conflito de interesses.
Para que a recompra avance, a Eagle pede que Textor deixe o comando da holding. O americano, por sua vez, tenta forçar a operação com uma nova empresa nas Ilhas Cayman e apoio do investidor grego Evangelos Marinakis, dono do Nottingham Forest.
O problema é que, no momento, as opções que envolvem uma venda separada de John Textor aparecem como improváveis nos bastidores.
O cenário mais atrativo é a venda das ações para uma terceira parte, mas ele envolveria problemas judiciais da SAF e captação de compradores, algo que não funcionaria dentro do tempo hábil que a Eagle espera na negociação.
Os investidores também cogitaram manter o Botafogo na holding, retirando, apenas, John Textor do poder. O empresário americano, contudo, está alinhado com o clube associativo, que deseja a sua permanência.
Tanto que a própria SAF do Botafogo conseguiu, na Justiça do Rio, a manutenção de John Textor no poder, alegando uma dívida de quase R$ 150 milhões com a Eagle Football Holdings.
Apesar da vitória momentânea, o clube carioca se vê com as mãos atadas, já que, sem a Eagle, John Textor não está conseguindo movimentar o dinheiro como fazia. Quem sofre, nesse caso, é o Glorioso.
Modelos feitas por IA causam polêmicas e levantam debates sociais
A edição de agosto de 2025 da Vogue americana vem ganhando as manchetes — e não apenas pela capa com a atriz Anne Hathaway, que está de volta aos holofotes com as filmagens da sequência de “O Diabo Veste Prada”. O que atraiu muita — senão mais — atenção pode ser encontrado nas páginas da revista: anúncios da marca de roupas californiana Guess.
À primeira vista, nada parece incomum: uma mulher caucasiana de cabelos loiros ondulados, bochechas coradas e dentes perfeitos, com um sorriso largo, exibe um vestido longo listrado com uma bolsa de alça combinando. Em outra imagem, ela veste um macacão floral com um cordão que marca sua cintura.
No entanto, em letras miúdas na página, é revelado que o modelo foi criado com inteligência artificial. A campanha foi desenvolvida pela Seraphinne Vallora, uma agência de marketing londrina com foco em IA, cujo trabalho também foi destaque em revistas como Elle, The Wall Street Journal e Harper’s Bazaar. O debate em torno das fotos com IA foi instigado pelo usuário do TikTok @lala4an, cujo vídeo no anúncio da Guess já foi visualizado mais de 2,7 milhões de vezes.
A revelação de que modelos de IA estavam nas páginas da Vogue gerou um debate sobre o que isso poderia significar para modelos da vida real que buscam maior representação e diversidade, e para consumidores — principalmente os mais jovens — que muitas vezes enfrentam expectativas irreais de beleza.
“É uma loucura, porque não é como se faltasse gente procurando modelos ou algo do tipo”, escreveu um usuário no TikTok em um comentário que, até o momento, já conta com mais de 67.700 curtidas. “Então, primeiro, mulheres normais se comparam a modelos editadas… Agora temos que nos comparar a mulheres que nem existem???”, escreveu outro.
Desde então, várias pessoas pediram um boicote à Guess e à Vogue. A Guess não respondeu ao pedido de comentário da CNN. Embora a campanha da Guess tenha sido uma decisão comercial, ainda precisaria de aprovação interna da Vogue para ser impressa. Um porta-voz da Condé Nast confirmou à CNN que um modelo de IA nunca apareceu em nenhum editorial da Vogue. No entanto, modelos criados digitalmente já apareceram em edições internacionais da revista: a Vogue Singapura já havia apresentado avatares gerados por IA em sua edição de março de 2023. (A Vogue Singapura é licenciada e não pertence nem é operada pela Condé Nast.)
‘Ainda contratamos modelos’
Valentina Gonzalez e Andreea Petrescu, cofundadoras da Seraphinne Vallora, acreditam que a indignação por trás da campanha da Guess é infundada. Em entrevista à CNN por videochamada, Petrescu explicou que “as pessoas acham que essas imagens foram criadas por inteligência artificial, o que não é verdade. Temos uma equipe e ainda contratamos modelos”.
Gonzalez e Petrescu foram contatados pelo cofundador da Guess, Paul Marciano, para criar modelos de IA para a marca, disseram eles. Após analisar vários rascunhos, Marciano escolheu uma loira (Vivienne) e uma morena (Anastasia) criadas digitalmente para desenvolvimento posterior. Ambas acabaram aparecendo em anúncios da Guess, que apareceram na Vogue e em outras revistas, disse Gonzalez (embora apenas Vivienne tenha viralizado).
Para criar a campanha, Seraphinne Vallora contratou uma modelo real que, ao longo de uma semana, foi fotografada no estúdio usando roupas da Guess. Isso determinou como as roupas ficariam em uma modelo de IA, disse Gonzalez. “Precisávamos ver quais poses valorizariam mais o produto e como ele ficaria em uma mulher real. Não podemos gerar uma imagem se não tivermos uma ideia bem fundamentada de quais posições valorizarão mais.”
Questionado sobre o motivo pelo qual as marcas não usariam simplesmente um modelo real em seus anúncios, Petrescu argumentou que a IA oferece aos clientes mais opções e eficiência, exigindo menos tempo e orçamentos menores para ser executada do que uma campanha de marketing típica.
A Seraphinne Vallora foi fundada inicialmente como uma marca de joias antes de se dedicar ao fornecimento de serviços de marketing baseados em IA, explicou Petrescu. “Percebemos que, para vender essas joias, precisávamos divulgar muito conteúdo de qualidade que atraísse as pessoas. Mas, na época, não tínhamos orçamento para contratar pessoas reais para serem o rosto da nossa marca, então tentamos criar nosso próprio modelo.”
Formados em arquitetura, Petrescu e Gonzalez eram versados em fotografia, desenho e mídia digital, então recorreram à IA para criar um modelo que divulgaria seus produtos online. Os resultados, segundo Petrescu, foram positivos. “Tivemos milhões de visualizações em nossos Reels do Instagram e dezenas de milhares de curtidas em algumas postagens”, disse ela.
A novidade de um modelo de IA atraiu muita gente, acrescentou Gonzalez. “A razão pela qual viralizou foi porque as pessoas ficaram tipo: ‘Meu Deus, ela é real?’”
Falta de diversidade
A Guess não é a única marca a utilizar modelos de IA. Em julho passado, a Mango lançou sua primeira campanha gerada por IA para promover roupas para adolescentes. Em uma imagem, uma jovem usa um conjunto coordenado colorido. Embora as peças mostradas fossem reais e estivessem disponíveis para compra, o modelo foi inteiramente gerado por IA. Em março de 2023, a Levi’s anunciou que começaria a testar modelos gerados por IA para garantir tipos de corpo e tons de pele mais diversos em seu marketing.
Esses lançamentos também foram recebidos com críticas, com alguns vendo a criação de um modelo por IA — especialmente uma pessoa negra — como uma forma de as empresas lucrarem com a aparência de diversidade sem precisar investir nisso, ao mesmo tempo em que potencialmente expulsariam modelos profissionais de seus empregos. Outros temiam que a medida também impactasse negativamente os meios de subsistência de fotógrafos, maquiadores e outros profissionais criativos tradicionalmente envolvidos na criação de uma campanha.
Em uma entrevista à Bloomberg em outubro de 2024, o CEO da Mango, Toni Ruiz, justificou o uso de modelos de IA, afirmando que a publicidade poderia ser criada mais rapidamente. “Trata-se de uma criação de conteúdo mais rápida”, disse ele. A Mango não respondeu ao pedido de comentário da CNN.
A Levi’s respondeu às críticas na época do anúncio, esclarecendo que não era “um meio de promover a diversidade” e que a empresa continuava comprometida em trabalhar com modelos diversas. A marca acrescentou que não reduziria as sessões de fotos ao vivo com modelos.
Notavelmente, os modelos de IA compartilhados por Seraphinne Vallora em seu Instagram são em grande parte brancos e têm características convencionalmente atraentes, como cabelos exuberantes, corpo em forma e simetria facial, que se alinham com os padrões de beleza amplamente aceitos pela sociedade.
Questionada sobre o motivo da falta de maior diversidade entre os modelos de IA de Seraphinne Vallora, Petrescu afirmou que não havia limitações técnicas, mas que eles simplesmente seguiam as orientações dos clientes. Ela acrescentou que, ao testar diversos modelos, eles “viram o que funciona melhor com o público. Vimos a resposta das pessoas”. A variedade de respostas aos seus modelos de IA tem sido considerável, disse Gonzalez, com curtidas em uma única publicação no Instagram variando de algumas centenas a dezenas de milhares. “Criar um modelo de IA leva tempo, então queremos garantir que as pessoas se envolvam com ele”, observou Gonzalez.
Para Sara Ziff, que começou a trabalhar como modelo em Nova York aos 14 anos e é fundadora e diretora executiva da organização sem fins lucrativos Model Alliance, as preocupações em torno da IA não são infundadas. À medida que a tecnologia se torna mais amplamente adotada, Ziff argumentou que marcas e criadores devem considerar “como ela pode ser melhor implementada e como pode ser usada de forma responsável”, disse ela. “Precisamos perguntar quem está sendo pago, quem está sendo visto e quem está sendo apagado.”
Um futuro com duplos digitais
A ascensão dos modelos de IA não está a um mundo de distância dos influenciadores virtuais, que já estão se sobrepondo aos da vida real. Avatares digitais como Lil Miquela e Shudu têm muitos seguidores nas redes sociais e usam roupas de marcas de luxo como Prada, Dior e Calvin Klein. Nenhum dos modelos digitais é caucasiano, e ambos têm pelo menos um criador branco (Shudu foi criado pelo artista visual britânico Cameron-James Wilson e Miquela pelos criativos de Los Angeles Trevor McFedries e Sara DeCou).
Nem todas as criações de IA são inteiramente fictícias. Em março, a H&M anunciou que criaria “gêmeos” de IA de 30 modelos reais, com a intenção de usá-los em campanhas publicitárias e postagens em redes sociais. Como parte do acordo, cada modelo deteria os direitos sobre seu gêmeo, o que significa que elas poderiam agendar várias sessões de fotos com marcas (incluindo concorrentes da H&M) e, nesse sentido, estar em mais de um lugar ao mesmo tempo. As primeiras imagens, usando fotos de modelos criadas por IA, foram divulgadas este mês.
Em uma declaração fornecida à CNN, o diretor criativo da H&M, Jörgen Andersson, disse que a empresa não mudaria sua abordagem “centrada no ser humano” e estava simplesmente “explorando como a IA pode aprimorar o processo criativo”. Ele acrescentou: “Reconhecemos que há muitas perguntas e preocupações em torno de nosso envolvimento com a IA, no entanto, estamos comprometidos em abordar isso de forma ética, transparente e responsável”.
Algumas marcas de luxo têm experimentado a tecnologia para criar dublês digitais. Em 2021, a Dior criou uma versão digital da embaixadora Angelababy (que foi apelidada de “Kim Kardashian da China” devido às suas aparições prolíficas e estilo de vida extravagante) para comparecer virtualmente ao seu desfile em Xangai. Uma versão gerada por computador da supermodelo Naomi Campbell apareceu na campanha da Burberry naquele mesmo ano.
Relembrando sua experiência anterior trabalhando para uma varejista de luxo online, Lara Ferris — agora diretora de estratégia da Spring Studios, uma agência criativa global com clientes como Louis Vuitton, Tom Ford e Estée Lauder — disse: “Dez anos atrás, eles tentavam fotografar produtos em grande quantidade. Roupas como camisetas, shorts, casacos e vestidos eram fotografados e transpostos para um modelo online. Não havia envolvimento humano.”
O uso de modelos de IA permite que as empresas “criem imagens em escala muito rapidamente”, disse Ferris. Isso é indicativo do rápido crescimento e globalização da indústria da moda, que criou enormes problemas éticos e ambientais. “Sempre lutamos contra o apetite e a demanda, e é assim que a indústria se mantém. O fato de você poder criar uma imagem e reproduzi-la em milhares de produtos é muito massificado. Mas será que parece premium? Não”, concluiu.
Michael Musandu, CEO e fundador do estúdio de modelos digitais Lalaland.ai, que fez parceria com a Levi’s para criar seus modelos de IA, disse que o uso de modelos de IA na moda já é mais difundido do que muitos imaginam, e que marcas de todos os tamanhos simplesmente não estão divulgando isso porque não há obrigação legal de fazê-lo.
A recente venda da empresa Lalaland.ai de Musandu para a empresa de design digital Browzwear é uma prova das crescentes oportunidades no setor, disse ele. Como muitos criadores de modelos de IA, Musandu insiste que seu trabalho é complementar e não pretende substituir modelos da vida real. “Começamos resolvendo um problema enorme: pessoas negras se sentem sub-representadas ao comprar online. Nunca cheguei a ver modelos que se parecessem comigo”, disse Musandu, que nasceu no Zimbábue, cresceu na África do Sul e estudou ciência da computação e IA na Holanda, onde atualmente mora.
“Precisamos perguntar quem está sendo pago, quem está sendo visto e quem está sendo apagado”, disse Sara Ziff.
Como a diversidade na moda continua sendo uma prioridade, as marcas continuam fotografando com modelos reais, mas usando IA para aumentar sua produção, disse Musandu. “Não há nenhuma marca com a qual trabalhamos que esteja reduzindo a fotografia tradicional.” Musandu acrescentou que seria impossível substituir completamente os modelos reais, que “podem criar uma conexão genuína com os consumidores”.
Ferris, da Spring Studios, concorda, observando que as modelos e influenciadoras online mais bem-sucedidas da atualidade, como Julia Fox, Gabbriette e Olivia Neill, não são tradicionais, pois não são “esculturais e não falam”, mas têm uma grande base de fãs porque são “muito ativas online e engajadas com suas comunidades”. Embora seja “cada vez mais difícil” diferenciar um modelo de IA de uma pessoa real online, Ferris argumentou que as personalidades destas últimas as diferenciarão e se tornarão um trunfo ainda maior.
Ainda assim, o uso contínuo de IA na moda é apenas mais um risco potencial para modelos, que historicamente carecem de proteção no local de trabalho e em todo o setor. É o que a Lei dos Trabalhadores da Moda do Estado de Nova York, que entrou em vigor em junho, busca fazer (a nova lei, copatrocinada pela Ziff’s Model Alliance, regulamenta as agências de modelos, fornece procedimentos de reclamação e estabelece penalidades para violações). “Não acho que o uso de IA seja inerentemente ruim, mas será usado para explorar pessoas sem as devidas proteções”, disse Ziff.
A nova lei, ela acrescentou, “não é uma solução mágica, mas é um ponto de partida”.
Ceará x Flamengo: horário e onde assistir ao jogo do Brasileirão
Ceará e Flamengo medem forças neste domingo (3), às 18h30 (de Brasília), em partida válida pela 18ª rodada do Campeonato Brasileiro. O confronto acontece na Arena Castelão, em Fortaleza.
A partida terá transmissão ao vivo pela CazeTV, RecordTV, Premiere e CNN Esportes.
O Flamengo lidera o campeonato com folga, somando 36 pontos e apresentando números impressionantes: 11 vitórias, apenas 2 derrotas e a melhor defesa da competição, com apenas 6 gols sofridos.
Já o Ceará ocupa a 9ª posição com 21 pontos, buscando se aproximar do G-6. O Vozão soma 6 vitórias, 3 empates e 7 derrotas no campeonato, que se aproxima da metade de sua disputa.
Flamengo com força máxima?
Depois de preservar alguns titulares no meio de semana, na Copa do Brasil, Filipe Luís voltará a ter o elenco completo à disposição. O Campeonato Brasileiro é considerado a principal prioridade para o Flamengo em 2025.
Vai embalar, Vozão?
O Ceará vem de uma vitória maiúscula na última jornada, quando derrotou o Cruzeiro, no Mineirão, tirando os mineiros da liderança do Brasileirão. Se repetir o feito contra o novo líder, o Vozão pode sonhar com uma vaga na fase prévia da Libertadores.
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