O Prefeito Sebastião Bocalom, antes chamado de Tião Bocalom e agora simplesmente Bocalom, foi eleito quando o rio-branquense enfrentava uma das piores condições das vias da capital acreana.
As ruas completamente esburacadas e a substituição das lâmpadas de vapor de sódio por lâmpadas de LED na iluminação pública tinham virado piada em 2020.
“Só assim a gente vai enxergar os buracos durante a noite” ironizavam muitos motoristas.
Importante lembrar que a época a empresa responsável pelo tapa-buracos, a sangrava em razão de um rombo de mais de 7 milhões, atribuído a ex-diretores, de acordoo com a denúncia do Ministério Público Estadual, por isso faltava dinheiro para tapar buracos.
Como ninguém, com raras exceções, claro, não suportava mais o PT e o Bocalom, naquele momento todo sorridente, tendo como vice-prefeita a jovem Marfisa Galvão, esposa do Senador Sérgio Petecão, passando a imagem de que a juventude teria vez na gestão, tudo isso ajudou Bocalom a vencer com folga no segundo turno a então Prefeita Socorrro Neri.
Mas os anos de derrotas nas disputas para governador, prefeito de Rio Branco e Deputado Federal, aliados a morte da esposa, pareciam ter endurecido o coração do velho Boca. Tanto que ele começou o mandato nomeando os amigos mais próximos para os cargos de secretários municipais. Teve um que chegou a responder por 3 secretarias ao mesmo tempo.
Bocalom nomeava os cargos comissionados sem negociar com os Vereadores, aos quais atribuía s função de fiscalizar, mas o aparente menosprezo durou pouco – até a saudosa advogada Joana Darc protocolar um pedido de impeachment contra ele, a quem o acusou de acobertar as denúncias de assédio sexual contra o seu então secretário de Saúde, Frank Lima,
Mas as pazes com os Vereadores tiveram um preço: muitos cargos comissionados foram colocados à disposição dos parlamentares e assim Bocalom conseguiu se livrar da cassação. Há pouco, foi autorizado a contrair mais de 200 milhões emprestados da Caixa Econômica Federal. O clima parece tão favorável que ele já protocolou outro pedido de empréstimo.
Voltando ao que muda da última eleição, a de 2020, para a de 2024, a resposta é simples: Bocalom, eleito pelo PP, não encontra mais legenda no seu partido para concorrer a reeleição; a vice-prefeita não é mais sua aliada e ao redor dele só se vê pessoas sem nenhuma densidade eleitoral, ou seja, os caciques da política acreana sumiram das fotos com o Prefeito. Ao que parece ninguém que tenha votos, ou seja, nenhum político conhecido, está disposto a ser o candidato a vice de Bocalom depois do que aconteceu com Marfisa Galvão.
Bocalom só ouve a ele mesmo. O seu autoritarismo já foi provado. O semblante turrão não existe mais, vive sorrindo para o tempo, abraça as crianças como nunca, dança até carnaval, canta, conta piadas, chama de amigos até quem o já traiu. Tira onda de carpinteiro, pedreiro e até de operador de máquinas pesadas. Trata vereadores, jornalistas, empresários e líderes comunitários com um afago inimaginável. Por isso sua mudança de postura pessoal e política tem gerado tantos questionamentos nas redes sociais. Ele está apenas querendo ser reeleito ou mudou de verdade?
O largo sorrido para as fotos da sua postagem sobre a ordem de serviço para a construção de uma unidade de saúde, se somar os votos das pessoas que aparecem ao lado dele (Frank, Jonathan Santiago, Sheila, Joabe …) talvez não o ajudem a se eleger nem para presidente de bairro. Link: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid02c5zbS5d4VMnxJyVoatDDKD5o8Ey5oAnrQWVXdXymZzzUQeSitcLQLbnfcwH6KZMhl&id=100057872538921&mibextid=Nif5oz
E o que falar do projeto 1001 dignidades, hein? O anuncio de construir 1001 casas populares com madeira de refugo já o fez entrar para o livro dos recordes, seja pelo feito, seja pela maior Fake News atribuída a um político de qualquer parte do mundo: construir 1001 em um dia. Balela !
Certo é que Bocalom continua sonhando com a possibilidade de ser reeleito. Por isso, não se assuste com o Bocalom paz e amor até o fim do processo eleitoral que se aproxima.