sexta-feira, julho 26, 2024

Top 5 desta semana

Notícias relacionadas

Estupro coletivo: ordem de prisão para Robinho no Brasil pode sair após sessão de logo mais no STJ

A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) julga, na tarde desta quarta-feira (20), se a condenação do ex-jogador de futebol Robson de Souza, conhecido como Robinho, determinada pela Justiça da Itália, deve ser reconhecida e validada no Brasil

A sentença italiana condenou o ex-atleta a nove anos de prisão pelo crime de estupro. O governo da Itália pede que ele cumpra a pena no Brasil. Especialistas acreditam que ainda hoje o STJ encaminhará o pedido de execução da pena no Brasil.

Esse pedido de homologação da sentença italiana foi feito porque o Brasil não extradita seus cidadãos para cumprir penas no exterior.

O que é preciso para validar a sentença de Robinho?

O STJ não vai julgar novamente Robinho pelo crime de estupro. A análise sobre a homologação da sentença avalia se a decisão estrangeira cumpriu requisitos estabelecidos na legislação brasileira e se foram observadas as devidas regras do processo, como ter sido proferida por autoridade competente, por exemplo.

O julgamento da homologação da condenação será feito pela Corte Especial do STJ, colegiado formado pelos quinze ministros com mais tempo de atuação no tribunal.

Para validar a sentença estrangeira, é preciso o voto da maioria simples dos presentes. O quórum mínimo para realização é de oito ministros. O vice-presidente do STJ, ministro Og Fernandes, vai comandar a sessão e só vota em caso de empate.

Como vai ser a sessão

A sessão está marcada para 14h. O relator do pedido de homologação é o ministro Francisco Falcão. No começo do julgamento, ele vai ler um resumo do caso.

Na sequência, falam as partes do processo, por até 15 minutos cada. Depois, Falcão dará seu voto. Os demais ministros votam seguindo a ordem de antiguidade no tribunal.

É possível pedir vista (mais tempo para análise), o que paralisa a discussão. Pelo regimento do STJ, o prazo para devolver o processo para julgamento é de 60 dias, prorrogável por mais 30.

Ministros não descartam pedido de vista

Conforme mostrou a CNN no começo do mês, ministros não descartam que haja pedido de vista, mas avaliam essa possibilidade como baixa.

Em março do ano passado, o relator determinou que Robinho entregasse seu passaporte. Os advogados do ex-jogador entregaram o documento e, desde então, Robinho está proibido de deixar o Brasil.

Desdobramentos

Uma decisão do STJ favorável à homologação da sentença ainda pode ser alvo de recurso pela defesa de Robinho no próprio tribunal e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Esgotando os recursos no STJ, a carta de sentença é expedida e encaminhada à Justiça Federal em Santos (SP) para o cumprimento da pena. Cabe ao juiz federal expedir eventual mandado de prisão.

Os ministros do STJ podem decidir se Robinho aguardaria em liberdade a análise de um eventual recurso ao STF, caso essa seja a estratégia da defesa.

Eventual recurso ao Supremo

Um eventual recurso ao Supremo, no entanto, depende de hipóteses muito restritas, conforme disse à CNN o advogado criminalista Henrique Sobreira Barbugiani Attuch, do escritório Wilton Gomes Advogados.

“Esse recurso teria que trazer, de maneira muito clara e fundamentada, uma afronta à Constituição no julgamento do STJ que homologou a sentença”, disse. “Temos recursos extraordinários interpostos contra homologações de sentenças estrangeiras, mas, na maioria dos casos, eles não são providos”.

Conforme o advogado, o eventual recurso ao STF pode ser decidido individualmente pelo ministro que for sorteado relator, se o magistrado entender que há elementos suficientes e o caso for de jurisprudência consolidada da Corte.

Você não pode copiar o conteúdo desta página