O líder comunitário rural Paulo Lima foi preso nesta terça-feira, a mando de um juiz da Comarca de Lábrea (AM), acusado por crime ambiental. O agricultor teve a casa revirada por policiais civis antes de receber ordem de prisão. Ele denunciou, em vídeo, uma sequência de torturas ocorridas na última quinta-feira, na Fazenda Palotina, do pecuarista Sidney Sanches Zamora, que segundo posseiro seria o mandante das agressões.
Araújo gravou mostrando cruzes fincadas no solo, o que seria a demarcação de sepulturas onde os posseiros deveriam ser enterrados (reveja abaixo). Paulo é tratado pelo magistrado como integrante de uma organização criminosa, referindo-se aos posseiros que habitam a fazenda há 9 anos. E menciona o risco de chacina contra os funcionários do pecuarista (veja o mandado acima)
Os movimentos pela posse legal de terras vêem influência do pecuarista nas instâncias judiciais, policiais e na imprensa, corroborada pelo fato de ele nunca ter sido responsabilizado.
No mesmo dia, um posseiro foi gravemente ferido com um facão e segundo os médicos o golpe não atingiu a jugular por apenas 2 centímetros.Ele deu entrevista exclusiva ao oseringal após receber alta (reveja abaixo), contando que os jagunços usavam uma antena Star Link em chamada de vídeo com o “seu Sidney”, no momento em que as vítimas estavam ajoelhadas e sendo açoitadas. A quinta também foi marcada por tiroteios e perseguição aos posseiros desarmados, como mostra o vídeo exclusivo na reportagem abaixo.
O fazendeiro agora é acusado por falsa comunicação de crime. Ele responde a vários processos por desmatamento na Vara Ambiental de uma comarca amazonenses, e também é citado por contratar militares para expulsar mais de 200 famílias que reivindicam o direito às terras onde moram desde 2015. Já houve mortes no local – uma área gigantesca que o pecuarista diz ser dono. Parte das terras é devoluta da União e aguarda decisão definitiva das autoridades.
A reação à prisão do posseiro e à onda de violência na região veio imediata, por meio da professora Rosana Nascimento, coordenadora geral das cooperativas e Associações de Produtores Rurais do Acre e do Amazonas. Em nota, ela diz: O Lider da comunidade vem sofrendo ataques constantes
“Usam milicia, pistolagem. Recentemente atacaram familias e o Paulo. Foram feitas denuncias e a Justiça e os delegados não tomaram providencias contra os ataques do fazendeiro Sidney Zamora.
Ele tem inúmeras multas do Ibama na por crime ambiental na área. Está com ódio porque o Incra está arrecadando a área e ele não vai poder ficar com as 42 mil hectares que alega ter pois é ttrra da União para reforma agrária. Seu Zamora usa do poder econômico e influencia com a polícia e forja crimes que foram cometidos apenas por ele. Que os órgãos competentes tomem providências. Desde 2015 os trabalhadores vêm denunciando esse fazendeiro”. A FACEASA ja fez varias representações nestes ano e nada foi feito para proteger as mais de 200 famílias que moram ali. Isso é vergonhoso”, disse Rosana.