União Brasil, de mais promissor às paginas policiais, mandato “comprado, debandadas e Alan Rick isolado 

A Saga de um dos principais partidos, o União Brasil, hoje chamado nos bastidores de Desunião Brasil, tende a superar a trilogia de Mario Puzzio, O Poderoso Chefão, em que as traições, em regra, eram respondidas com extrema violência.

Tudo começou quando o então senador Romeu Tuma vendeu os direitos de criação do então PSL ao megaempresário pernambucano Luciano Bivar, autor de várias obras sobre liberalismo que chegou a disputar as eleições presidenciais com a proposta de criação do imposto único no Brasil.

Por atuar em vários segmentos empresariais, Bivar tinha a Rueda Advogados Associados como contratada e seu dono como amigo e garoto prodígio. O PSL abrigava o Movimento Livre, que rompeu com a sigla após Bivar e Rueda, presidente e vice, receberem Bolsonaro pra disputar a Presidência da República em 2018, na qual elegeu 53 deputados federais de carona na onda Bolsonarista.

A partir daí o partido virou um saco de gatos com inúmeros rachas internos e ataques diretos de Eduardo Bolsonaro tentando tomar a sigla de Luciano Bivar, usando o poder político do pai, claro.

Bivar sobreviveu ao ataque e, ciente de que perderia cerca de 33 deputados na janela antes do pleito de 2022, escalou Rueda, seu fiel escudeiro, para operar a fusão com o também decadente Democratas, dando origem ao União Brasil. A tática era somar os milhões advindos do fundo partidário e do fundo eleitoral do PSL em face da bancada que elegeu nas costas de Bolsonaro com a expertise política da cúpula do DEM para eleger uma grande bancada em 2022. Deu certo. O União Brasil elegeu 59 deputados Federais.

Mas pra não fugir da sina de partido rachado, parte do partido aderiu ao governo Lula e outra parte ficou na oposição – tanto na Câmara como no Senado. Entre um desencontro e outro, surge algo que jamais poderia ser imaginado: Antônio de Rueda, criatura de Luciano Bivar que ocupava a primeira e depois a segunda Vice-presidência do UB, e que por sua ligação umbilical com Bivar emplacou sua irmã na tesouraria do Partido, ficando os dois sentados sobre o cofre bilionário da legenda de onde Rueda arquitetou a queda de Bivar da Presidência do União Brasil. Sim,  ocupando sua cadeira, o que é mais grave.

Apunhalado pelas costas e sabendo quem empunhou o punhal, Bivar, enfurecido, partiu pro revide. O resultado até o fechamento dessa matéria foi casas incendiadas, acusações de roubos, tráfico de influencia junto aos Tribunais Superiores e ameaças veladas.

NO ACRE, O UNIAO BRASIL AMARGA A PECHA DE PARTIDO QUE GANHOU PERDENDO!

De 2018 a 2022 o PSL viveu em constante conflitos internos com brigas e rachas de toda natureza, além das frequentes investidas externas para tomar o comando da legenda – o que finalmente aconteceu. Márcio Bittar assumiu o comando do Partido no estado por onde disputou o Governo não chegando aos 5 mil votos. Por outro lado, o UB elegeu 3 deputados federais e venceu a disputa pela cadeira de senador.

Apesar do sucesso conquistado em 2022 o UB não conseguiu sequer apresentar uma candidatura competitiva na capital . No interior, luta ferozmente para conquistar ao menos a condição de coadjuvante na disputa em algumas prefeituras.

O UB atualmente é presidido pelo Senador Alan, que divide o poder com o paraquedista Fábio Rueda, rejeitado nas urnas pelos acreanos, mas que em face de uma campanha megamilionária conquistou a primeira suplência de deputado federal e, recentemente, assumiu a cadeira de Eduardo Veloso, afastado para tratamento de assuntos particulares.

A ascensão de Fábio Rueda à cadeira de deputado federal atende aos caprichos de Antônio, o irmão, que parece determinado a comprar o tal mandato –  se não agora via tapetão ou acordos espúrios, mas nas eleições de 2026. Falta combinar com o povo do Acre, nada receptivo à volúpia de aventureiros.

De outra banda, os três deputados eleitos devem migrar para outras legendas já que Meire Serafim deve acompanhar o marido no Podemos. Coronel Ulysses e Eduardo Velloso devem ir para o PL de Jair Bolsonaro junto com o Senador Márcio Bittar. Ou seja, dos 5 parlamentares federais, quatro eleitos em 2022, somente o Senador Alan Rick não demonstrou interesse em deixar a legenda. Ele ganhou muito em 2022 e já agora em 2024 indica ter perdido quase tudo. E a situação só tende a se agravar por consequência da volúpia e sanha dos irmãos Rueda, letais ao bom convívio com o Senador Alan Rick.

Foto: Contilnet

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