Nas últimas 24 horas surgiram na estação de tratamento de água de Rio Branco enormes rachaduras nas paredes do reservatório. Colunas de alvenaria se romperam, vigas de concreto armado apartaram e parte da laje veio abaixo. A passarela caiu.
Toda estrutura na ETA ll está comprometida e a qualquer momento ela pode despencar, o que deixaria a capital acreana sem água tratada sabe- se lá por quantos dias – ou meses.
Segundo os próprios engenheiros do SAERB (Sistema de Água e Esgotos de Rio Branco) o dano tem sido causado por um deslocamento de terra a uma profundidade de 15 metros. O fenômeno seria, segundo eles, num raio de 30O metros em volta da ETA que fica às margens do Rio Acre, na região da Via Verde.
O fenômeno surgiu após a vazante do rio no mês passado, e a cada dia vem se agravando.
É como se o deslizamento de terra estivesse empurrando a estrutura da estação de tratamento de água para o meio do leito do rio, causando ruptura da parte que fica em terra firme.
Tem sido constante o trabalho dos técnicos emendando a rede de alta tensão de energia que funciona as bombas flutuantes e a tubulação que joga água da calha do rio para o reservatório que ficam sobre o barranco
Os funcionários do SAERB estão tentando minimizar o vazamento do reservatório construindo barreira de contenção feita com sacos de áreas na encosta das paredes pelo lado de dentro do reservatório.
Mesmo assim, a água não para de jorrar para o lado de fora, conforme mostra a imagem da fotografia feita pela reportagem de Oseringal ao meio dia desta quarta-feira.
No SAERB, ninguém grava entrevista sobre a situação. Mas nossa reportagem apurou que a ETA l que fica a poucos metros da ETA ll, rio abaixo, também está com a infraestrutura comprometida.
As duas estações de tratamento de água são responsáveis pelo abastecimento de toda Rio Branco.
As informações sobre a situação das ETAs já foram repassadas à prefeitura, por meio de um relatório enviado ao prefeito Tião Bocalon.
O prefeito não se manifestou publicamente sobre o problema.
No final da tarde da última terça-feira Bocalon visitou as duas ETAs, acompanhado de geógrafos, engenheiros e técnicos da administração municipal, mas saiu do local sem falar nada e, nem permitiu que alguém do órgão revelasse à população a catástrofe que está prestes a acontecer.